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Portal O Tempo ( Economia ) - MG - Brasil - 30-12-2015 - 04:00 -   Notícia original Link para notícia
Tsunâmi político fez de 2015 um ano impossível de se prever - 4h00

Pelas projeções de janeiro, PIB deveria ter crescido 0,5%, mas vai cair mais do que 3,5%
Em 2015, a bola de cristal dos analistas de mercado quebrou. Com a crise política entornando o caldo sobre a economia, ficou praticamente impossível prever o que aconteceria com os indicadores. No dia 2 de janeiro, as apostas da pesquisa Focus eram que o Produto Interno Bruto (PIB) cresceria pelo menos 0,5% e a inflação ficaria em 6,56%, praticamente o teto da meta (6,5%). Mas a verdade foi absolutamente outra. Só até setembro, segundo levantamento do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o PIB já acumula retração de 3,2% e caminha para um recuo perto de 4%. E o índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) ultrapassou os dois dígitos e, até novembro, tinha alcançado 10,2%.

Para o dólar, a previsão inicial dos economistas era de R$ 2,80, mas ele está beirando os R$ 4. E a produção industrial, que deveria ter crescido no mínimo 1,4%, só até novembro amargava queda de 7,4%. Segundo o pesquisador da Fundação João Pinheiro (FJP) e professor de economia do Ibmec Glauber Silveira, a imprevisibilidade é fruto de um ano totalmente instável, com mais problemas políticos que econômicos. "O ajuste fiscal não foi realizado da forma como deveria, nem no timing em que deveria. Não aconteceram investimentos, e o consumo caiu. Isso deveria ter provocado pressão para derrubar a inflação, só que outras variáveis, principalmente os aumentos de combustível e energia, afetaram os custos no sentido oposto", explica Silveira.

E, para conter a inflação, o governo subiu os juros. A taxa básica (Selic), que começou com apostas de terminar o ano a 12,5%, já está em 14,25%. "O problema foi que a inflação se mostrou muito mais severa do que se imaginava", destaca o professor.

O coordenador do curso de relações internacionais do Ibmec, Reginaldo Nogueira, afirma que o primeiro erro deste ano que tornou a economia tão imprevisível foi o ajuste fiscal. "Em maio, quando saiu o decreto de contingenciamento de R$ 70 bilhões, todo mundo sabia que, com a queda da receita, o corte tinha que ter sido de R$ 100 bilhões. Em segundo lugar, o governo reduziu a meta de superávit primário de 1,1% do PIB para 0,1%", afirma.

Para Nogueira, o terceiro e mais grave erro do governo foi entregar ao Congresso um déficit primário de 0,5% do PIB. "Isso gerou um ambiente muito negativo para os empresários e antecipou o rebaixamento da Morgan Stanley para investimentos no país", analisa. Com as incertezas congelando investimentos e a inflação freando o consumo, a produção industrial despencou.

Para cada elevação de 'rating', país terá dez rebaixamentos

São Paulo. A agência de classificação de risco Fitch prevê que as empresas brasileiras enfrentarão uma crise de fluxo de caixa operacional em 2016. Em relatório, a agência avalia que as quedas nas receitas, combinadas com maiores custos financeiros e operacionais, levarão a um profundo encolhimento do fluxo de caixa de operações.

A crise política deve contribuir para esse cenário. "Como resultado, a Fitch Ratings não prevê melhoria significativa em 2016.

A liquidez, que tem sido um destaque dos emissores brasileiros, está se deteriorando e elevará o risco de refinanciamento", observa a Fitch.

De acordo com a agência de classificação de risco, os rebaixamentos de rating no próximo ano devem superar as elevações na proporção de dez para um,

Vai ser pior ainda no ano que vem

Se foi difícil prever 2015, não será diferente no ano que vem. "Em 2016, a confusão política será ainda mais complexa, e não dá para fazer previsões claras. No entanto, caminhamos para um 2016 pior, pois, quando terminamos 2014, havia certa esperança porque pelo menos tínhamos um plano. Agora, o governo não tem recursos para financiar investimentos, num ambiente em que não se faz ideia de como será a inflação", avalia o coordenador do curso de relações internacionais do Ibmec, Reginaldo Nogueira.

O pesquisador da Fundação João Pinheiro e professor do Ibmec Glauber Silveira destaca que, para retomar a estabilidade, é crucial eliminar as incertezas. Deve-se conter a escalada da inflação, ajustar as contas públicas e a política fiscal e monetária, e atenuar a instabilidade política. Isso poderia provocar a retomada dos investimentos por parte do setor privado, governo e consumo das famílias".

"Seja no emprego ou na massa salarial, só temos índice negativo. A única coisa de que temos certeza é que o país é maior do que isso e, se os governantes tiverem bom senso, sairemos dessa crise rápido", diz o presidente da -BH, .

Comércio

Belo Horizonte. De acordo com a (-BH), o setor começou o ano apostando em crescimento de 1%, mas deve fechar com queda de 5,7% nas vendas.


Palavras Chave Encontradas: Bruno Falci, Câmara de Dirigentes Lojistas, CDL
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