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Portal EM ( Economia ) - MG - Brasil - 30-03-2016 - 06:00 -   Notícia original Link para notícia
Serasa faz 'feirão' em BH para renegociar dívidas

Feirão promete condições e descontos especiais de hoje a sábado, em meio a juros recordes no Brasil de até 293% ao ano no cheque especial







No balcão do SPC na capital mineira, o índice de recuperação de crédito caiu 7,87% em fevereiro ante o mesmo mês do ano passado (foto: Marcos Michelin/EM/D.A Press - 19/11/14)

Consumidores endividados de Belo Horizonte serão atendidos em mutirão para renegociação de dívidas, de hoje a sábado, organizado pela empresa SerasaConsumidor, braço da Serasa Experian, prestadora de serviços na área financeira. Levantamento de dados mais recente da consultoria sobre o calote no Brasil indica que 59 milhões de pessoas estão inadimplentes. No terceiro lugar do ranking nacional, Minas Gerais tem cerca de 5,5 milhões na lista de negativados. Rio de Janeiro e São Paulo, nesta ordem, lideram o universo dos brasileiros que caíram no endividamento sem controle, em meio ao agravamento da crise da economia e à alta dos juros nos empréstimos.

Ainda de acordo com estudo da Serasa, 40% das pessoas que regularizaram sua situação financeira voltam a ficar inadimplentes num período inferior a menos de 12 meses. O Feirão Limpa Nome do SerasaConsumidor será realizado no estacionamento G3 do Via Shopping Barreiro, centro de compras interligado à estação BHBUS Barreiro, das 8h às 18h.

O evento vai reunir grandes empresas e instituições do mercado de crédito, como Bradesco Cartões, Bradescard, Cartões American Express, HSBC, Banco Pan, Recovery, Losango, Net, Claro, Embratel, Avista Cartões e grupo financeiro BMG. A promessa aos consumidores inadimplentes dispostos a renegociar dívidas é de que serão oferecidas condições e descontos especiais. Os interessados em sair da lista de negativados deverão comparecer ao feirão munidos de CPF e documento de identidade com foto, seja a carteira de identidade, seja a de trabalho.

Para ajudar o consumidor a gastar com planejamento e fugir do endividamento sem controle, a Serasa criou uma cartilha na internet que ensina as pessoas a criarem uma relação equilibrada com o orçamento e a negociar com os credores. O e-book "Como se preparar para a negociação de dívidas", dividido em quatro capítulos, foi elaborado, segundo a consultoria, a partir das orientações dadas por psicológicos do Hospital das Clínicas de São Paulo, que estudam as emoções do consumidor nas compras, e advogados experientes em programas de superendividamento em órgãos de defesa do consumidor. A publicação pode ser baixada no site www.serasaconsumidor.com.br/negociardividas.

Raciocinar sobre o custo da compra parcelada de mercadorias e as condições oferecidas nos empréstimos é o primeiro passo para sair da inadimplência e, inclusive, não cair nessa situação (veja o quadro). A taxa média de juros no crédito livre subiu de 49,6% ao ano em janeiro para 50,6% anuais em fevereiro, informou ontem o Banco Central (BC). Em fevereiro de 2015, essa taxa estava em 40,6% ao ano. Para pessoas físicas, a taxa média de encargos no crédito livre evoluiu de 66,4% anuais para 68% ao ano, de janeiro para fevereiro, enquanto a taxa para pessoa jurídica subiu de 31,7% ao ano para 31,9% ao ano no mesmo período.

Entre as principais linhas de crédito livre para a pessoa física, o destaque no mês passado ficou por conta do cheque especial, cuja taxa avançou de 292,3% ao ano para 293,3% ao ano na mesma base de comparação. Com isso, o patamar de juros cobrados nesse tipo de empréstimo voltou ao nível de julho de 1994. Na ocasião, a taxa estava em 293,9%, o maior porcentual da série do indicador. Para o crédito pessoal, os juros aumentaram de 29,3% ao ano para 29,5% ao ano.

