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GSMD - SP ( Notícias ) - SP - Brasil - 05-01-2016 - 00:00 -   Notícia original Link para notícia
No desespero, lojistas fazem promoção e baixam preços

Minas Gerais. Para sobreviver à queda nas vendas e às lojas às moscas, o comércio de regiões duramente afetadas pela crise em 2015, como o Centro de Belo Horizonte, Barro Preto e Savassi, promete virar a mesa e fazer de tudo para espantar o mau agouro do ano que ficou para trás. Sem esperar do governo medidas em favor da recomposição de perdas dos negócios, que chegaram a 80%, comerciantes anunciam nova leva de promoções, estratégias envolvendo mudança de endereço, investimentos em vendas pela internet, inovações no ambiente, com música ao vivo, e alterações em cardápios.

É com esperança que as empresas pretendem se virar para fazer diferente em 2016 e não é sem razão. Dados da de Belo Horizonte (/BH) mostram que o comércio varejista da capital mineira registrou queda de 3,48% nas vendas no acumulado de janeiro a outubro de 2015, comparado ao mesmo período de 2014. O desempenho do setor é o pior desde 2007. E nem mesmo o Natal salvou o varejo. Houve queda de 1% nas vendas dos shoppings em relação ao mesmo período de 2014, índice jamais visto nos últimos 10 anos, segundo a Associação Brasileira de Lojistas de Shopping (Alshop).

O ano de 2015 serviu como aprendizado. "Temos que acreditar que vai ser melhor. Não é nem querer crer. É ter obrigação de apostar em um ano mais promissor", afirma o gerente do Restaurante Rococó, instalado na Savassi, Altamiro Prudêncio. Ele conta como as expectativas de ganho viraram pó, passada a Copa do Mundo, quando a área nobre da cidade lucrou com os turistas. "Mas as coisas não saíram como o planejado. Tivemos 20% de queda em nosso movimento", diz.

Altamiro viu concorrentes fecharem as portas, motivo mais que suficiente para a empresa se reiventar neste ano. Em vez de jogar a toalha, o restaurante inova. "Abaixamos o preço da cerveja, de R$ 7,50 para R$ 6,50. Colocaremos churrasco em sistema self-service e pretendemos pôr, à noite, música ao vivo. É uma forma de não entregar o jogo e conquistar clientes", revela, animado com 2016.

Na semana passada, a reportagem do Estado de Minas procurou comerciantes para conhecer os planos de 2016. A Savassi ainda estava desanimada. Lojistas lamentavam o resultado das vendas de Natal, mas queriam acreditar nas mudanças daqui pra frente. "O jeito é se virar. Vizinhos fecharam as portas e resistimos, mesmo diante de uma queda de 30% na procura pelos nossos serviços", comenta o cabeleireiro Rommel Alves Ferreira, do salão Dell Cabeleireiros.

Rommel conta que, em 2015, o salão funcionava num imóvel duas lojas acima do ponto atual de atendimento, na Rua Levindo Lopes. O proprietário reajustou o aluguel mais do que o esperado, o que forçou a troca de endereço. "O aperto tem sido para todo mundo, a gente ouve as clientes reclamando e muitas delas deixaram de fazer unha toda semana. Passaram a vir uma vez por mês", diz. Outra estratégia da empresa, agora, é oferecer brindes às clientes. "Quando pintarem o cabelo ou fazerem mechas, terão a hidratação grátis. Se optarem pelo corte, poderão ir pra casa com o cabelo escovado sem nenhum adicional."

Enquanto o salão investe nas promoções, uma loja de sapatos na Savassi quer atingir o público por meio do mundo virtual. Em outubro do ano passado, Cardel Concept ousou ao alugar uma loja na Galeria Miguel Terlizzi, onde lojas fecharam as portas. "Chegamos na contramão da realidade. Sabíamos da situação econômica, mas foi uma oportunidade", afirma a gerente Maria Isabel Mesquita Toledo. Ela diz que o objetivo do negócio em 2016 é ganhar mercado e, por isso, além da loja física, a empresa vai apostar nas vendas por meio de site e redes sociais. "Temos que investir cada vez mais para que a crise não nos pegue."

