PUBLICADO EM 25/03/16 - 03h00

Depois de integrar o manifesto por mudanças no país feito pelo Fórum das Entidades Empresariais do Estado de Minas Gerais, o presidente da Câmara de Dirigentes LojistasCâmara de Dirigentes Lojistas de Belo Horizonte (CDLCDL-BH), Bruno FalciBruno Falci, conversou com o Aparte sobre a delicada situação vivida no Brasil. Segundo ele, o atual cenário é insustentável. "O mercado simplesmente não quer mais este governo, principalmente por conta do modo como ele vem atuando e aplicando uma má gestão", dispara o empresário. 

Presidente da CDLCDL da capital desde o ano passado, Falci pondera que faltam fatos sólidos e números da economia brasileira para se defender a gestão Dilma. "Todo dia, além de um escândalo político novo, há a divulgação de resultados ruins do mercado. Uma hora é a queda nas vendas, outra, o aumento do desemprego, déficits galopantes", elenca.

Além da CDLCDL de Belo Horizonte, outras oito entidades assinam o manifesto por mudanças no país. São elas: a Federação da Indústria de Minas Gerais (Fiemg), o Centro Industrial e Empresarial de Minas Gerais (Ciemg), a Federação da Agricultura de Minas Gerais (Faemg), a Federação das Associações Comerciais, Industriais, Agropecuárias e de Serviços do Estado de Minas Gerais (Federaminas), a Federação das Câmaras de Dirigentes Lojistas de Minas Gerais (FCDL-MG), a Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de Minas Gerais (Fecomércio-MG), a Federação das Empresas de Transportes de Carga do Estado de Minas Gerais (Fetcemg) e o Sindicato e Organização das Cooperativas do Estado de Minas Gerais (Ocemg).

Apesar de o texto claramente se posicionar por uma mudança de governo, em momento algum as federações citam a palavra "impeachment". Segundo Bruno FalciBruno Falci, a ausência do termo se dá por questões de interpretação. "Há juristas que, atualmente, consideram o impeachment uma ferramenta legal, há outros que não veem sua utilização de forma devida no momento. Até por conta disso, evitamos utilizar, mas, claramente, precisamos de uma alternativa a este governo. Se ela vai acontecer por impeachment ou renúncia, eu não sei dizer. Precisamos de uma mudança, seja de nomes ou de postura", afirma.

Segundo o dirigente da CDLCDL, o atual governo de Dilma Rousseff está desacreditado pelo próprio povo. "É comum, no meio médico, ver a expressão 'falência de múltiplos órgãos' sendo utilizada em casos extremos. É o caso do atual governo. Estamos em um estado terminal".

Na última segunda-feira, por coincidência ou não, o senador Antonio Anastasia (PSDB) se reuniu de forma sigilosa - quase "secreta" - com o presidente da Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg), Olavo Machado Júnior, para, segundo interlocutores, convencer o empresário de que a Fiemg precisa se posicionar de forma mais firme quanto ao impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT). Três dias depois do encontro, a Fiemg decidiu participar do manifesto.

Questionado se o encontro entre o tucano e a federação foi decisivo para o grupo se posicionar, Bruno FalciBruno Falci afirmou não ter detalhes sobre a reunião. "O Anastasia é um grande homem, muito sério e competente, mas não sei se a conversa com o presidente Olavo Machado teve alguma participação nesse contexto. Até conversei com o Olavo nestes últimos dias, mas não tratamos sobre este assunto".