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Diário do Comércio online - BH (MG) ( Economia ) - MG - Brasil - 10-03-2016 - 00:00 -   Notícia original Link para notícia
Renda está comprometida com compras parceladas

Quantas vezes você já se deparou com as contas do mês e teve a impressão de que gastou mais do que devia? Essa sensação é algo comum entre a população de modo geral, mas, em cenários de crise, principalmente, torna-se uma preocupação a mais para a economia. Pesquisa realizada pela de Belo Horizonte (-BH), intitulada "Educação financeira/hábitos de consumo", mostrou que 78% dos habitantes da Capital estão com a renda familiar comprometida com compras parceladas ou financiamentos acima do nível recomendado por economistas, que é de 30%. Ou seja, estão gastando mais do que devem.

De acordo com o estudo inédito, realizado no período de 15 a 19 de fevereiro e divulgado ontem, apenas 22% dos consumidores belo-horizontinos têm gastado dentro do limite ideal. Enquanto isso, 44,1%, a maior faixa, estão com mais da metade da receita comprometida; e 33,9% têm de 31% a 50% da renda destinada ao custeio desse tipo de despesa. Os homens (47,1%) são os que têm o maior endividamento. Na análise por classe social, os consumidores, de ambos os gêneros, pertencentes às classes A e B lideram a estatística (46,5%), assim como as pessoas na faixa etária de 35 a 64 anos (55,5%).

Mesmo diante da crise política e financeira do Brasil, o vice-presidente da -BH, Marco Antonio Gaspar, explica que é possível se manter no limite dos 30%, mas para isso é preciso educação financeira. Ele destaca que o consumidor deve redobrar sua atenção e sempre buscar separar 70% de sua receita, uma espécie de margem de segurança, para os gastos básicos, como aluguel, contas de água, luz, telefone e alimentação.

"É um número grave e assusta porque 78% dos belo-horizontinos estão extrapolando a recomendação de todos os economistas e isso, fatalmente, vai se tornar um problema no futuro. Estamos em crise, todo mundo está sujeito a perder o emprego, a inflação está em alta, temos um quadro de forte recessão, então é uma época que seria aconselhável fazer um planejamento. Diante da crise, devemos ter uma atenção muito maior com as finanças", destaca Gaspar.

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Avaliação prévia - Com o alto grau de endividamento, fica difícil para o consumidor evitar a inadimplência. Uma orientação da -BH para evitar o problema é uma avaliação prévia das finanças antes da compra. Segundo a pesquisa, 62,7% dos belo-horizontinos adotam a medida de modo frequente. Entre os homens, 71,8% afirmam fazer a análise sempre ou quase sempre; já no universo feminino, o percentual é de 55,4%. Ainda assim, o comprometimento da renda permanece elevado. Isso porque, segundo Gaspar, a maior parte dos consumidores acredita que conseguirá quitar o parcelamento se apertar o orçamento.

"Recomendamos ao consumidor para não contar com a sorte. Sempre acontecem fatos inesperados, e você vai ter de abrir mão de alguns parcelamentos. Essa é a nossa maior preocupação. É um dado que até me surpreendeu. O consumidor avalia, mas toma a decisão errada. Ele confia que vai conseguir honrar os compromissos, mas ocorre algum problema e o planejamento é atrapalhado", observa Gaspar.

Outras atitudes que podem ajudar o consumidor a ter uma vida financeira tranquila é não comprar por impulso e acompanhar mensalmente as receitas e despesas, como já dizem fazer 60% dos entrevistados. As classes A e B são as que mais fiscalizam de perto as contas (75,9% dos seus consumidores), seguidas pela C e D (55,8%) e E (41,1%). Os métodos mais utilizados pelos belo-horizontinos para o controle de gastos são o extrato bancário (39,6%) e a planilha eletrônica (35,7%).

Com relação à forma de pagamento das compras, 78,9% dos consumidores disseram optar por operações à vista. Além disso, 83,9% afirmam pagar todas as contas na data de vencimento.


Palavras Chave Encontradas: Câmara de Dirigentes Lojistas, CDL
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