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Estado de Minas Online ( Economia ) - MG - Brasil - 06-03-2016 - 11:54 -   Notícia original Link para notícia
Da demissão ao negócio próprio

Casal investe o dinheiro da indenização trabalhista para abrir biscoiteria e já pensa em expandir o empreendimento


Desde 2010, Warley dos Reis, de 30 anos, esperava o momento certo para abrir o próprio negócio. Ainda na faculdade ele traçou um plano estratégico e, até o fim de 2015, foram mais cinco anos estudando o mercado, fazendo cursos no Sebrae, pesquisando fornecedores. Quando em outubro sua mulher, Daniela Reis, foi demitida da indústria metalúrgica onde trabalhava como assistente administrativa, o casal decidiu colocar o sonho em prática. Em janeiro, inauguraram a biscoiteria Platina, no Bairro Calafate.




O coach financeiro Ricardo Melo, especialista em finanças comportamentais e em estudos estatísticos da cência da probabilidade pelo Massachusetts Institute of Technology (MIT), diz que é verdadeiro o antigo conceito de que a recessão pode trazer boas alternativas. "Estudos mundiais mostram que grandes patrimônios começam a ser construídos em momentos de crise econômica, onde os investidores detectam novas oportunidades."



Como no caso de Warley e Daniela, a chance pode ser a abertura de uma empresa. Outros podem preferir a compra de um imóvel, um negócio on-line, o mercado de capitais. "Nesse momento, as notícias gerais da economia vão dizer que a hora não é propícia, os amigos vão criticar, mas a percepção e a coragem do investidor fazem a diferença na história de quem constrói riquezas", alerta o especialista.



Um ponto importante dessa conta é o limite entre o aventureiro e o empreendedor. O aventureiro, explica Melo, é aquele que não se prepara para um negócio. Recebe um recurso e considera que pode se tornar um investidor de forma intuitiva. Já o empreendedor estuda o negócio e o mercado, busca informações, se prepara, traça seu plano de ação e seus objetivos. "Ao definir o seu empreendimento, o investidor ainda promove um eficaz gerenciamento de riscos", reforça o especialista.
Empreendedor é o que Warley e Daniela estão se tornando. "Esperávamos rever nosso investimento em seis meses, mas acho que vamos conseguir em cinco", diz Warley. O negócio, que teve como principal aporte a indenização trabalhista de Daniela, começou com R$ 15 mil. O casal já foi sondado por dois empresários interessados em se associar a eles na expansão da biscoiteria.



Para Warley, um dos diferenciais do ponto de vendas foi a aposta em biscoitos para várias tribos, sem lactose, sem glúten, integrais, sem açúcar. "Agora, estamos em busca de um fornecedor para biscoitos orgânicos." Otimista, o casal conta que até agora a crise que cortou o emprego não chegou ao negócio. "Vi essa crise como oportunidade, pesquisamos o ponto e percebemos que não teríamos concorrentes", lembra Warley.



Caso 2016 se confirme como mais um período de recessão, o Brasil terá o pior triênio de sua história, só experimentado no início da década de 80. Márcio Salvato, coordenador do curso de economia do Ibmec, explica que, assim como o boom de crescimento chega ao fim, a recessão também termina, uma espécie de alívio em meio à queda da atividade econômica. Ele aponta que, mesmo em uma recessão profunda, alguns segmentos podem oferecer oportunidades, e mesmo em setores afetados pela recessão podem surgir oportunidades pontuais, o que favorece investimentos.
Daniela Reis diz que sentiu ter sido dispensada do emprego, onde já trabalhava há quase quatro anos, mas ao mesmo tempo se sente satisfeita por estar à frente do próprio negócio. "Estamos pensando em abrir uma segunda loja, em Contagem."


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