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O Globo Online (RJ) ( Economia ) - RJ - Brasil - 12-03-2016 - 08:10 -   Notícia original Link para notícia
Em vez de comprar, o verbo agora é consertar, alugar e compartilhar

OBERTA SCRIVANO roberta. scrivano@ sp.oglobo.com. br 


"Com a alta da inflação, os consumidores brasileiros procuram modelos alternativos de como usufruir os produtos"
Graciana Méndez Analista de Tendências da consultoria Mintel Group


A crise econômica está criando um novo jeito de consumir entre os brasileiros. Customizar, consertar, alugar e compartilhar produtos estão tomando o lugar do "comprar". O objetivo: economizar. É o que mostra estudo da consultoria Mintel Group, que traçou as tendências do consumo nacional e classificou os brasileiros como os "heróis da pechincha". E esse movimento se reflete no crescimento de negócios alternativos ao consumo tradicional, que amarga continuada queda nas vendas.



MARCOS ALVESRenovação. No Hospital das Bonecas, em São Paulo, a procura pelo conserto de brinquedos aumentou 30% em 2015


A rede de lojas Arranjos Express, que presta serviços de costura, por exemplo, viu a demanda pela customização de roupas crescer 20% ao longo de 2015. O brechó on-line Enjoei dobrou o volume vendido e projeta alta de 150% para este ano.


- É nos contextos de crise que possibilidades que eram consideradas alternativas ganham popularidade e se tornam mais convencionais, conhecidas e praticadas por muitas pessoas. E esses novos modelos, que ainda estão em fase inicial, fornecem um melhor controle financeiro para o consumidor - diz Graciana Méndez, analista de Tendências da Mintel.


'RENOVAR SEM GASTAR TANTO'


Valendo-se desse cenário de aperto no orçamento das famílias, o hospital de bonecos e carrinhos Central Técnica de Brinquedos, um dos maiores do país, que funciona em Porto Alegre há 40 anos, registrou aumento de 25% na procura por conserto de brinquedos no ano passado. O mesmo movimento foi identificado por Leandro Primo Capelo, dono do Hospital das Bonecas, que tem quatro unidades em São Paulo.


- O mercado cresceu bastante no ano passado - diz Capelo, que tem consertos a partir de R$ 25 e viu seus negócios se expandirem 30% em 2015.


O estudo da Mintel identificou que 40% dos brasileiros compraram menos roupas e acessórios em 2015, na comparação com 2014, e que 42% mudaram seus hábitos de compra por causa do aumento nas contas de casa.


- Com a alta da inflação em 2015, os consumidores brasileiros procuram modelos alternativos de compra e de como usufruir os produtos - diz Graciana.


Atuando em um segmento de negócios que também permite o reaproveitamento de itens que já constam do guarda-roupas das pessoas, a Sapataria do Futuro elevou a comercialização de seus serviços em 25% só no segundo semestre de 2015.


- O brasileiro está descobrindo que pode renovar os itens que já tem sem gastar tanto - observa o português Paulo Alexandre, dono da Arranjos Express, que funciona em Portugal desde 2003 e chegou ao Brasil em 2012.


A Arranjo Express, que já tem 44 lojas no país, sendo quatro em shoppings do Rio, transforma, por exemplo, camisetas de manga longa em regata ou calças em saias.


"Em 2016, essas alternativas aos modelos de compra tradicionais permitirão que os consumidores continuem usufruindo de novos produtos e serviços sem a necessidade de gastar muito dinheiro", conclui o estudo da Mintel Group.


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