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Estado de Minas Online ( Negócios e Oportunidades ) - MG - Brasil - 14-02-2016 - 12:20 -   Notícia original Link para notícia
Batas masculinas e a boa sacada da propaganda

De ex-motoboy a empresário, Rúbio Muradas cria ação de marketing com motoqueiros e hoje tem cerca de 1 mil deles circulando com o nome de sua marca na Grande BH para seu negócio de roupas para homens



É difícil circular pelas ruas de Belo Horizonte sem ver ao menos um baú de motocicleta com o adesivo da Rúbio Muradas Batas. De tão presente no cotidiano da cidade, passa a ser notada. Além de indício do crescimento dessa empresa mineira criada há nove anos, é mais uma ação de marketing bem bolada pelo empresário que dá nome à marca. E foi aliando esforço, dedicação e criatividade que Rúbio Muradas saiu de um espaço emprestado na barraca da ex-sogra na Feira de Artes e Artesanato da Avenida Afonso Pena para a fábrica e as 12 lojas que ele tem hoje.

A ideia de usar baús de motos para divulgar a marcar não surgiu do nada. Prestes a completar 37 anos, Muradas teve de começar a correr atrás do sustento cedo. Mais precisamente aos 16 anos, quando teve uma filha. Trabalhou como instalador de forro de PVC, teve canil, vendeu carros usados e, por um bom tempo, foi motoboy. "Foi daí que pensei na campanha com as motos que hoje é sucesso total. Já fizeram até trabalhos sobre ela no Centro Universitário Newton Paiva e na Universidade Fumec", afirma.

O empresário conta com atualmente cerca de mil motoqueiros estampam sua marca por toda a Região Metropolitana de BH. E o investimento é bem menor que o necessário para a mesma visibilidade em publicidade convencional. Para carregar o adesivo da Rúbio Muradas em sua moto, o motorista ganha uma bata a cada três meses. "Meu gasto fica na média de R$ 1,6 mil mensais. É uma publicidade bem agressiva, com um custo muito baixo. O motoqueiro pega a camisa e fica satisfeito. E o baú dele já está parado mesmo, então é bom para ele. Como publicidade é muito caro, temos que apostar na criatividade", explica.
A peça-chave é a bata, mas a confecção tem hoje outros produtos, como calças e bermudas
O começo da história da empresa veio por acaso, e está diretamente ligada à visão e criatividade do empresário. Quando uma de suas batas indianas estragou, ele pediu sua sogra na época, que trabalhava com confecção de roupas femininas, para fazer outra. Assim que passou a circular com a nova peça, começou a receber elogios de alguns de seus amigos sobre a qualidade do produto. "Não entendia nada do setor, mas minha sogra me deu uns tecidos e eu comecei a fabricar e vender para meus conhecidos", lembra. Assim que as vendas começaram a dar o mínimo retorno, a sogra lhe emprestou um espaço em sua barraca da feira da Avenida Afonso Pena.

Muradas conta que vendia de duas a três batas por domingo, e passou a ganhar mais com a venda das peças do que com seu emprego formal de motoboy. Pouco tempo depois, uma vizinha de barraca da sogra teve um problema de saúde e alugou seu espaço para ele. O sucesso foi tanto que despertou a inveja dos outros feirantes, que o denunciaram por não ser proprietário do ponto. Não deu outra: ao ter de deixar a feira, ele transformou a adversidade em oportunidade. Passou a vender suas peças numa feira em Salvador, na Bahia. Ia quatro vezes ao ano para a feira. Depois, seguia de carro pelo litoral do Nordeste, até a Praia de Pipa, no Rio Grande do Norte, oferecendo o produto para comerciantes locais.

Capitalizado, resolveu investir em um ponto no antigo Shopping Bahia, na Rua da Bahia, no Centro de BH. Dois meses depois, teve a oportunidade de expor seus produtos em um outlet itinerante de moda que passava pela capital. "Depois dessa feira, tive meu primeiro Natal. Nunca tinha, humildemente falando, desde que comecei, visto tanto dinheiro na minha vida. Acabei montando a loja do Mercado Central. Depois, mais uma na Rua Espírito Santo. Com o sucesso, fui abrindo uma loja atrás da outra", relata Muradas. Com o tempo, veia a decisão de montar a fábrica. Hoje, entre a fabricação e as lojas, coordena cerca de 100 funcionários. Sem formação específica na área de confecção, Rúbio Muradas correu atrás de cursos. Ele é o responsável pelo design e criação das peças. Percebendo a demanda, passou a fabricar calças, acessórios e outros itens. "Só terceirizamos os óculos e os sapatênis. Mas o foco mesmo do negócio são as batas."

FUTURO O momento atual da Rúbio Muradas Batas é esperar a crise econômica passar para seguir crescendo. Mesmo com as dificuldades, Muradas abriu três lojas ano passado, sempre aproveitando as boas oportunidades. Um exemplo é a unidade da Savassi, que conseguiu por um aluguel bem mais baixo que o normalmente cobrado na região. A ideia no futuro é se desfazer de todas as lojas e concentrar na fabricação das peças. Para manter a visibilidade no mercado, o empresário aposta no modelo de exploração da marca. E Muradas não pensa em ficar só em BH, mas sim conquistar espaço em todo o país e até no exterior.

Ao rever sua trajetória, Muradas se orgulha de ter todo o esforço e dedicação recompensados, sempre lembrando de quem o ajudou nos momentos mais difíceis. "Sou muito grato à minha ex-sogra. Ela era uma pessoa diferenciada, iluminada. Com uma barraca de feira, conseguiu dar tranquilidade para toda a família. Ela me ajudou muito no começo, me emprestou os tecidos, me incentivou. Depois eu paguei tudo, mas tenho muito a agradecer a ela".

SERVIÇO
Rúbio Muradas Batas - (31) 3467-5143
www.rubiomuradas.com.br


Em oito anos, a marca saiu de uma barraca na feira da Avenida Afonso Pena para nada menos que 12 lojas na capital e a fábrica, na Floresta


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