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O Globo Online (RJ) ( Opinião ) - RJ - Brasil - 24-01-2016 - 12:43 -   Notícia original Link para notícia
Recuperação dos EUA é êxito da economia de mercado

 mundo entra numa fase de assincronia, em que os Estados Unidos ensaiam a consolidação da recuperação da crise aprofundada a partir de 2008, na qual levaram junto o planeta, enquanto, na Ásia, a China, o segundo maior parque produtivo mundial, desacelera e dissemina preocupações e insegurança, expressas nas recentes quedas de bolsas. De ações e também de matérias-primas.


Quadro muito diferente daquele do fim dos anos 1990, início da década de 2000, quando ocorreu o contrário: todas as grandes economias passaram a crescer juntas, inclusive a japonesa, e disso se beneficiou o Brasil de Lula 1 e parte do 2.


Há discussões sobre em que medida o crescimento americano - na faixa acima de 3% ao ano - pode ajudar numa reaceleração chinesa via exportações de Pequim e, também, qual a chance de o desaquecimento na Ásia contaminar os próprios Estados Unidos.


Independentemente do que venha a acontecer, este momento de crescimento americano e de embaraços chineses serve para comparações entre os dois modelos: o de um capitalismo selvagem de Estado, sob um regime ditatorial de partido único, e o outro, uma economia de mercado assentada numa sólida democracia representativa e em uma sociedade aberta.


Quando o PIB chinês resfolegava a uma expansão a 10% ao ano, em média, e o americano tentava emergir dos escombros da quebra do sistema financeiro imobiliário, o capitalismo de Estado asiático animou intelectuais orgânicos do PT.


O crash americano teve inevitável reverberação mundial, inclusive na China. Pequim, com ilimitada capacidade de intervir na economia, logo expandiu os investimentos. Brasília, guardadas as diferenças, fez o mesmo, e ali começou a aceleração da desmontagem de políticas fiscais prudentes, um antigo projeto lulopetista. Sempre em nome do combate à crise e da proteção do povo.


A flexibilidade de uma economia de mercado é grande vantagem na reação às crises. Estabelecidas corretas políticas anticíclicas, a capacidade de reagir do sistema é grande. Os Estados Unidos chegaram a acumular um déficit público de quase 10% do PIB - equivalente ao atual do Brasil. No momento, está um pouco acima dos 2%.


O desemprego bateu nos 10%. Em dezembro, mês em que foram criados 292 mil novos postos de trabalho, a índice estava em 5%. Por isso, no mês passado, o Banco Central americano, o Fed, aumentou os juros, pela primeira vez em oito anos. Praticamente foram zerados na crise, e agora passaram a oscilar entre 0,25% e 0,5%.


O contraponto é a economia chinesa, em que há perda de dinamismo enquanto o alto comissariado tenta converter o modelo baseado no investimento para lastreá-lo no consumo da população. Faz sentido, mas, numa administração autárquica, pouco transparente, com pesados interesses do Partido Comunista nas incontáveis estatais existentes no país, não está sendo fácil.      


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