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O Globo Online (RJ) ( Economia ) - RJ - Brasil - 09-01-2016 - 12:24 -   Notícia original Link para notícia
Levy será o diretor financeiro do Bird

Em Washington, ex-ministro da Fazenda terá salário quatro vezes maior


Vinte e um dias após deixar o comando da Fazenda, o ex-ministro Joaquim Levy tem emprego novo. Na próxima segunda-feira, ele será formalmente anunciado como diretor financeiro (CFO, na sigla em inglês) do Banco Mundial, em Washington. A família dele já vive na capital americana, onde Levy trabalhou anteriormente em dois organismos multilaterais, o Fundo Monetário Internacional (FMI) e o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID). Joaquim Levy não ficou nem um mês sem emprego. O ex-ministro da Fazenda que saiu do governo dia 18 de dezembro, 13 dias antes de completar seu primeiro ano no cargo, será anunciado na segundafeira como novo diretor financeiro (CFO, na sigla em inglês) do Banco Mundial (Bird). Levy responderá diretamente ao presidente da instituição, Jim Yong Kim, e cuidará de toda a parte financeira do banco, incluindo seu orçamento, seu caixa e sua captação de recursos.



MICHEL FILHO/9-12-2015 Fazendo a mala. Joaquim Levy: parte de sua família já mora em Washington


Oficialmente, o Bird não confirma a informação, que foi dada na manhã de ontem - 21 dias depois de Levy anunciar sua saída da Fazenda - por Otaviano Canuto, representante brasileiro no Fundo Monetário Internacional (FMI), em um evento sobre os desafios do Brasil no Wilson Center. Levy, assim, voltará a Washington, onde está parte de sua família e onde já atuou em órgãos públicos relevantes. Com sua passagem pelo Banco Mundial, Levy completará o "Grand Slam" das entidades multilaterais de economia, já que, no passado, ele trabalhou no FMI e no Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID).


SEM QUARENTENA


Levy, que completa 55 anos no mês que vem, substituirá o francês Bertrand Badré, que anunciou sua saída do cargo há dois meses. Segundo a Bloomberg, o salário anual de CFO do Banco Mundial em 2013 foi de US$ 379 mil anuais (R$ 1,519 milhão no câmbio atual), o que daria cerca de R$ 126 mil mensais - mais de quatro vezes seu salário líquido de novembro, de R$ 30.382, segundo dados do Portal da Transparência. Como se trata de um órgão multilateral, Levy não precisará cumprir a quarentena de seis meses (período em que se continua a receber salário público por não poder assumir cargos na iniciativa privada, a fim de evitar o uso de informações privilegiadas).


Além de divulgar o futuro de Levy, o evento mostrou que os brasileiros iniciaram o ano pessimistas com a economia e a política. Dois levantamentos feitos pela Ideia Inteligência, em parceria com o Brazil Institute do Wilson Center, cada um com mais de 20 mil entrevistas, mostra que, no geral, 40% das pessoas esperam um 2016 pior que o ano que se encerrou, contra 35% que estão otimistas e 20% que esperam um "ano igual". Os dados foram divulgados ontem em Washington, no evento "Perspectivas de desafios do Brasil em 2016".


PESQUISA MOSTRA PESSIMISMO


Somente na vida pessoal há um pouco de otimismo: 65% esperam um ano melhor. Na economia, 70% veem um 2016 pior, enquanto 10% esperam melhoras, e 15%, mudanças. O levantamento, feito por telefone com moradores de 132 cidades entre 20 e 27 de dezembro, mostra valores quase idênticos para a expectativa da política: 68% esperam um ano pior, 8%, melhor, e 17%, igual.


O segundo levantamento foi feito entre 3 e 6 de janeiro, com moradores de 128 cidades. O objetivo era analisar a mudança no comando da economia. Na pesquisa, 58% não sabiam indicar o nome do ministro da Fazenda. O novo titular da pasta, Nelson Barbosa, foi apontado por 20% dos entrevistados, enquanto 16% citaram Levy, e 6%, Guido Mantega.


No evento, Canuto afirmou que não vê uma mudança de direção com a gestão de Barbosa e disse que o país pode começar a se recuperar na segunda metade de 2016. Já para Teresa Ter-Minassian, economista italiana que chefiou a missão brasileira do FMI entre 1997 e 2001, o país tende a trilhar um caminho intermediário, sem grandes reformas, mas sem pioras econômicas.      


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