Leitura de notícia
Portal O Tempo ( Economia ) - MG - Brasil - 24-03-2016 - 03:00 -   Notícia original Link para notícia
Queda generalizada faz Minas ter retração histórica do PIB

Agropecuária, serviços e indústria vão mal e Produto Interno Bruto mineiro cai 4,9% em 2015
O Estado de Minas Gerais passa por uma retração histórica. No ano passado, o Produto Interno Bruto (PIB) caiu 4,9% em relação ao ano anterior, o pior resultado desde que a Fundação João Pinheiro (FJP) começou a medir a geração de riquezas, em 2003. A queda foi generalizada. Mas o maior contribuinte para o resultado negativo foi a indústria, que recuou 9,1%

A indústria de transformação despencou 12,7%. Só o setor de máquinas e equipamentos caiu 38% e o de veículos caiu 33,1%. "São setores muito importantes para a economia mineira. No caso das máquinas, a redução indica que novas quedas virão no futuro, pois mostra que não há investimentos ligados a bens de capital", destaca o pesquisador da FJP e professor de microeconomia do Ibmec, Glauber Silveira.

Em 2015, nem mesmo o agronegócio que vinha salvando a lavoura teve desempenho positivo. "No Brasil, a agropecuária ainda teve crescimento, mas caiu 2,3% em Minas, principalmente pela queda na produção do café, responsável por um terço da pauta agrícola do Estado, e da cana-de-açúcar", explica Silveira. A produção de café caiu 1,4% e a de cana retraiu 2,9%.

A pecuária também ajudou. Na área de bovinos, a queda foi de 10,3%. "Tanto a pecuária como a agricultura foram muito impactadas pela falta de chuvas, ressalta Silveira. Segundo ele, a crise hídrica abalou também a indústria de energia, que recuou 12,2%.

O professor de economia do Ibmec, Felipe Leroy, afirma que além da seca, a agropecuária sentiu outro impacto negativo: o câmbio. "O setor utiliza muitos insumos dolarizados como equipamentos e fertilizantes", ressalta o economista.

Se agronegócio e indústria tem ido mal no Estado, a situação não é diferente para o ramo de serviços. "A redução de consumo em todos os setores reflete diretamente nos serviços", afirma Leroy. De acordo com Silveira, tudo é um efeito dominó. "Se a indústria não vai bem, não demanda muitos serviços de transporte, então caem as vendas de combustíveis e por aí vai", explica.

O setor como um todo caiu 2,8%. Os reflexos em cascata podem ser vistos nos números do comércio, com retração de 7,9%. O transporte recuou 5,4%. "O índice de confiança do consumidor está em níveis de baixa históricos. Por conta do cenário político, as pessoas temem perder os empregos e deixam de comprar", explica Silveira.

"O aumento da inflação diminuiu o poder de compra das famílias ao longo de 2015. Além disso, os juros elevados dificultaram o acesso do consumidor ao crédito, fator que inviabilizou as compras de produtos de maior valor agregado", afirma o presidente da (-BH), .

Mineração

Impacto. A indústria extrativa mineral teve forte recuo no quarto trimestre. A queda de 10,7% foi significativamente afetada pelo rompimento da barragem da Samarco, em Mariana.


Palavras Chave Encontradas: Bruno Falci, Câmara de Dirigentes Lojistas, CDL
O conteúdo acima foi reproduzido conforme o original, com informações e opiniões de responsabilidade da fonte (veículo especificado acima).
© Copyright. Interclip - Monitoramento de Notícias. Todos os direitos reservados, 2013.