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Isto é Dinheiro online ( Colunas ) - SP - Brasil - 26-03-2016 - 09:37 -   Notícia original Link para notícia
"A crise existe, mas não posso ficar parado", diz dono da Cacau Show

Na quarta-feira, 23 de março, o empresário Alexandre Costa, fundador e dono da marca de chocolate Cacau Show, com 2.014 lojas próprias e franqueadas que movimentaram R$ 2,5 bilhões em 2015, atendeu o telefonema da reportagem em uma sala totalmente informatizada na sede de sua empresa. Enquanto falava com a coluna, acompanhava as vendas em tempo real. Naquele dia, a cada 13 minutos, a rede de chocolates faturava R$ 1 milhão. No dia seguinte, disse ele, esperava faturar R$ 1 milhão a cada 7 minutos. "Na Páscoa, tem loja que vende em um único dia o que não consegue comercializar em janeiro e fevereiro juntos", diz Costa. O empresário diz ainda que, em 2016, a empresa crescerá cerca de 20% em relação ao ano passado e movimentará R$ 3 bilhões. Qual o segredo para fugir da crise? Há dois meses, a Cacau Show inaugurou uma fábrica de sorvetes, criou um departamento para vender os seus produtos no mercado corporativo e também aumentou o exército de vendedores por catálogo para 10 mil pessoas. "Não adianta eu ficar criticando o governo, ele vai atrapalhar de qualquer jeito. A situação não está legal, mas não está boa para todo mundo, inclusive para o meu concorrente. Tenho que trabalhar, pois há muito cliente para conquistar." Acompanhe os principais trechos da entrevista:


Não existe crise para a Cacau Show?
A crise existe, mas não posso ficar parado. Tenho que acrescentar novos negócios e aumentar a receita. Há dois meses, inauguramos uma fábrica de sorvete (picolés para competir com a Diletto) e já estamos vendendo em mais de 1,1 mil pontos. Até o fim do ano, estaremos em 2 mil pontos, como em lojas e quiosques, e esse negócio representará 5% do nosso faturamento. Nós também criamos um departamento de vendas corporativas, vamos até as empresas e vendemos para os clientes no ambiente de trabalho e, em alguns casos, descontamos em folha de pagamento. Isso vai representar 10% do nosso faturamento até o fim do ano. Fora isso, aumentamos a equipe de vendas diretas para 10 mil pessoas.

Hoje, muitos ativos estão baratos. A empresa pretende fazer aquisições?

Existem empresas menores nos procurando, mas agora não temos interesse. Precisamos focar no nosso negócio e continuar fazendo investimentos. Vamos abrir 250 lojas até o fim de 2016 e estamos ampliando a nossa fábrica em São Paulo. Há 7 anos, esta unidade tinha 5 mil metros quadrados, hoje conta com 55 mil metros quadrados e somaremos mais 52 mil metros quadrados até dezembro. Trata-se de um investimento de R$ 100 milhões e vamos concentrar toda a logística aqui.


A empresa pretende buscar o mercado externo?
Ainda há muito por fazer aqui no Brasil, mas estamos de olho. Já estamos estudando o mercado latino-americano. Gostamos muito do México, do Chile, do Peru e da Colômbia. Mas é algo para 2017.


E o governo, como o senhor avalia?
Não adianta eu ficar criticando o governo, ele vai atrapalhar de qualquer jeito. A situação não está legal, mas não está boa para todo mundo, inclusive para o meu concorrente. Tenho que trabalhar, pois há muito cliente para conquistar.


Mas a crise fez a empresa buscar novas alternativas.
Sim. Se você percebe que vem um vento forte contra você, você acelera mais. A resposta que damos para isso é atitude de fazer as coisas acontecerem. Contra a crise tem que ter mais trabalho, mais engajamento, mais criatividade e mais liderança.


(Nota publicada na Edição 960 da Revista Dinheiro, com colaboração de Lúis Artur Nogueira e Márcio Kroehn)


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