Se o assunto é crise, o empresário Leonardo Marques não quer nem conversa. Há quatro anos no comando da Monjardim Costelaria, no bairro de Lourdes, na região Centro-Sul, acaba de abrir a primeira filial do restaurante - dessa vez no Vila da Serra, em Nova Lima, na Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH).
O investimento de R$ 3 milhões realizado em parceria com os sócios Narciso Neto e Mauro Newshiwander, deu formas a uma casa de 600 metros quadrados e capacidade para 250 pessoas. "Ter uma casa no Vila da Serra era uma consequência natural para a Monjardim. Boa parte dos nossos clientes é daquela região e sempre ouvimos a sugestão de termos uma casa lá. Além disso, hoje com a Lei Seca e o trânsito complicado as pessoas querem se divertir mais perto de casa. Cheguei a olhar outros imóveis próximos mas tinha a intuição que precisávamos estar na avenida (Av. Alameda da Serra). Aguardei por aquele imóvel por três anos. Fizemos uma série de adaptações e o local ficou perfeito", explica Marques.
O novo restaurante mantém o corte uruguaio como principal estrela, mas ganha incrementos no cardápio de carnes. Além disso, há uma extensa lista de cervejas artesanais, sucos naturais e aperitivos. Os apreciadores ainda podem viajar por uma carta de vinhos selecionados. "90% dos nossos ingredientes são importados. Com exceção do filé-mignon, nossas carnes vêm do Uruguai. A alta do dólar e o comportamento dos produtores uruguaios são as maiores dificuldades. Toda a produção uruguaia é facilmente exportada, então eles não fazem questão de vender para os brasileiros, o que torna a negociação mais difícil", reclama o empresário.
Ainda assim o negócio compensa e não passa pelas cabeças dos sócios abrir mão do famoso corte exclusivo do nosso vizinho cisplatino. 90% dos clientes exigem a iguaria. As duas unidades da Costelaria consomem juntas cerca de nove toneladas por mês. A dificuldade impede, por enquanto, que novas casas sejam abertas em outras capitais como Recife, Brasília e São Paulo, onde já existem parceiros interessados.
"O Paraguai não pode vender carne com osso para o Brasil e a Argentina não trabalha com esse corte. Não podemos, então, correr o risco de ficar sem. Trabalhamos levando em conta as sazonalidades, o calendário de vendas uruguaio e todas as particularidades para manter o volume e a qualidade da carne que vamos utilizar", destaca.
Para dar conta da demanda, a nova unidade abriga 50 colaboradores diretos. Parte deles já havia trabalhado na matriz. No dia 19 de fevereiro a casa passa a abrir às sextas-feiras para o almoço executivo e à la carte e em 31 de março também às quintas-feiras. O tíquete médio estimado é de R$ 80.
Espeteria quer conquistar público de solteiros
Dar uma nova cara à moda dos espetinhos é a missão dos empresários André Munaier e Rafael Britto, que estão no comando da Pegando Boi Espeteria, instalada na Savassi, na região Centro-Sul. Em parceria com o grupo Meat, os amigos abriram a casa no mesmo lugar em que funcionava o Red Meat, no final de janeiro. A ideia é oferecer o petisco de uma forma divertida, apresentar novos sabores e, de quebra, dar uma mãozinha para os solitários à procura do amor.
"Vamos abrir de terça-feira a domingo e a ideia é atrair um público bem eclético. Parte da brincadeira está no nosso espetinho elegante. Vamos reviver o velho correio elegante como forma de começar uma paquera. Também um bartender criando drinques especiais faz parte das atrações todas as noites", anuncia Brito.
Sem revelar o valor do investimento, o empresário comemora a presença do público no dia da inauguração -"Tinha gente do outro lado da rua" - e estima o tíquete médio entre R$ 30 e R$ 40 nos dias normais a partir de pesquisas feitas na região. A época escolhida para a inauguração, no mês das férias e em um ano marcado pela crise econômica, é parte de uma estratégia ousada.
"Não podemos usar a crise como uma desculpa para não investir. Nós temos que ser a solução para esse período difícil, e isso só se faz trabalhando. Como usamos a calçada e muita gente fica de pé é difícil calcular a lotação da casa, mas os resultados têm sido acima do esperado", afirma o sócio da Pegando Boi.
O objetivo é incrementar mais o cardápio e oferecer porções, além dos espetinhos. O Carnaval será o primeiro grande desafio para a casa que fica em uma das regiões preferidas dos foliões da Capital. A espetaria vai abrir todos os dias do feriado. Para atender a demanda diária, são dez profissionais contratados e treinados pela dupla.
"O Carnaval tem tudo pra ser muito bom. O evento tem crescido e vai ter muita gente na rua, especialmente na Savassi. Trabalhamos com dez colaboradores fixos e mais freelancers de acordo com a necessidade. Como já temos experiência no setor, conseguimos reunir uma equipe muito profissional. Isso faz muita diferença no atendimento", explica.
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