Tradicional rede de churrascarias carioca encerrou as atividades de todas as demais praçasNádia de AssisinCompartilharEmailA-   A                                             EXCLUSIVO PARA ASSINANTESAlmeida Júnior descarta grandes investimentos e a adoção de uma nova identidade/Flávio Borges/DivulgaçãoA tradicional rede de churrascarias Porcão, criada há mais de 40 anos no Rio de Janeiro, encerrou as atividades de todas as unidades espalhadas pelo País no final do ano passado. A única sobrevivente foi a de Belo Horizonte, localizada no bairro São Bento, na região Centro-Sul. Ao contrário das demais, ela é administrada pelo Grupo Meet, responsável por outras oito empresas da área de entretenimento.

O presidente do Grupo Meet, Fernando de Almeida Júnior, lembra que a marca desembarcou na capital mineira em 2003. "Meu pai foi convidado pela família fundadora do grupo para fazer uma consultoria em Brasília. Depois disso, se tornou sócio dessa unidade e foi convidado a integrar também a sociedade da churrascaria que seria aberta em Belo Horizonte", recorda.

Alguns anos mais tarde, em 2007, a marca foi comprada por um fundo norte-americano. No entanto, após a crise financeira que afetou gravemente os Estados Unidos em 2008, os restaurantes do Rio de Janeiro e Brasília foram vendidos para outro grupo, enquanto Almeida Júnior adquiriu a unidade belo-horizontina. Naquele momento, dois diferentes modelos de gestão foram adotados.

Segundo o empresário, a estratégia do grupo consistiu em uma restauração da marca. "Eles abriram unidades Porcão Gourmet, com uma proposta mais popular, em várias cidades brasileiras. Mas eu percebi que o espaço da casa de Belo Horizonte poderia ser otimizado com a abertura de um salão de eventos, onde seriam realizadas festas de 15 anos, casamentos, formaturas e confraternizações", relata ele.

A escolha de Almeida Júnior, aparentemente, foi a mais acertada. Isso porque, o Grupo Meet finalizou 2015 com faturamento estável na comparação com o ano anterior. O resultado deve ser comemorado tendo em vista o fraco desempenho da economia nacional, que provoca o fechamento de empresas de diferentes ramos, entre elas vários restaurantes. Nesse contexto, as demais unidades do Porcão não resistiram e fecharam as portas.

Para o empresário, agora será mais fácil implementar mudanças, incrementar os serviços e a qualidade do estabelecimento. "Até então, era necessário seguir um padrão nacional, mesmo não sendo uma franquia. Agora o Grupo Meet pretende trabalhar para fazer com que o Porcão se torne cada vez mais objeto de desejo do consumidor", adianta ele. .
A princípio, ele descarta a possibilidade de novos grandes investimentos e a adoção de uma nova identidade. Na avaliação de Almeida Júnior, o momento exige cautela. "Mudar radicalmente um negócio de sucesso em um momento no qual o mercado está estremecido pode ser arriscado. Por enquanto, enxergamos que manter a marca Porcão ainda agrega muito valor ao negócio", diz.

Ele também não planeja a inauguração de outros restaurantes e adianta que o foco será na prestação de serviços na área de entretenimento. Na visão do presidente do Grupo Meet, em períodos de recessão a maioria enxerga os restaurantes como algo supérfluo e, por isso, tendem a reduzir a frequência. Em contrapartida, o mercado de eventos é menos sensível. "Ninguém deixa de se casar ou formar em meio a crise. Então, esse nicho acaba sofrendo menos", analisa.