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O Globo Online (RJ) ( Economia ) - RJ - Brasil - 04-02-2016 - 07:19 -   Notícia original Link para notícia
Montadoras começam o ano com queda de vendas e demissões

Empresas que aderiram a Plano de Proteção ao Emprego ampliam licenças


O ano de 2016 começou para a indústria automobilística da mesma forma que 2015 terminou: com queda nas vendas, suspensão de contratos de trabalho ( lay- offs) e demissões. Dados da Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores ( Fenabrave) mostram que as vendas do segmento de automóveis e comerciais leves recuaram 32,15% em janeiro em relação ao mês anterior. Foram emplacadas 149.699 unidades, contra 220.640 em dezembro de 2015. Se comparado a janeiro do ano passado, o resultado aponta retração de 38,62%.


PAULO WHITAKER/ REUTERS/ 29- 4- 2014Pátio cheio. Venda de carros caiu 32,15% em janeiro em relação a dezembro


Em relação ao emprego, as notícias não são boas. A fábrica da Volkswagen em São Bernardo do Campo vai suspender os contratos de trabalho de mais 800 funcionários, segundo o Sindicato dos Metalúrgicos de São Bernardo. Eles entrarão em férias coletivas no dia 15, por 20 dias, e depois ficam em lay- off por cinco meses. Com mais este grupo, o total de empregados com o contrato de trabalho suspenso na Volks do ABC chega a 2 mil, o equivalente a 10% do quadro de funcionários. Procurada, a montadora não se pronunciou.


Também em São Bernardo, a fabricante de caminhões e chassis para ônibus Mercedes- Benz vai colocar em licença remunerada 1.500 trabalhadores de sua linha de produção a partir do dia 17, o equivalente a 21,7% dos 7.000 funcionários que trabalham no chão de fábrica. A licença vai até maio, quando será reavaliada. Em janeiro, a queda nas vendas de caminhões foi de 43,36% em relação ao mesmo mês do ano passado, segundo a Fenabrave. A venda de ônibus encolheu no mesmo ritmo - 43,79% - em relação a janeiro de 2015. A montadora confirma o número de licenças e atribui a medida ao fraco desempenho do segmento em janeiro.


Este ano, a General Motors foi a primeira a fazer dispensas. Por telegrama, a montadora comunicou o desligamento a 517 funcionários que estavam em lay- off na unidade da montadora de São José dos Campos, interior de São Paulo. Desde 2013, quando a crise econômica começou a se aprofundar e o governo suspendeu os incentivos ao setor ( a redução do IPI terminou em dezembro de 2014), 27,1 mil trabalhadores das montadoras perderam o emprego, sem incluir nesta conta as fábricas de autopeças. Só no ano passado, 1.047 concessionárias fecharam, e 32 mil trabalhadores foram demitidos.


MÊS MAIS FRACO Tanto a Volks quanto a Mercedes aderiram, no ano passado, ao Programa de Proteção ao Emprego ( PPE), uma medida criada pelo governo para evitar mais demissões no setor. No PPE, os salários são reduzidos em 10%, e a jornada mensal, em um dia por semana. Além disso, o Fundo de Amparo ao Trabalhador ( FAT) banca o percentual cortado dos rendimento enquanto o segmento enfrenta queda de vendas.


- O PPE é um alívio de custos para as montadoras em momentos de crise. Mas, se o ritmo de vendas não for retomado, certamente parte dos trabalhadores beneficiados pela medida acabará sendo cortada - explica o economista João Morais, da consultoria Tendências, que estima que as vendas seguirão em retração, com queda de 17% em 2016.


Para Alarico Assumpção Júnior, presidente da Fenabrave, o ano começou sem expectativa de crescimento nas vendas, mas os resultados de janeiro não devem ser balizadores para as projeções para 2016.


- Estimamos queda de 5,2% nas vendas este ano, mas faremos revisões periódicas a cada três meses - diz ele, lembrando que janeiro é um mês mais fraco por causa das despesas extras das famílias, com impostos, matrículas e material escolar.


Assumpção avalia que o pior momento do setor foi vivido em 2015, quando as vendas encolheram 26,5%.


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