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Diário do Comércio online - BH (MG) ( Negócios ) - MG - Brasil - 06-02-2016 - 11:08 -   Notícia original Link para notícia
Crise econômica no País já afeta salões em Belo Horizonte

A beleza é um dom natural que sempre pode ganhar um reforço com a ajuda de tratamentos, cosméticos, terapias, maquiagens e uma infinidade de procedimentos médicos e estéticos. Esse mercado, movimentado principalmente pelas mulheres, costuma ser apontado como imune ou bastante resistente à crise. Porém, desde o ano passado é registrada uma mudança neste comportamento.

 Segundo os especialistas, mesmo durante as crises econômicas mais duras o setor resiste especialmente por dois fatores: a necessidade de estar bem para buscar novas oportunidades - afinal ninguém vai a uma entrevista de emprego com os cabelos maltratados - e por um sistema compensatório. Na impossibilidade de consumir produtos de alto valor agregado, as pessoas buscam uma compensação cuidando de si mesmas.
Apesar de isso tudo ser verdade, o setor deu os primeiros sinais de crise no segundo semestre de 2015. O acumulado de janeiro a setembro do ano passado, de acordo com dados da Associação Brasileira da Indústria de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos (Abihpec), apresentou queda de 6,7% nas vendas, em relação ao mesmo período de 2014. Esse foi o pior resultado nos últimos 23 anos.


A alta do dólar que impacta a maioria das matérias-primas e a mudança no perfil de consumo são apontados como os fatores mais importantes para justificar o desempenho. Essa categoria de produtos é insumo para uma série de serviços, como salões de beleza, spas e clínicas de estética. Já abalados com a retração econômica - que afasta consumidores - esses estabelecimentos acusaram o aumento de custos e se viram obrigados a estreitar ainda mais as margens de lucro.

Em Belo Horizonte, o cenário se mostra instável. De acordo com a proprietária do Shai Spa Urbano, instalado no bairro São Pedro (Centro-Sul), Fátima Rezende, as festas de fim de ano garantiram um resultado muito próximo ao de 2014. Já 2016 começou com muitas dificuldades. "Janeiro foi muito ruim especialmente para os menores. Quem não tem um bom capital de giro está em dificuldades. Os nossos custos subiram muito e o que vejo é o mercado se movimentando. Promoções e descontos fazem parte da estratégia. A busca por pontos comerciais mais baratos também", explica Fátima Rezende.

A escolha por procedimentos menos complexos e produtos mais baratos também afeta as clínicas de estética. Inaugurada há seis meses no bairro Belvedere, na região Centro-Sul, a Bardot Clínica do Corpo, segundo o seu proprietário, Luiz Plíber, buscou na inovação o diferencial. "Quando montamos a Bardot, já estávamos em meio ao furacão da crise e mesmo assim a clínica é um sucesso. Quando ventilamos sobre o projeto, muitas foram as recomendações para que esperássemos a crise passar. Felizmente, a inovação tem dado o suporte necessário para que tenhamos bons resultados e dessa forma, assim que a instabilidade passar, acreditamos que o sucesso será redobrado", afirma Plíber.


Número de franquias continua a crescer


No setor de franquias, o segmento de Esporte, Saúde, Beleza e Lazer não tem do que reclamar. De acordo com o balanço do setor em 2015, divulgado pela Associação Brasileira de Franchising (ABF), o segmento cresceu 8,1% se comparado a 2014, pulando do nono para o sétimo lugar na lista dos que mais se desenvolveram. Estudo elaborado pelo Grupo Bittencourt elenca 130 empresas franqueadoras, com destaque para serviços de odontologia, venda de cosméticos e perfumaria, depilação, farmácias e clínicas de estética.

A franqueada da Miss Pink em Belo Horizonte, Lyana Bolina, está satisfeita com os resultados da unidade que abriu em julho do ano passado. A proposta da rede é oferecer uma loja de produtos de beleza que possa ser transportada para diversos locais. A Miss Pink permite que os franqueados trabalhem em casa ou façam parcerias com shoppings, salões de beleza e espaços comerciais. O mix de produtos apresenta itens como maquiagem, esmalte e hidratantes.

"O mercado de cosméticos é sempre crescente. As clientes têm uma preferência e não costumam mudar. O que vejo nesse período são os produtos nacionais, principalmente as maquiagens, tomando uma nova importância. A nossa indústria é muito boa e com a alta do dólar muita gente está deixando os importados de lado", destaca Lyana Bolina.
Se, de um lado, a indústria e o comércio passam por dificuldades, o mercado da beleza é visto por muitos como uma alternativa de emprego e renda. Executivos que estão deixando velhos postos de trabalho e investem no setor. Na outra ponta, trabalhadores buscam qualificação e veem uma oportunidade de também se transformarem em empreendedores.

No Instituto Embelleze - especializado em capacitação e treinamento - as duas realidades são vistas no dia a dia. De acordo com o diretor de Operações e Marketing do Instituto, Eduardo Tegeler, o mercado de formação profissional não muda. "Quem perde o emprego e faz um curso de cabeleireiro, por exemplo, pode atender na sua casa ou em domicílio. Tivemos crescimento na procura por cursos porque as pessoas estão buscando uma alternativa de geração de renda através do empreendedorismo. Somos agora uma escola de empreendedores em beleza. Incluímos disciplinas de empreendedorismo nos cursos", explica Tegeler.

Não é à toa o crescimento do Instituto Embelleze. Ainda segundo o balanço 2015 da ABF, o segmento de Educação e Treinamento cresceu 8,7%, ocupando o sexto lugar. Das 350 unidades do instituto espalhadas pelo Brasil, cerca de 30 estão em Minas Gerais. Uma das modalidades que mais cresce é o curso de formação de barbeiros. "Lançamos o curso há dois anos e hoje é o que mais cresce. Os homens têm um perfil de investimento mais agressivo e estão vendo na volta das barbearias uma opção real. Tem muita gente pagando o curso à vista e isso mostra que elas estão realmente investindo na profissionalização no setor de beleza já para o curto prazo", avalia o diretor de Operações e Marketing do Instituto Embelleze.




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