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O Globo Online (RJ) ( Economia ) - RJ - Brasil - 12-03-2016 - 08:11 -   Notícia original Link para notícia
Preços em queda no mercado de luxo

Vendas esfriam e mesmo produtos para ultrarricos 'encalham'


A pós anos de preços subindo, o valor de ativos de luxo está começando a se estabilizar e, em alguns casos, até a cair. E, mesmo assim, alguns lotes de leilões não estão sendo arrematados. Entre as causas desse movimento estão a queda dos preços do petróleo e das commodities, a desaceleração da economia chinesa e a perspectiva de juros mais altos nos EUA.


- Nós acabamos de passar por um boom diferente de qualquer coisa que eu tenha visto em 30 anos de negócio - afirma Jonathan J. Miller, diretor executivo da Miller Samuel, consultoria e imobiliária de luxo, sobre as vendas de mercado. - Os compradores desses ativos esfriaram ao mesmo tempo.


Em Manhattan, alguns corretores de imobiliárias de luxo baixaram os valores. O preço anunciado em um condomínio na Park Avenue, uma das principais da cidade, caiu em US$ 18,5 milhões, ficando abaixo dos US$ 30 milhões. E apartamentos na região ao sul do Central Park ficaram US$ 7 milhões "mais baratos" no ano passado, saindo por meros US$ 18 milhões. Desde então, já baixaram outros US$ 2 milhões, mas nenhum foi vendido.


Os preços permanecem inatingíveis para a maioria das pessoas a não ser os ultrarricos. Ainda assim, o impacto é significante: 189 apartamentos foram vendidos no ano passado por mais de US$ 10 milhões, o que representa queda de 12% frente a 2014, segundo o CityRealty, que acompanha vendas de imóveis.


E o mercado de arte também sente essa mudança de comportamento da elite. Os principais leilões de Londres em fevereiro registraram queda nas vendas: com recuos de 35% e 50% nas casas de leilões Christie's e Sotheby's.


EFEITO NOS CARROS CLÁSSICOS


Em uma venda muito acompanhada pelo mercado, o financiador malaio Jho Low vendeu o quadro de Picasso "Tête de femme" por US$ 27 milhões, o que representa perda de US$ 13 milhões ( sem considerar comissões), já que comprou a pintura na Sotheby's por US$ 40 milhões em 2013.


- Estamos vendo mais restrição por megacompradores, tanto individuais, quanto instituições - afirma Evan Beard, executivo do U. S. Trust, que aconselha clientes de alta renda. - Muitos aspirantes olharam para toda a incerteza (do cenário global) e decidiram se retirar dessa temporada.


Esse esfriamento afeta especialmente os carros clássicos, a categoria de produtos de luxo que teve o maior aumento de preços nos últimos dez anos (490%), segundo o Relatório de Riqueza Knight-Frank 2016. As vendas em leilões de carros em janeiro nos EUA caíram 15% ante 2015, a primeira queda desde 2010. E os preços também estão recuando, segundo Eric Minoff, especialista da casa de leilões Bonhams.


Apesar de os ultrarricos pagarem frequentemente em dinheiro, a liquidez de compradores em potencial também está retraindo, segundo Beard. Os credores estão mais cautelosos a financiar compras exóticas. As casas de leilões estão menos dispostas a estender as chamadas garantias de preço a vendedores.


- Há apenas alguns muitos bilionários por aí - afirma Miller. - Apesar de rodarem de um lugar para outro pelo mundo, em algum momento você questiona se eles não têm o bastante.


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