O setor de alimentação fora do lar comemora os resultados alcançados durante o Carnaval de Belo Horizonte. Segundo o diretor executivo Associação Brasileira de Bares e Restaurantes de Minas Gerais (Abrasel Minas Gerais), Lucas Pêgo, a previsão de crescimento zero para o setor como um todo e de 15% para os estabelecimentos localizados ao longo dos trajetos dos blocos e próximos aos palcos do evento, em relação ao Carnaval de 2015, foi amplamente superada, batendo as marcas de 5% e 30%, respectivamente.

"O resultado só não foi melhor porque tivemos um grande número de ambulantes ilegais trabalhando. Também, como uma cidade de serviços, temos uma boa parcela dos estabelecimentos dedicada ao público corporativo. Esses ainda não conseguem empatar o faturamento com o que acontece ao longo do ano", destaca Pêgo.

Já o fato de os bares e restaurantes da Savassi fecharem às 23 horas, na avaliação do diretor executivo, não fez diferença no total apurado. "Verificamos que após esse horário o consumo nos estabelecimentos reduzia bastante e não compensava permanecer abertos. A decisão de fechar foi acordada com a prefeitura e foi acertada. Foi a primeira vez que bares e restaurantes ficaram responsáveis pela programação", afirma o executivo.

O fechamento dos bares mais cedo também foi aprovado pelo presidente do Conselho da Câmara de Dirigentes LojistasCâmara de Dirigentes Lojistas (CDLCDL) Savassi, Alessandro Runcini. Para ele, a união entre as diversas entidades do trade turístico, do comércio e do poder público ajudou a fazer uma festa mais organizada e com menos ocorrências relativas à segurança pública na cidade. Nem mesmo alguns incidentes, como quebra de vitrines e danos ao patrimônio público, desanimaram o comerciante que também é morador da região. O balanço oficial do Carnaval feito pela entidade ainda não foi divulgado.

"Claro que ainda tivemos problemas, mas muito menores que nos anos anteriores. A Savassi tem uma característica importante que é a mudança no perfil do público que frequenta a região com o anoitecer. Durante o dia é um público tranquilo, que segue os blocos, formado inclusive por muitas famílias. Já à noite, é um público mais interessado em bebidas e 'bagunça'. A decisão de fechar os bares mais cedo e a campanha que pediu para que as bebidas fossem vendidas em lata foram um grande acerto", analisa Runcini.