Empresa lança flower machine, máquina que vende arranjos florais de vários tamanhos e preços. Em Minas, equipamentos estão na capital e Uberlândia

Bruno José Esperança, empresário idealizador da flower machine, sempre vislumbrou fazer o negócio de sua família crescer

Recebeu um convite de aniversário de última hora e quer levar flores? Ou a vizinha do prédio acaba de saber da gravidez e você adoraria levar um pequeno buquê para felicitá-la, mas a floricultura mais próxima está fechada? Foi pensando nessas situações e em várias outras que o empresário Bruno José Esperança decidiu expandir os negócios da família e criar a flower machine, máquina que vende flores frescas e que já está em mais de 20 pontos pelo Brasil. Em Minas, há uma dessas em BH e outra em Uberlândia. Nascido em Holambra (SP), maior cidade produtora de flores do país, filho de pais produtores de violetas e rosas, sua paixão por essas pequenas belezas não poderia ser ignorada. E foi num momento de crise na produção que a família decidiu arriscar o negócio, se mudando de cidade.

"Em 1996, os negócios não iam bem e meus pais resolveram se aventurar em uma nova cidade, no caso Curitiba, e criar a Esalflores, que significa Esperança Alves Flores. Começamos bem pequenos, em um imóvel locado, na época distante do Centro da cidade, e, com o tempo, fomos aprendendo e conhecendo melhor o mercado de Curitiba. Desde os 10 anos, fazia da Esal meu parque de diversões. Mas via ali um grande potencial e, ao longo dos anos, busquei me profissionalizar e unir a experiência dos meus pais à minha visão", conta Bruno. Daquela época até os anos 2000, o empresário diz que os sonhos da família eram colocados numa espécie de baú das ideias.

"Na realidade, o baú de ideias continha sonhos verbalmente compartilhados, que, muitas vezes, ficavam gravados na memória, além de anotados em um caderno onde sempre escrevi meus objetivos, sem uma regra específica. Lembro-me de que, quando na faculdade, por alguns momentos em meio a uma aula não muito interessante, anotava na última página dos meus cadernos a Esal que sonhava, rascunhando ideias, escrevendo informações", conta Bruno.
Totalmente adaptada com refrigerador, a máquina é reabastecida por um colaborador local em cada cidade
Em 2014, fruto de planejamento de quatro anos, a família lançou uma megaloja, em imóvel próprio, com mais de 3 mil metros quadrados, e conseguiu não apenas modernizar a estrutura e melhorar os processos, como lançar uma nova fase de investimentos, com o objetivo de se tornar a maior empresa do segmento no Brasil. Ali são comercializados vasos, flores, todo o material para jardinagem, além de produtos para pets.

estrutura própria "Hoje, nosso negócio envolve muito trabalho, mas costumamos dizer que somos uma empresa que também tem emoção e é nesse quesito que está nosso diferencial. Está entre nossas metas chegar ao posto de maior floricultura do país com pontos próprios, além de expandir o negócio com as flower machines. Estamos estudando de que forma vamos crescer, talvez em franquias. Tudo é novo e queremos fazer benfeito", acrescenta o empresário. Além da megastore e de uma loja-conceito em Curitiba, a Esal tem unidades em São Paulo, em Florianópolis e Recife (ambas em construção) e mais de 20 pontos flower machine pelo Brasil. E a matriz, a produtora das flores, continua em Holambra.

Em Belo Horizonte, a máquina está instalada no aeroporto da Pampulha. "É um aeroporto estrategicamente bem localizado dentro da cidade, o que facilita nossa logística e o acesso dos belo-horizontinos à máquina. Em breve, devemos instalar um equipamento em um shopping da capital", diz Bruno José. Em Uberlândia, no Triângulo, fica também no aeroporto. Para escolher o local que vai receber a flower machine, a estratégia da Esal é basicamente em dois segmentos: aeroportos e shoppings centers, por serem locais de grande circulação. "E, acima de tudo, locais de grande emoção, o que chamamos de encontro de corações. Aguardar alguém na chegada de um voo e ter a oportunidade de presenteá-la com um gesto de carinho é muito bacana", comenta o empresário.

Os preços dos arranjos começam, geralmente, em R$ 8,90, e o mais caro, R$ 29, que são bem competitivos, considerando que um buquê médio, com flores do campo, pode custar entre R$ 15 (na feira de flores) e R$ 50 (nas floriculturas). Mas há promoções semanais nas máquinas, com arranjos a R$ 4,90.

%u2022 Investimento em logística
e maquinário

Para adaptar a máquina às necessidades de manter um arranjo de flores 'saudável', a Esal precisou da ajuda de técnicos e empresas especializadas. "Desenvolvemos a máquina, precisamos ajustar a refrigeração e também um sistema de telemetria, que faz todo o controle remoto do aparelho - consigo saber o que ocorre em cada máquina, mesmo a distância. O equipamento, como está hoje, custa, em média, R$ 50 mil. É um investimento alto", diz Bruno, acrescentando que na nova versão da máquina foi incluído um recurso de LED, com a exibição de todos os preços numa placa padronizada, o que facilita a leitura pelo cliente e a gestão das promoções. Outro ponto-chave da operação é o abastecimento das flower machine. Para isso, a Esal conta com um colaborador local em cada cidade, que vistoria a cada dois dias o equipamento e faz a reposição dos arranjos.

"A logística das flores ocorre de diversas formas e a principal é a aérea: trabalhamos com tempo máximo de trânsito de um dia para garantir a qualidade da flor. Todas as flores já vêm na água ou em base umedecida e isso aumenta muito sua durabilidade. Uma rosa fora da água não dura mais que dois dias, uma flor da nossa flower machine, depois de adquirida, pode durar facilmente mais que 10 dias. Nossa maior pesquisa é o feedback que recebemos dos consumidores. Somos dinâmicos e procuramos sempre adaptar os produtos de cada equipamento com um mix bem eclético. A máquina, no entanto, para nós é um termômetro. Locais que vendem bem pela máquina recebem, além do equipamento, uma loja no futuro. Inclusive, em Minas Gerais, já iniciamos uma possibilidade de expansão para os próximos quatro anos, porque a demanda tem sido muito interessante em BH", acrescenta o empresário.