Cotação da moeda é a menor desde 29 de dezembro. Bolsa sobe 2,57%

- SÃO PAULO- Os dados mais fracos do setor de serviços nos Estados Unidos fizeram o dólar perder força em escala global ontem. No Brasil, depois de atingir a mínima de R$ 3,911, a moeda americana encerrou em queda de 1,70%, a R$ 3,920 - a menor cotação desde 29 de dezembro, quando registrou R$ 3,874. A entrada de recursos no país, proveniente de investidores em busca de remuneração mais elevada e da alta das exportações, também contribuiu.

CHRIS RATCLIFFE/ BLOOMBERG/ 29- 1- 2016Verde pálido. Índice da Bloomberg aponta queda do dólar frente a 10 moedas

- O dólar está se enfraquecendo globalmente. Além disso, há os fatores internos, que são o fluxo de recursos positivo e o risco de impeachment se dissipando. O dólar acaba aliviando um pouco mais - disse Raphael Figueredo, analista da Clear Corretora. FLUXO CAMBIAL POSITIVO No exterior, segundo o Dollar Index da Bloomberg, o dólar chegou a cair 1,87% ante uma cesta de dez moedas. Foi a maior queda desde 18 de março de 2009. No fim do dia, o recuo ficou em 1,68%. Uma das razões para o enfraquecimento da moeda americana foi a divulgação de dados do setor de serviços, que registrou em janeiro o menor de crescimento em dois anos.

O real também foi beneficiado pela divulgação do fluxo cambial do mês passado, que ficou positivo em US$ 1,475 bilhão graças ao comércio exterior. Outro fator é a expectativa de maior entrada na conta financeira. O juro negativo no Japão, anunciado na última sexta- feira, amplia o interesse de investidores por aplicações em países emergentes que tenham taxas de juros elevadas, em um movimento conhecido como carry trade.

Outro fator que ajudou na valorização das moedas de países emergentes foi a recuperação do preço internacional do petróleo. O barril do tipo Brent subiu 8,5%, a US$ 35,49, apesar do aumento dos estoques nos Estados Unidos. Segundo analistas, investidores estariam antecipando um possível corte na produção da commodity.

Já a Bolsa de Valores de São Paulo ( Bovespa) avançou 2,57%, aos 39.588 pontos, com o petróleo puxando as ações da Petrobras. Os papéis preferenciais ( PN, sem direito a voto) tiveram alta de 4,41%, a R$ 4,49, e os ordinários ( ON, com voto) avançaram 2,65%, a R$ 6,18. A Vale também se recuperou: as ações PN subiram 5,93%, e as ON, 4,76%.