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Diário do Comércio online - BH (MG) ( Economia ) - MG - Brasil - 05-03-2016 - 11:39 -   Notícia original Link para notícia
Produção de veículos ainda em queda

São Paulo - A Associação Nacional das Fabricantes de Automóveis (Anfavea) divulgou na sexta-feira novos números negativos do mercado de automóveis. Houve queda de 36,4% na produção de veículos leves, caminhões e ônibus na comparação entre fevereiro e o mesmo mês do ano passado.

A produção de veículos em fevereiro atingiu 131.313 unidades, retração de 12,5% ante janeiro.

Na comparação dos dois primeiros meses do ano, o recuo é de 31,6% em relação ao primeiro bimestre de 2015. Entre janeiro e fevereiro deste ano, a produção caiu 12,5%. O vice-presidente da entidade Luiz Carlos Gomes de Moraes classificou a situação do setor como dramática. "É a pior crise da indústria de veículos do País. Nunca vi uma crise tão grande. A situação é dramática", disse.

Os clientes continuam sumindo das concessionárias. Novamente as vendas apresentaram queda. O número de veículos licenciados no primeiro bimestre de 2016 despencou 31,3% comparado a 2015. Em fevereiro deste ano foi 21% menor em relação ao mesmo mês do ano passado. Na comparação com janeiro a queda foi de 5,5%.

Os estoques continuam altos. São 241 mil unidades nos pátios das montadoras e concessionárias, carros suficientes para cobrir 46 dias de vendas, ante 262,4 mil carros do cálculo anterior, que compreendia 51 dias de venda. "Isso é muito ruim para a saúde financeira das empresas", disse Luiz Moan, presidente da Anfavea. "É clara a necessidade de ajuste entre estoque e produção".

Mesmo o dado que pode parecer positivo, como aumento de 0,8% no número de empregados em fevereiro em relação ao mês anterior, esconde uma notícia ruim. "Esse crescimento não pode ser considerado estrutural. Uma das associadas efetivou pessoal terceirizado. Sem isso haveria uma queda de 1,1 mil postos de trabalho", disse Luiz Moan. Na comparação com fevereiro de 2015 houve queda de 7,4% no número de empregados.

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Exportações - As boas notícias ficaram por conta das exportações de veículos, que deram um salto de 53,1% em fevereiro comparado com janeiro. O bimestre deste ano foi 26,8% superior ao do ano passado. Na comparação de fevereiro com o mesmo mês de 2015, a alta foi de 16,7%.

A perspectiva é que esses números ainda melhorem caso as montadoras brasileiras consigam fechar contratos de venda para o Irã, que pretende comprar 140 mil automóveis para renovar a frota de táxis, 65 mil caminhões e 17 mil ônibus.

"Em outubro fizemos (com integrantes do governo federal) uma missão empresarial ao Irã e dissemos que sabíamos que eles tinham uma série de necessidades. Há cerca de 10 dias eles demonstraram interesse em adquirir automóveis, caminhões e ônibus", disse Luiz Moan.

O valor do negócio pode chegar a US$ 5 bilhões. "Dez empresas associadas da Anfavea já manifestaram interesse em buscar a concretização desse negócio, então daqui para a frente passa a ser uma negociação comercial. Para do ponto de vista do governo brasileiro e passa a ser dos executivos de cada uma dessas dez empresas", diz Moan.

De acordo com a Anfavea, as vendas de automóveis, comerciais leves, caminhões e ônibus caíram 5,5% em fevereiro ante janeiro e recuaram 21% na comparação com igual mês do ano passado. No segundo mês de 2015, foram emplacadas 146.809 unidades em todo o País. No acumulado do ano, foram 439.797 unidades vendidas, queda de 31,3% ante igual intervalo de 2015.

Considerando somente automóveis e comerciais leves, foram emplacadas 142.258 unidades em fevereiro, o equivalente a quedas de 5,1% na comparação com janeiro e de 20,6% ante um ano atrás. No segundo mês do ano, foram vendidos 122.179 automóveis e 20 079 comerciais leves. No primeiro bimestre, os dois segmentos acumulam tombo de 31%.

Já as vendas de caminhões atingiram 3.851 unidades em fevereiro, declínio de 12,8% ante janeiro e de 25,3% ante igual mês do ano passado. No acumulado do ano, houve baixa de 35,5%. No caso dos ônibus, foram vendidas 700 unidades, tombos de 32,2% na variação mensal e de 54,2% na comparação anual. (FP e AE)


 


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