PROMOÇÃO Outra esperança que envolve a Savassi está nas promoções de início de ano. De acordo com a gerente da loja Ágha, Fernanda Oliveira, além de 2015 ter sido fraco em vendas, o Natal não correspondeu às expectativas. "A nossa aposta está em janeiro, quando os lojistas da região darão descontos de 50% nos produtos. Vamos buscar peças novas, investir ainda mais no bom atendimento e, com a promoção, atrair a clientela", diz. Ela conta que, depois de julho do ano passado, o movimento de consumidoresna Ágha caiu em torno de 50%. "Tínhamos quatro vendedores, e uma delas foi dispensada Não queremos isso em 2016, e estamos esperançosos de que será diferente", afirma.

NO VERMELHO

3,48%

Foi quanto caíram as vendas

no varejo de BH de janeiro a outubro de 2015

1%

Foi a queda nas vendas no Natal dos shoppings centers

Ânimo renovado para buscar cliente

Do outro lado da cidade, no Barro Preto, os ares são de mudança e urgentes, já que comerciantes registraram quedas de até 80% nas vendas em 2015. Há casos de quem vai ampliar lojas na tentativa de atrair a clientela ofertando variedades de produtos, e de lojistas que abandonar a região pelo medo do que 2016 reserva. "Foi um ano arrastado. Tivemos queda muito grande nas vendas, mas não vamos desanimar. O Barro Preto não é mais como antigamente, mas precisamos reverter isso", provoca a gerente da loja Sant'yves, de moda masculina, Maria Rúbia Campos Almeida.

Na semana que vem, segundo Maria Rúbia, a loja terá nova infraestrutura. A empresa terá um único endereço para duas unidades mantidas no Barro Preto. "O dono achou melhor mudarmos de espaço e juntar as lojas, oferecendo aos clientes moda masculina e feminina no mesmo local. Acho que assim as coisas vão melhorar, com maior variedade de roupas", aposta.

No Centro de BH, a política da propaganda para espantar a crise deu certo e será intensificada em 2016 pela joalheria Casa Sanni. Depois de ver o movimento cair na loja, em agosto de 2015, os sócios da empresa arregaçaram as mangas e foram para as ruas. "Investimos em folders com informações sobre os nossos valores e passamos a entregar na porta, como propaganda. Nossas vendas aumentaram 40%", comemora Francisco Henrique, sócio- gerente. É ele quem entrega o papel nas mãos de quem passa pela porta da joalheria, localizada bem no coração da Avenida Paraná. "Não podemos é desanimar. Este ano vai ser bem melhor", afirma.

OUTROS TEMPOS A mudança para Cleia Rodrigues Costa veio como um retorno às origens. Há 10 anos ela mantém um box de roupa feminina no Shopping Barro Preto. No entanto, não aguentou os efeitos da crise econômica do ano passado, ao enfrentar queda superior a 50% nas vendas. "O aluguel subiu e não entravam clientes nas lojas. Além disso, muitos colegas foram embora do shopping. Não tenho como ficar", lamenta.

Cleia recorda que, 10 anos atrás, quando conquistou lugar no shopping, os tempos eram só de felicidade. "Isso aqui vivia cheio, ninguém reclamava. Mas 2015 foi um pesadelo, por isso, estou dando adeus", diz. Mas Cleia não vai abandonar o comércio. Ela tem uma loja de roupas na região de Venda Nova, à qual vai se dedicar integralmente. "Lá, vou investir em promoções e roupas novas. Vai dar certo", anima-se.

(Portal EM)

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Palavras Chave Encontradas: Câmara dos Dirigentes Lojistas, CDL
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