Leitura de notícia
Estado de Minas Online ( Feminino e Masculino ) - MG - Brasil - 03-04-2016 - 12:26 -   Notícia original Link para notícia
Expansão do varejo via SP

Em plena temporada de crise, grifes sediadas em BH investem na abertura de lojas na capital paulista como estratégia para atrair o olhar de formadores de opinião, diversificar público e multiplicar vendas


Com trabalho consolidado no atacado e figurando entre as melhores marcas do país, algumas grifes de Belo Horizonte movimentam-se para incrementar também a venda a varejo, e nada como eleger a capital paulista para atingir um público diversificado. Nos últimos meses GIG, Coven e Printing (em projeto de parceria) e também a Apartamento 03 cruzaram a fronteira estadual e estabeleceram-se lá. Com o projeto de expansão, passam a integrar um espaço já conquistado pelas conterrâneas Bárbara Bela e Iorane, marcas pioneiras na iniciativa.




A estratégia objetiva o que toda grife projeta como meta: incrementar vendas. Há, também, o desejo de atender ao mercado de forma mais completa e satisfatória (uma vez que as multimarcas pincelam algumas peças das coleções de acordo com o perfil do público-alvo e a monomarca, ao contrário, oferta todos os modelos). Há, ainda, a possibilidade de atrair mais atenção da mídia, de produtores e formadores de opinião em geral, além de fortalecer a imagem da marca e do produto a partir de uma cidade que respira negócios e é, portanto, uma vitrine mundial.

Segunda loja Após 10 anos de sucesso no atacado nacional e internacional, a GIG escolheu SP para abrir a primeira loja própria, em 2014, mesmo ano em que debutou nas passarelas da São Paulo Fashion Week. Agora, inaugura um novo espaço, também lá: uma pop up store (loja temporária) no Shopping Iguatemi.



"Sempre pensamos em abrir uma loja própria, todo mundo perguntava, mas a ideia era que fosse em SP. Primeiramente, porque a grife é muito bem posicionada nas multimarcas de BH, e também como estratégia para atrair um público maior. Daí houve a mudança da fábrica com consequente aumento na produção, a estreia na SPFW e a oportunidade de conseguir um imóvel na esquina da Oscar Freire, no Jardins, fatos que viabilizaram o projeto que já estava em estudo", conta Patrícia Schettino, sócia da empresa ao lado da estilista Gina Guerra.



O ponto, segundo Patrícia, é um dos melhores da pauliceia, no sentido de agregar grifes que, apesar de identidades diferentes, têm público-alvo semelhantes, a exemplo de Bárbara Bela, Thelure, Juliana Romano, Lolitta, muitas delas "companheiras" de showroom. A loja já recebeu três coleções e, na avaliação da empresária, o retorno foi além da expectativa. "Houve crescimento exponencial nos negócios, fidelizamos mais clientes, atingimos metas. Com participamos da semana de moda, as pessoas veem o desfile e sabem onde comprar a marca", discorre. Ainda na avaliação dela, o movimento de extrapolar fronteiras é um caminho natural para grifes já amadurecidas. "Sentimos essa necessidade. É claro que investir ou não depende da história de cada um, mas vejo este movimento das marcas mineiras com satisfação. Tomara que todos sejamos felizes", pontua.



No dia 21, a grife inaugurou a segunda loja, desta vez no conceito pop up store. "É um loja a princípio temporária, que funcionará até agosto, mas queremos permanecer", diz Patrícia sobre a aposta em um investimento realizado em pleno cenário de crise. "Estamos vivendo um momento peculiar e sensível, mas assumimos o risco com o pensamento positivo. A loja exibirá a coleção completa e tará ainda mais visibilidade para a GIG. É a atual tetéia da marca, a menina dos nossos olhos", encerra.

Parceria A parceria entre Coven e Printing deu origem a uma loja coletiva das duas grifes, também no Bairro Jardins , com inauguração prevista para 19 de abril. "Ocupamos uma casa de dois andares. A entrada é comum, assim como o jardim de inverno e outros ambientes de convivência. No primeiro piso fica Coven e no segundo a Printing", antecipa Márcia Queiroz, estilista e proprietária da segunda grife.



Ambas contam com monomarcas próprias na capital mineira, e investiram também no varejo paulista com o objetivo de expandir os negócios e garantir maior visibilidade para as marcas. "Apesar desse momento conturbado, acredito muito neste projeto, que promete fortalecer a imagem do nosso produto ", afirma.



