Empresa vai investir R$ 100 milhões em Contagem

Enquanto empresários do todo o Brasil fazem um esforço descomunal em meio a papéis, calculadora e planilhas para fechar o ano o mais longe possível do vermelho, a centenária Drogaria Araujo S/A esbanja números positivos. Não que a crise não tenha "abocanhado" uma fatia desse resultado: o momento econômico também refletiu na rede, que, no início do ano, chegou a registrar queda na vendas. Mas, com a adoção de uma série de estratégias, a Araujo recuperou seu desempenho e deve fechar o ano com 15% de crescimento e um faturamento de R$ 1,6 bilhão.
 
De acordo com o presidente da rede, Modesto Araujo Neto, o ano começou desafiador para a empresa que, logo nos primeiros meses, viu suas vendas caírem. Mas o impacto negativo acabou sendo uma alavanca para que a rede reagisse. "A partir do meio do ano, fizemos várias ações para recuperar os negócios, como promoções e venda de produtos mais populares, tanto na área de conveniência quanto de medicamentos. Também estamos negociando contratos de locação das lojas e de prestação de serviço, como limpeza e manutenção de equipamentos", afirma.
 
Outra estratégia utilizada pela Araujo é a troca da iluminação de todas as unidades por lâmpadas led. A expectativa da empresa é economizar até 30% o gasto com energia. O presidente afirma que todas essas ações ajudaram a empresa a voltar para a sua rota de expansão: só este ano, a rede abriu 15 unidades em Belo Horizonte e região e a expectativa é fechar 2015 com 15% de crescimento em relação a 2014. "O País está passando por um momento nunca antes visto e o empresariado não pode depender do governo e, sim, criar estratégias para sobreviver", afirma.

O resultado positivo da rede mineira de farmácias em plena crise também pode ser explicado pelo desempenho do setor, que normalmente sofre menos os efeitos da crise. Em Belo Horizonte, onde está a maior parte das unidades da Araujo, o setor cresceu 4,84% entre janeiro e outubro deste ano. O resultado é superior aos demais segmentos, como veículos, vestuário e material de construção, que registram queda de até 8%.
 
De acordo com o último levantamento da Associação Brasileira de Redes de Farmácias e Drogarias (Abrafarma), de outubro de 2013 a setembro de 2014, as vendas nas redes associadas totalizaram R$ 31,42 bilhões, um crescimento de 13,55% em relação ao período anterior. Os não medicamentos, que compreendem especialmente itens de higiene, perfumaria e cosméticos, foram o destaque desse balanço, atingindo R$ 10,33 bilhões em vendas entre outubro de 2013 e setembro de 2014. Já a comercialização de medicamentos registrou R$ 21,08 bilhões.
 
De olho nesse mercado em expansão, a Araujo pretende manter as estratégias para continuar crescendo. Um exemplo é o investimento em um novo centro de distribuição (CD), em Contagem, na Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH). A obra teve um investimento de R$ 100 milhões. "Nosso atual centro de distribuição não está mais comportando a demanda das lojas. A criação desse novo centro vai dar condição para que a rede triplique o número de lojas", afirma o presidente. Segundo ele, o CD terá 60 mil metros quadrados e começa a operar em setembro de 2016.
 
Com 109 anos de história, a expectativa da rede é passar das atuais 150 lojas para 450 até 2022. Segundo Neto, a empresa já tem algumas unidades no interior do Estado, mas a meta para o ano que vem é intensificar a presença fora da Grande BH. Outra aposta no próximo ano é o e-commerce que, segundo o presidente, tem dado ótimo retorno ao negócio. "Com esse trânsito horrível e com o aumento da insegurança, as pessoas optam cada vez mais pelo e-commerce, que é prático e proporciona conforto. Vamos apostar muito nesse canal", adianta.