Expectativa é que folia nas ruas de BH atraia foliões da capital e também das cidades próximas
O Carnaval deste ano, em Belo Horizonte, promete ser marcante não apenas para os foliões, mas também para os setores de hotelaria e gastronomia da capital. A festa que vai rolar deve render cerca de 25% de incremento econômico na capital mineira. "A nossa expectativa é que, pelo menos na hotelaria, bares e restaurantes, o acréscimo de faturamento seja de 25% na comparação com o ano passado, que já foi melhor do que o ano anterior", afirma Anderson Rocha, presidente do Belo Horizonte Convention & Visitors Bureau.

"O que o restante do comércio vive no Natal, os bares e restaurantes da Savassi devem viver no Carnaval de 2016", afirma Alessandro Runcini, diretor do conselho CDLCDL Savassi da Câmara de Dirigentes LojistasCâmara de Dirigentes Lojistas de Belo Horizonte (CDLCDL-BH). Para ele, a capital vai viver "o maior Carnaval de sua história". Porém, com mais planejamento. "Em 2014, fomos pegos de surpresa; em 2015 já foi melhor, mas ainda tivemos alguns problemas, a praça (da Savassi) ficou danificada. Mas, neste ano, com o apoio da prefeitura, está mais organizado", avalia.

Já para o presidente do grupo Meet, que inclui a churrascaria Porcão, Fernando Júnior, o público interno vai ser maioria na festa. "Neste ano, o Carnaval caiu muito perto do réveillon, muita gente preferiu viajar em janeiro para ficar aqui no Carnaval. A crise também ajudou, já que não é todo mundo que vai poder fazer duas viagens tão próximas", analisa Júnior. Para ele, as vendas devem subir 10% neste ano, em relação a 2015. "Imagino crescer só 10% por causa da crise econômica. Foi o crescimento que tive em 2015 em relação a 2014".

Público. Quanto ao público interno, o diretor da CDLCDL destaca o caráter popular da festa. "Aqui, o Carnaval é popular, aberto. Na Bahia ou no Rio de Janeiro, no sambódromo, tem que pagar para participar", salienta Runcini. "Além do público da própria capital, isso pode atrair pessoas do entorno, do interior do Estado, que virão consumir aqui".

A animação do Carnaval não contaminou o comércio de Belo Horizonte que, exceto pelos estabelecimentos gastronômicos, não vai abrir durante o feriado. Segundo o diretor do conselho da CDLCDL Savassi, Alessandro Runcini, as lojas permanecerão fechadas na segunda-feira e terça-feira de Carnaval e não devem estender seus horários de funcionamento no sábado. "Essas condições podem ser adotadas em 2017. Em 2016, porém, o feriado nesses dois dias vai se manter para o comerciário, pois essa é a negociação com o sindicato. Já alguns shoppings da cidade, nesses dias, poderão abrir suas lojas", acrescenta. (LP)

Investimento para aquecer

Com o intuito de antecipar o faturamento, o mercado de turismo está investindo no pré-Carnaval de Belo Horizonte. "Como toda cidade brasileira que investe nisso, o Carnaval começa 20 dias antes da data oficial. Temos que fazer o mesmo, fomentar o mercado e atrair o turista o quanto antes", afirma Érika Drumond, CEO do grupo Vert Hotéis, que tem cinco hotéis no Estado, sendo quatro em Belo Horizonte e um em Lagoa Santa. O grupo Vert patrocinou a vinda do bloco carioca AfroReggae em um pré-Carnaval marcado para ontem, na casa de shows Granfinos.

"Só é possível ter pré-Carnaval se tiver Carnaval na cidade. Então, é ótimo que esse movimento esteja acontecendo aqui", acrescenta o presidente do grupo Meet, Eduardo Júnior. Ele alugou a área externa do restaurante para a realização de outro evento de pré-Carnaval. "Isso traz mais oportunidade para o setor", diz.

Ele ainda salienta que outra vantagem é o movimento que chega em janeiro. "Existe dinheiro novo chegando em Belo Horizonte, e isso vai ajudar, para o grupo Meet, a incrementar o faturamento de todo o ano de 2016", comemora Júnior.