A escolha de São Paulo também se revela estratégica. "Nossa loja de BH já tem nove anos, então avaliamos que estava na hora de avançar um pouco mais na experiência de varejo. Para isso elegemos SP naturalmente, a maior cidade da América Latina. Continuamos com as cinco multimarcas que vendem Printing lá, cada uma em uma região e com um perfil diferente, mas na loja oferecemos ao público a coleção completíssima, da biju ao traje habilê", explica Márcia.



Ainda na visão da estilista e empresária, a parceria promete bons negócios para as duas grifes. "O público-alvo é o mesmo, fala a mesma língua e, como as grifes têm identidades distintas (para vários momentos da mulher), pensamos em oferecer uma experiência de compra diversificada em um mesmo espaço. Além disso trata-se de uma proposta nova de comércio, de mercado. É um coletivo, uma iniciativa inovadora de duas marcas que têm muitas afinidades." Os preços da Printing variam de R$ 900 a R$ 12 mil (vestido elaboradíssimo de festa). O arquiteto mineiro Marcelo Alvarenga assina o projeto e, segundo a empresária, imprimiu um caráter acolhedor e intimista ao espaço.



Liliane Rebehy, diretora criativa da Coven, também é otimista. "Sentíamos a necessidade de tornar a experiência do consumo da nossa roupa algo mais palpável. Sabíamos que era necessária a aproximação dos nossos produtos com a cliente final, uma vez que o processo de construção das duas marcas (Coven e Printing), devido aos detalhes e técnicas, só se é percebido de perto. Ter um espaço próprio em São Paulo nos aproxima não só da consumidora paulista, mas nos deixa mais próximos da mulher cosmopolita que é fã das duas marcas", afirmou.

Passarela e consumo Após a integração ao Grupo Nodha, a Apartamento 03 cravou novos projetos: a estreia na SPFW e a abertura da loja monomarca, em novembro do ano passado, na Rua Bela Cintra, também no Bairro Jardins. "A casa vagou e imediatamente começamos a negociar. É um espaço com a cara que a gente queria, visual que remete a uma caixa e permite à roupa figurar como elemento principal", conta o estilista Luiz Cláudio. A proximidade com o showroom também contou para a escolha do ponto.



Coincidentemente, a partir da inauguração, várias celebridades foram flagradas vestindo peças da marca. Mas Luiz acredita que este movimento vem mesmo do showroom, justificando que o espaço recebe com frequência a mídia e produtores de moda. "Mas houve uma mudança: com a loja, o cliente que deseja a marca tem um endereço onde encontra toda a coleção. Isso porque as multimarcas revendem de forma pulverizada, pincelam modelos e aqui disponibilizamos todas as peças, inclusive as conceituais. Na coleção de inverno, por exemplo, há cerca de 200 modelos diferentes e a possibilidade de mostrar esta história completa é instigante para o criador, que passa a ter controle do que será apresentado nas araras. Isso traz experiências mais enriquecedoras para a coleção", defende. Outro diferencial da loja própria é oferecer serviço de ajuste personalizado.



O estilista reforça ainda o caráter multiplicador da capital paulista, centro comercial que atrai públicos diversos. "Tantas mulheres circulam por ali que é impossível determinar um público-alvo: são meninas de 20 a senhoras de idade, de diversos estados e até do exterior", frisa. Ainda na avaliação do profissional a abertura de uma loja em São Paulo representa um ponto alto na estretágia de marketing da grife. "É um passo importante, que muda toda a logística da empresa, a recepção da marca no mercado, a visibilidade. Afinal, SP é a maior cidade do país, todo mundo está ou passa por lá, representa um outro momento na história de um produto."


 


Palavra da experiência


 


Há 3 anos e meio, Georgiana Mascarenhas inaugurou uma loja Bárbara Bela em SP, também no Jardins. "Existe uma demanda do Brasil por roupas de festa, tanto que recebíamos telefonemas de clientes em busca de modelos da grife. Como SP é uma cidade polo de negócios (inclusive de moda), investimos na loja para que o público de todo o país pudesse conhecer nossa produção completa sem precisar vir a Minas", justifica. A estilista e empresária conta que o espaço consome a média de 30% da produção da maison mineira e também aumentou a visibilidade em torno do produto. "O movimento até nos surpreendeu. Percebemos que a marca é muito forte, pois, apesar de nunca termos investido em propaganda, o fluxo de vendas é crescente desde a abertura, movimento em muito justificado por clientes de outros estados. Eles já respondem por quase metade das vendas", afirma.


Nenhuma palavra chave encontrada.
O conteúdo acima foi reproduzido conforme o original, com informações e opiniões de responsabilidade da fonte (veículo especificado acima).
© Copyright. Interclip - Monitoramento de Notícias. Todos os direitos reservados, 2013.