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Estado de Minas Online ( Economia ) - MG - Brasil - 21-12-2015 - 11:26 -   Notícia original Link para notícia
'Bom e barato' salva o Natal

Comércio popular mantém as vendas, oferecendo descontos nos preços, variedade de produtos e facilidade no pagamento


Flávia Ayer


Publicação:21/12/2015 04:00



Com a queda da renda, consumidores buscaram ofertas na feira hippie
Às vésperas do Natal, o comércio popular atrai o consumidor arredio, em meio à perda de renda e às indefinições na economia, com a máxima do BBB: barato, bom e bonito. É o que explica o movimento intenso no domingo na tradicional Feira de Artesanato de Belo Horizonte, na Avenida Afonso Pena, Centro da cidade. O movimento de clientes e as vendas indicam como o consumidor vai presentear. No último domingo antes da festa cristã, a famosa feira hippie ficou lotada, mostrando a força do varejo alternativo. Variedade de produtos, oferta de descontos nos preços e facilidade para quem pagasse em dinheiro garantiram as vendas.

Expositores gostaram do que viram ontem na feira. "A crise interfere em todos os seguimentos, mas vemos que a feira acaba se tornando uma opção por ter preço bom e qualidade", afirma o presidente da Associação dos Expositores da Feira de Artesanato da Afonso Pena (Asseap), William dos Santos Pinto. Mesmo em épocas de recessão, segundo o coordenador da entidade, Gilberto de Assis, o período natalino é de boas vendas. "Natal não falha", comenta.

Havia cinco anos que a coordenadora administrativa Mariana Fonseca, de 37 anos, não ia à feira da Afonso Pena e acabou saindo de sacola cheia. "Como o dinheiro está curto, aqui você acha opções mais baratas e boas", afirma. Mariana, que normalmente fazia as compras em lojas de rua e em shopping centers, saiu satisfeita com as compras. "Acabei gastando até mais do que previa. A gente vê uma coisa interessante e quando percebe, já comprou", diz.

Sem ter recebido o 13º salário, a professora Darli da Silva Nunes, de 43, também recorreu à feira para economizar nos presentes. "Sem o 13º, estou gastando bem menos", ressalta a moradora de Nova Lima, na Região Metropolitana de Belo Horizonte. O casal Juliana Barbosa, de 28, e João Victor Oliveira, de 23, também fez a festa. "Paguei R$ 240 e comprei rasteirinha, brinco, bolsa, bicho de pelúcia. Gastei bem menos do que no ano passado", afirma Juliana. Além do preço, outra vantagem, segundo eles, é encontrar grande variedade de produtos na feira.

Pesquisa da de BH (-BH) divulgada na semana passada mostrou que as promoções e o preço respondem por 55,5% das decisões de compra. Ainda segundo o mesmo levantamento, o maior desafio na hora das compras é também o valor dos produtos, para 62,6% dos entrevistados. Atentos a essa preocupação dos clientes, 36,9% dos lojistas afirmaram que vão intensificar as promoções para aumentar as vendas.


 



Sandálias de Wanda Oliveira conquistaram cliente que comprou à vista, com redução de R$ 5 no produto
PROMOÇÕES Para enfrentar a crise, expositores da feira deram descontos e facilitaram o pagamento dos produtos. Se o cliente pagasse em dinheiro, Wanda Maria de Oliveira, feirante de calçados há mais de 20 anos, oferecia desconto de R$ 5 na sapatilha, vendida a R$ 30. "Ano passado foi muito ruim. Hoje não podemos reclamar, porque o movimento está melhor", disse. Ainda assim, Bárbara Alves Carvalho, expositora desde o tempo em que a feira era realizada na Praça da Liberdade, sentiu a queda de público que compra em atacado. "Caiu 80%. O pessoal não está investindo porque está com medo", observa.


 


 


 


ÚLTIMA HORA
Funcionamento do comércio

%u2022 Hoje a quarta-feira,
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Fonte:



Numa época de crise no bolso e no emprego, a dona de casa determinada a economizar nos gastos com a festa de Natal deixa de lado a praticidade na preparação da ceia. Entre comprar a refeição pronta e fazer o menu em casa, a possibilidade de cortar despesas fala mais alto. O Estado de Minas conferiu as contas para colocar na mesa a tradicional leitoa no jantar desta quinta-feira. Com a ajuda de um profissional do Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial (Senac) de Minas Gerais, que estimou as despesas, o EM chegou ao gasto total de R$ 169,23 (veja o quadro) dos custos diretos para preparar em casa e servir uma leitoa inteira de 5 quilos.


A estrela da ceia é oferecida por estabelecimentos de Belo Horizonte que costumam prestar o serviço no Natal ao preço médio de R$ 350, pelo mesmo peso, no levantamento feito pelo EM. A opção caseira rende uma economia superior a R$ 180, representando 51,6% do dinheiro que seria desembolsado pelo cardápio entregue pronto. O chefe de cozinha executiva do Senac-MG, Luciano Avelar, calculou quanto custaria preparar um leitão de 5 quilos comprado no açougue a R$ 23 o quilo e temperado, incluindo o cozimento da carne.

Avelar observa que existe um custo indireto dificilmente calculado pela dona de casa, mas a comparação dá a ideia de como é possível economizar, quando a família está disposta a pôr a mão na massa. "Há despesas com o gás de cozinha, uma vez que a carne será assada por quatro horas e há o uso de material de limpeza", compara.

Presença constante nos banquetes de Natal, a carne suína assada é, nesta época do ano, o carro-chefe das vendas em padarias, supermercados e estabelecimentos especializados em carnes.O cliente pode escolher, nesses locais, entre pagar pelo leitão pronto, como também contratar só o serviço de forno para assá-lo, uma vez que a delícia leva de quatro a seis horas para ficar pronta. O EM pesquisou em vários estabelecimentos da cidade e encontrou preços de até R$ 400, para um leitão de seis quilos pronto para servir.

Estabelecimentos como o Ao Gosto, no Bairro Floresta, Zona Leste de BH, encerraram as encomendas para assar o leitão de Natal. Só há vagas para o réveillon. A empresa vende a iguaria pronta por R$ 38,80 o quilo. O gasto é acrescido de R$ 130 para assá-lo.

Na padaria Vianey, na Região Centro-Sul, o quilo chega a R$ 69,90, porém, não é cobrado taxa extra para assar a carne. Assim, 5 quilos custam R$ 349, 50. Na Confeitaria Momo, também na Zona Sul, é vendida a leitoa baby, a R$ 420 com entrega do prato pronto. Nas contas do chefe Luciano Avelar, as despesas indiretas na preparação da leitoa, que seriam consideradas, por exemplo, por um profissional interessado em vender o serviço, somam R$ 171,48. Ele estimou quatro horas gastas do tempo de trabalho de uma pessoa com salário de R$ 2 mil líquidos, sendo R$ 25 a hora.


Palavras Chave Encontradas: Câmara dos Dirigentes Lojistas, CDL
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