Intervenções iriam prevenir e conter danos causados por enchentes, mas devem se estender até 2018

A relação de obras previstas e em andamento para prevenção e contenção de enchentes em Belo Horizonte é a mesma há pelo menos três anos, só mudam os valores investidos e as datas de conclusão, que aumentam e são adiadas a cada ano, respectivamente. Os atrasos têm representando, além de problemas com inundações, o encarecimento dos serviços. No somatório de sete obras que se repetem na lista repassada pelo Executivo desde 2013, os investimentos já estão ao menos R$ 82,25 milhões mais caros e com novos prazos: antes para até 2015, e agora para 2016, 2017 e 2018.

Se os problemas já preocupavam os belo-horizontinos nos últimos anos, quando a capital não teve grandes períodos chuvosos, em 2016 a água que poderia trazer alívio após um período de seca, pode causar ainda mais prejuízos. Isso porque o mês de janeiro ainda não acabou, mas já choveu 74% do esperado - 221,6 m, principalmente no último fim de semana.

Ação. Dados da Superintendência de Desenvolvimento da Capital (Sudecap) de outubro de 2013, de 2014, de 2015 e desta segunda contêm a relação de obras para prevenção de enchentes. O orçamento de sete intervenções previstas há três anos era de R$ 754,62 milhões e agora chega a R$ 836,9 milhões.

As intervenções são no complexo da avenida Várzea da Palma e da Vila do Índio, na bacia do córrego Santa Terezinha, no córrego Leitão, no complemento da bacia do córrego Bonsucesso, do córrego São Francisco, do córrego Ressaca, além da obra nas bacias de detenção do Calafate e do Bairro das Indústrias. As intervenções, que devem trazer tranquilidade à população, agora têm previsão de entrega até 2018.

Já a obra da terceira etapa da avenida Várzea da Palma, segundo a Sudecap, "será reprogramada devido a processos judiciais de desapropriações que atrasaram o início da obra, revisão de projetos e interferências não previstas". O órgão informou que desde 2009 vem executando obras de prevenção de inundações, que totalizam R$ 1,29 bilhões (concluídas e em andamento). A Sudecap, porém, não explicou o motivo do aumento de custos.

Com 975 áreas com risco de inundação, muito se investiu no passado na canalização e revestimento dos rios - hoje 60% dos cursos d'água são cimentados e 25% tampados por asfalto. Como consequência, nesses locais sempre há enchentes. Enquanto isso, obras para redução de riscos, como implantação de bacias de detenção e aumento dos córregos canalizados, vão sendo postergadas.

Previsão
Mais chuva. A previsão é de mais chuva para BH pelo menos até a próxima quinta-feira. Depois, segundo o Tempo Clima/ PUC Minas, o sol estará de volta junto com pancadas de chuva durante a tarde.

Outros projetos

Neste ano, a PBH pretende iniciar as seguintes obras com previsão de término no 1º semestre de 2017: 

Tratamento de fundo de vale e outras intervenções na avenida sanitária na região da Pampulha.

Tratamento de fundo de vale e outras na avenida Basílio da Gama, na região Norte da capital. 

Projetos executivos sem previsão de recursos:

Córrego Embira/ Biquinhas, região Norte. Concluído

Córrego Fazenda Velha, na região Norte. Concluído 

Córregos Brejo Quaresma e Joaquim Pereira, Venda Nova. Conclusão neste semestre.

Córrego Barreiro. Conclusão neste semestre. 

Córrego Cercadinho, região Oeste. Conclusão neste semestre.

Mais de 2.000 estão em perigo

As 975 áreas de inundação da cidade ameaçam pessoas que moram nas proximidades e as que trafegam nas ruas. Mas BH tem ainda famílias que vivem em moradias com risco de queda por causa das chuvas. São moradores de vilas e favelas que estão em 2.100 edificações de alto risco geológico.

E essas chuvas constantes e menos volumosas, ao mesmo tempo que são boas para reabastecer reservatórios, encharcam o solo e provocam movimentação de terra. É o caso dos moradores do morro do Cafezal, onde 160 casas precisam ser desocupadas.

No período de chuvas, a Companhia Urbanizadora de BH (Urbel) informou que intensifica as vistorias para indicar medidas corretivas, preventivas e orientar os moradores das áreas de risco.

Principais Locais:

PLACAS ÁREAS INUNDÁVEIS - Todos os pontos possuem placa de alerta.

BARREIRO - 231 QUANTIDADE
TEREZA CRISTINA
CARDOSO(CÓRREGO CAFEZAL)
CÓRREGO OLARIA
CÓRREGO DO TÚNEL
CÓRREGO JATOBÁ
CÓRREGO BONSUCESSO
CÓRREGO DO BARREIRO

OESTE - 251 QUANTIDADE
TEREZA CRISTINA E IMEDIAÇÕES
CERCADINHO(HAVAÍ)
AV. GOV. BENEDITO VALADARES
CÓRREGO DOS PINTOS R. ITUIUTABA E Av FRANCISCO SÁ
R. CORURIPE(B. NOVA GRANADA)
CÓRREGO PONTE QUEIMADA(PALMEIRAS)


NORDESTE - 120 QUANTIDADE
BERNARDO VASCONCELOS
R. STª URSULA (B. OURO MINAS)
RIBEIRO DE ABREU
RUA DOS LIMÕES
CÓRREGO GORDURAS(B. NAZARÉ)
CÓRREGO DA AV. SANITÁRIA(SÃO PAULO)

VENDA NOVA - 137 QUANTIDADE
AV. VILARINHO
CÓRREGO Da AV. LIEGE
CÓRREGO  LAREIRA(AV. 12 DE OUT.)
R. CAMÕES
RUA OLAVO BILAC(B. RIO BRANCO)
CÓRREGO FLORESTA SERRA VERDE
CÓRREGO CAPÃO
CÓRREGO DA AV. VIRGILIO MELO FRANCO
CÓRREGO LAGOA DO MOTA(MINAS CAIXA)
CÓRREGO DO B. CÉU AZUL

PAMPULHA - 67 QUANTIDADE
CÓRREGO RESSACA
SEBASTIÃO DE BRITO (SUZANA)
CÓRREGO OLHOS D' ÁGUA(B. TREVO)
CÓRREGO BARAÚNAS

LESTE - 61 QUANTIDADE
CÓRREGO STª INÊS E ITAITUBA
CÓRREGO DA MATA(B.HORTO)
RUA MARIA CARMEM VALADARES
CÓRREGO SÃO GERALDO (R. CURI)

NORTE - 31 QUANTIDADE
R. OSMAR COSTA B. HELIÓPOLIS
CÓRREGO EMBIRAS B. JD. GUANABARA
RIBEIRÃO ISIDORO
FAZENDA VELHA (Jd. Felicidade)

NOROESTE - 51 QUANTIDADE
R. TOCANTINS B. SERRANO
AV. AMINTAS JACQUES
RUA GARIBALDO(Córrego Engenho Nogueira)
RUA DAS VIOLAS (Córrego das Taiobas)
RUA MARIA JOSÉ DE JESUS(B. Camargos)

CENTRO-SUL - 26 QUANTIDADE
JOAQUIM MURTINHO
MARÍLIA DIRCEU E BÁRBARA HELIODORO
R.MONTE ALEGRE E EDGAR COELHO