NEGOCIAÇÃO EM BAIXA Dados do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC) da de Belo Horizonte (/BH) mostraram em fevereiro que o número de consumidores da capital que regularizaram suas dívidas caiu 7,87% em relação ao mesmo mês do ano passado. A maior parte das pessoas que acertou seus débitos foram do sexo feminino, um total de 58,3%. Os belo-horizontinos que mais regularizaram sua situação, com participação de 28,82%, têm entre 30 e 39 anos, sendo os jovens de 18 a 24 anos aqueles com menor índice de recuperação de crédito (8,29%).

Em nota divulgada pela /BH, a economista da instituição Ana Paula Bastos observou que o atual cenário de pressão inflacionária e, sobretudo, de juros elevados tem dificultado a perspectiva de o consumidor renegociar suas dívidas. Na comparação com janeiro deste ano, o índice de recuperação de crédito, com base nos dados do SPC de BH, caiu 12,62%.

No Feirão Limpa Nome, do SerasaConsumidor, os consumidores poderão abrir seu Cadastro Positivo, um banco de dados que reúne informações sobre o histórico de pagamentos e compromissos de consumidores e empresas, gerenciado pelo SPC e a Serasa. A criação da ferramenta a partir da regulamentação da Lei do Cadastro Positivo (de número 12.444), em outubro de 2012, levantou polêmica entre instituições de defesa do consumidor, que questionaram o benefício do cadastro, a exemplo do Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec). Trata-se de medida com inclusão optativa. (Com agências)

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Sem custo adicional

Pela primeira vez desde que o sistema de bandeiras tarifárias foi criado, no início de 2015, os consumidores não pagarão acréscimos na fatura de energia elétrica. A diretoria da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) aprovou ontem a vigência da bandeira verde para abril, na qual não há custo adicional ao consumidor. Até este mês, vigorava a bandeira amarela, que representa uma cobrança extra de R$ 1,50 a cada 100 kilowatts-hora (kWh) consumidos. Conforme a agência reguladora, três fatores contribuíram para a bandeira verde: a evolução positiva do período úmido de 2016, que recompõe os reservatórios das hidrelétricas; o aumento de energia disponível por conta da redução de demanda; e a entrada em funcionamento de novas usinas ao sistema elétrico brasileiro.

Débitos levam 22% da renda

Brasília - O endividamento das famílias brasileiras com o sistema financeiro passou de 45,2% em novembro para 44,3% em dezembro e 44,6% em janeiro, divulgou ontem o Banco Central (BC). A instituição começou a fazer o levantamento em janeiro de 2005. O comprometimento de renda das famílias com o Sistema Financeiro Nacional (SFN) caiu um pouco de novembro de 2015 (21,8%) para dezembro (20,9%). Em janeiro, ficou em 21,8%. Descontados os empréstimos imobiliários, o comprometimento da renda passou de 19,3% em novembro para 18,5% em dezembro e 19,4% em janeiro.

O cálculo do BC leva em conta o total das dívidas dividido pela renda no período de 12 meses e incorpora os dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua) e da Pesquisa Mensal de Emprego (PME), ambas do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Descontadas as dívidas imobiliárias, o endividamento apresentou baixa em dezembro, ficando em 25,6% da renda anual. Em novembro, estava em 26,3%. Em janeiro, no entanto, apresentou elevação para 25,8%.

Com a recessão, o chefe do Departamento Econômico do BC, Tulio Maciel, revisou ontem para baixo todas as estimativas da instituição para o crédito no Brasil em 2016. A nova previsão para a expansão desse mercado no ano é de 5%, ante 7% da projeção apresentada em dezembro. Em 12 meses até fevereiro, a expansão já está em 5,3%, apresentando queda de 0,5% na margem, o que significa que o BC não conta com aumentos adicionais até o fim de dezembro.

No caso de financiamentos com recursos livres, a nova previsão da autoridade monetária para 2016 diminuiu de 5% para 2% e, no crédito direcionado, de 9% para 7%. Em 12 meses até fevereiro, a alta de empréstimos com recursos livres ficou em 2,6% e, no direcionado, em 8,2%. Maciel apresentou ainda previsão menor para o mercado de crédito na comparação com o Produto Interno Bruto (PIB, a soma da produção de bens e serviços do país). No lugar da participação imaginada anteriormente de 55% do crédito sobre o PIB, agora a expectativa é de 54%. Em 2015, a relação ficou em 54,5% e, em 2014, em 53,1%.


Palavras Chave Encontradas: Câmara de Dirigentes Lojistas, CDL
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