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O Globo Online (RJ) ( Economia ) - RJ - Brasil - 01-01-2016 - 18:20 -   Notícia original Link para notícia
BTG Pactual conclui venda da Recovery para Itaú por R$ 1,21 bi

Acordo envolve ainda compra de 70% da carteira de crédito em atraso


-SÃO PAULO- O BTG Pactual conseguiu um novo reforço de caixa, no valor de R$ 1,21 bilhão, ao concluir a venda de sua participação na Recovery, empresa da área de cobrança, e de carteiras voltadas para a recuperação de créditos vencidos para o Itaú Unibanco. A operação depende da aprovação dos órgãos reguladores.


CLAUDIO BELLI/"VALOR"/19-6-2015Fora do comando. André Esteves está em prisão domiciliar desde 19 de dezembro


Em comunicado, o Itaú Unibanco, maior banco privado do país, informou que a operação não deve ter efeito relevante em seu balanço. Acrescentou ainda que a "equipe de gestão na prestação de serviços de recuperação de créditos em atraso otimizará a operação do Itaú Unibanco, o que, em conjunto com a continuidade na prestação de serviços para terceiros, resultará em um maior potencial de crescimento para as atividades da Recovery".


A Recovery, fundada em 2000 na Argentina e presente no Brasil desde 2006, é especializada na recuperação de créditos de pessoas físicas e jurídicas. Esse era um dos ativos do BTG mais cobiçados e chegou a atrair o interesse de fundos de private equity estrangeiros. O Itaú passará a deter 81,94% da empresa, além de uma participação de 70% nos R$ 38 bilhões em direitos creditórios (recursos a receber) de carteiras de crédito em atraso. ESTAPAR NA LISTA DE VENDAS Procurados, BTG e Itaú Unibanco não forneceram detalhes adicionais sobre a operação.


O esforço de venda de ativos que pertencem ao BTG Pactual teve início em 25 de novembro, quando o então presidente da instituição financeira, André Esteves, foi preso no âmbito da Operação Lava-Jato - desde 19 de dezembro, está em prisão domiciliar.


Poucos dias após a prisão de Esteves, foi anunciada a venda da participação do BTG na Rede D'Or, por R$ 2,38 bilhões. O banco também busca interessados para a rede de estacionamentos Estapar, avaliada em mais de R$ 1 bilhão e que interessa a fundos como o americano KKR, e para o banco suíço BSI. A fatia na varejista Leader e na BR Pharma, assim como outras empresas em que o banco possui participação, também está à venda.


A necessidade de vender ativos decorre do arranhão que a prisão de Esteves causou na imagem do banco e que prosseguiu mesmo após o afastamento do banqueiro da instituição. Com a credibilidade abalada, parte dos clientes com recursos no banco ou em fundos administrados pela instituição optou pelo resgate.


Além disso, ficou mais difícil para o BTG manter ou conquistar novas operações para o banco de investimento, como assessoria para fusões e aquisições e emissão de títulos. Para mostrar que não tem problemas de liquidez, a opção é reforçar o caixa - e para isso foi feito um empréstimo de R$ 6 bilhões com o Fundo Garantidor de Créditos (FGC). AÇÃO CAIU 45,8% EM 2015 O abalo na imagem do banco também se refletiu nos papéis da instituição negociados na Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa). A ação caiu 51,4% desde o dia 25 de novembro. No acumulado de 2015, o recuo foi de 45,8%. A título de comparação, no mesmo período, o índice do setor financeiro da Bolsa caiu, respectivamente, 11,4% e 4,5%.


Após um mês da prisão de Esteves, os fundos de investimento administrados pelo BTG perderam R$ 22,9 bilhões, segundo dados do site Fortuna. O volume considera a movimentação de resgates e aportes ocorridos nos 30 dias após a prisão de Esteves. No período, 8.641 clientes deixaram a instituição.


Na véspera de Natal, a instituição contabilizava patrimônio de R$ 162,355 bilhões nos fundos em que administra e 96.579 cotistas. O maior saque ocorreu nas carteiras de renda fixa e multimercados. No ano, a administradora de recursos do BTG é também a instituição que registra o maior resgate líquido no ano: R$ 33,7 bilhões, contra R$ 16,1 bilhões do segundo colocado, o HSBC.


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