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Diário do Comércio online - BH (MG) ( Economia ) - MG - Brasil - 12-02-2016 - 00:00 -   Notícia original Link para notícia
Juros altos em Minas afetam o varejo



De acordo com a Anefac, em Minas os juros médios das operações do crediário ficaram em 5,71% no mês/Marcos Santos / USP Imagens

Os juros médios cobrados nos crediários em Minas Gerais atingiram a casa dos 94,71% ao ano, em janeiro. A taxa supera a média nacional (92,29%) e é a mais alta entre os sete estados pesquisados, o que tem prejudicado o comércio mineiro. Com o dinheiro mais caro, em um momento de recessão econômica, o consumidor tem reduzido as compras afetando os resultados do setor.

O estudo, feito pela Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade (Anefac), foi divulgado ontem e revela alta das taxas de juros em todas as modalidades de crédito. No caso específico dos crediários, feitos na aquisição de mercadorias variadas, a elevação tem ocorrido em todos os segmentos.

Em Minas Gerais, os juros médios dessa operação ficaram em 5,71% no mês, totalizando 94,71% no ano. Em janeiro de 2015, a taxa mensal estava em 5,61% e a anual, em 92,51%. Em todo o Brasil, os juros cobrados sobre o crediário fecharam em 5,60% no mês e 92,29% no ano. No mesmo período do exercício anterior era 5,50% e 90,12%.

Segundo o diretor de estudos e pesquisas econômicas da Anefac, Miguel José Ribeiro de Oliveira, o mau momento do mercado mineiro é o que justifica a maior taxa cobrada no Estado. "Se olharmos as taxas de São Paulo vamos ver que a taxa é mais baixa porque a competição é maior. Onde o comércio é mais forte a tendência é que as taxas cobradas sejam menores", afirma. São Paulo e Brasília foram as que apresentam as menores taxas dentre as localidades pesquisadas, sendo a anual de 89,04% e no mês, de 5,45% de ambos.

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Inadimplência - Outro componente que pode ser uma justificativa para a maior taxa mineira é a inadimplência no Estado. Onde há mais risco de "calote", o custo do dinheiro fica mais alto como forma de segurança para os bancos. Somente na Capital, segundo dados do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC) da de Belo Horizonte (-BH), a inadimplência cresceu 4,69% em 2015 frente a 2014.

Para o economista da Federação do Comércio do Estado de Minas Gerais (Fecomércio Minas) Guilherme Almeida, a elevação das taxas de juros agrava o quadro recessivo em que o comércio se encontra. "O setor vem apresentando baixas taxas de volume de vendas e os juros impactam nisso. Com o crédito mais caro, as pessoas que já estão com a renda comprometida com o orçamento familiar, tendem a postergar o consumo", afirma.

O impacto maior, segundo Almeida, seria sobre os segmentos que comercializam bens duráveis, como eletroeletrônicos e veículos. Por se tratarem de compras com valores mais altos, é mais comum a utilização de crediário. E uma taxa de juros elevada, encarece muito o produto, fazendo com que o consumidor desista ou adie a aquisição.

Quando analisados os juros cobrados nos crediários por segmentos, os que apresentam as maiores taxas anuais são: artigos de ginástica (142,74%), decoração (135,27%) e artigos do lar (130,84%). A taxa cobrada em crediários de eletroeletrônicos é de 92,29% e de veículos, de 31,37%.


Palavras Chave Encontradas: Câmara de Dirigentes Lojistas, CDL
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