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Estado de Minas Online ( Economia ) - MG - Brasil - 04-03-2016 - 04:00 -   Notícia original Link para notícia
Consumo recua após 11 anos

Motor do crescimento desde 2006, gastos das famílias diminuem 4%, indicando duro ajuste no orçamento, diante da renda menor e dos índices que mostram aumento do desemprego
Os números reprimidos da economia inibiram o consumo das famílias, que caiu 4% em 2015, a maior queda desde 2006. O indicador corresponde a 60% do Produto Interno Bruto (PIB) e tem grande relevância como motor na retomada da economia. O consumo que havia crescido em 2014, na ordem de 1,3%, desacelerou fortemente no ano passado, mostrando que o brasileiro foi mais rápido para promover em casa o seu ajuste fiscal.

Segundo o IBGE, favoreceram o corte de gastos o crescimento da inflação, dos juros, a redução do crédito e a deterioração do emprego e da renda. A desvalorização do real também pesa, uma vez que o brasileiro consome produtos importados que, com a alta do dólar, ficaram mais caros em 2015, pressionando o custo de vida. O endividamento e as incertezas no mercado de trabalho continuam ajudando os brasileiros a pisar no freio, o que é uma decisão acertada sob o ponto de vista individual, mas que contribui para aprofundar a crise no país em ciclo vicioso de menor demanda, menor produção e menos empregos.

A desaceleração do consumo das famílias afetou a indústria, empresas de prestação de serviços e o comércio. "Por enquanto a projeção para 2016 é de nova queda do PIB na ordem de 3,6%", observa Teodomiro Diniz Camargos, presidente da Câmara da Construção Civil da Federação das Indústrias de Minas Gerais (Fiemg). Ele explica que a desaceleração do setor foi puxada pela redução no ritmo de obras públicas, obras industriais e pelo freio no desembolso das famílias.

O olhar positivo em 2016 vem para os recursos do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) na ordem de R$ 21 bilhões, que devem impulsionar as obras do Minha Casa Minha Vida, programa de subsídio a moradia popular, contribuindo para uma reação do setor. "Em tempos de incerteza, os imóveis também são vistos por investidores como uma opção de raiz e mais segura", completa Diniz Camargos.

Um dos reflexos também fortes da desaceleração do consumo das famílias foi o freio imposto às vendas do comércio. Dados da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) apontam para o fechamento no país de 100 mil lojas no ano passado. Para , presidente da de Belo Horonte (-BH), o modelo econômico, está desgastado. "A insistência na manutenção do plano pode levar a economia a uma retração maior que a vivida atualmente. O empresariado espera é que o governo corte gastos públicos e crie uma agenda mínima de desenvolvimento econômico que dê folego, principalmente, para as empresas de pequeno e médio porte, gerando condições do Brasil voltar ao caminho do crescimento", comentou.

Segundo a nota do Ministério da Fazenda sobre o PIB de 2015, o governo tem tomado medidas necessárias para recuperar o crescimento a partir do quarto trimestre de 2016. A Fazenda destacou o esforço fiscal feito em 2015 e garantiu que ele vai continuar este ano. A nota define que o grande desafio de 2016 é a recuperação da demanda interna para que seja possível ao país voltar a crescer. Em função do desempenho ruim da atividade econômica, o governo vai solicitar ao Congresso Nacional a possibilidade de redução da meta de resultado primário (economia para o pagamento dos juros da dívida pública) em 2016 em caso de frustração de receitas, pagamento de restos a pagar de investimentos e ações na área da saúde.

AGRONEGÓCIO NO AZUL Único setor a fechar o ano no azul, a agropecuário cresceu 1,8% em 2015 , mas a taxa foi a menor dos últimos quatro anos. A previsão da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) é de que, se for mantido o atual quadro econômico, o PIB do agropecuário deve retornar aos patamares de 2010, significando cinco anos de retrocesso. "Se o Brasil não superar a crise atual, a agricultura e pecuária serão arrastados para as dificuldades que hoje atingem a indústria e serviços", diz o presidente da entidade, João Martins.

A performance positiva representou a metade da média de crescimento apresentado ao longo da série histórica, iniciada em 1996, que é de 3,6%. Foi consequência principalmente do desempenho da agricultura. Os destaques positivos ficaram por conta das culturas da soja, 11,9%, e do milho 7,3%.


Palavras Chave Encontradas: Bruno Falci, Câmara dos Dirigentes Lojistas, CDL
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