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O Globo Online (RJ) ( Economia ) - RJ - Brasil - 19-03-2016 - 08:53 -   Notícia original Link para notícia
Dólar comercial recua 1,88%, para R$ 3,583

Retração do câmbio leva BC a anunciar volta de operações de compra da moeda, a partir de segunda-feira


A expectativa de mudança de governo fez o dólar comercial renovar ontem as mínimas do ano e fechar abaixo de R$ 3,60. A moeda americana encerrou o pregão cotada a R$ 3,583, um recuo de 1,88% ante o real. Foi o menor valor desde os R$ 3,552 de 27 de agosto de 2015. O ritmo expressivo da queda do dólar, porém, levou o Banco Central a (BC) anunciar que voltará a ofertar operações de swaps cambiais reversos, que equivalem à compra da moeda no mercado futuro, retirando dólar do mercado. Esses leilões não eram feitos há três anos. O primeiro será na segunda-feira, com a oferta de 20 mil contratos.


Antes de confirmar a retomada dessas operações, o BC consultou as instituições financeiras credenciadas a atuar em seu nome sobre o interesse por esses leilões. Essa simples consulta, por volta das 17h30m, reduziu fortemente a queda do dólar negociado na BM&FBovespa, no chamado mercado à vista. Enquanto o dólar comercial perdeu quase 2%, a retração no mercado à vista se limitou a 0,10%, com a divisa cotada a R$ 3,6242. Na mínima, recuara a R$ 3,5728. A cotação do dólar comercial é referência nas operações de comércio exterior, e a do à vista, do mercado financeiro.


OBJETIVO É CONTROLAR VOLATILIDADE


Na avaliação de operadores, essa ação indica que o BC quer controlar a volatilidade do dólar, evitando quedas excessivas.


Esse tipo de swap se usa quando o dólar está em queda. O entendimento é que o BC está querendo controlar a volatilidade  disse Cleber Alessie, operador de câmbio da corretora H.Commcor.


No swap cambial reverso, o BC ganha se o dólar sobe e perde se cai. O oposto do que ocorre com as operações de swap cambial tradicional, nas quais a autoridade monetária ganha dinheiro se a cotação da moeda cai.


O dólar comercial encerra suas negociações às 17h, uma hora antes do à vista. Até esse horário, ambos têm cotações muito similares. Mas só o dólar à vista refletiu a sondagem do BC.


No mês, a moeda americana acumula queda de 10,5%, que se deve a dois fatores. Em primeiro lugar, há um movimento global de desvalorização do dólar, devido à menor percepção de risco em relação à economia mundial. Internamente, pesa o enfraquecimento do governo Dilma Rousseff, com a expectativa de impeachment.


Analistas da Yield Capital observaram, em relatório, que a decisão do BC de aproveitar a queda do dólar para reduzir a rolagem dos swaps cambiais tradicionais foi acertada, pois aproveitou "o momento de forte fluxo (...) sem alterar de maneira drástica a dinâmica do mercado".


Até o início do mês, a rolagem estava sendo feita de forma integral. Agora, o BC reduziu o número de contratos renovados, e a rolagem está em 77% dos vencimentos de abril. Se isso se mantiver até o fim do mês, o estoque de swaps irá cair de US$ 108 bilhões para pouco menos de R$ 106 bilhões.


Já a Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) fechou com leve recuo de 0,19%, aos 50.814 pontos, devolvendo uma pequena parcela dos ganhos do pregão anterior, quando registrou a maior alta desde 2009. A queda só não foi maior porque as principais Bolsas globais operaram em alta e a prévia do IGP-M mostrou desaceleração.


Os papéis preferenciais (PN, sem direito a voto) da Petrobras fecharam em leve alta de 0,24%, cotados a R$ 8,12, e os ordinários (ON, com voto) recuaram 1,34%, a R$ 10,30. No caso das ações da Vale, as PN subiram 3,01%, enquanto as ON recuaram 1,09%.


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