É de olho em um mercado de US$ 7 bilhões que a Carter's, gigante americana de roupas infantis, estreia no Brasil. Em parceria com a Riachuelo e o Walmart, a empresa, que faturou US$ 2,9 bilhões em 2014, quer fazer do Brasil um dos seus principais destinos fora da América do Norte, sobretudo depois da diminuição dos gastos brasileiros no exterior. "Mesmo em épocas de crise, bebês continuam nascendo. É nisso que estamos focando", afirma à coluna Kevin Corning, vice-presidente da Carter's. Confira os principais trechos da entrevista:

Vocês estão estreando no País em um momento complicado. Foi uma estratégia acertada?
Fui presidente da Nike no Brasil de 2002 a 2004, então conheço bem o mercado. Claro que não sabíamos que este ano seria tão difícil, mas, mesmo em épocas de crise, bebês continuam nascendo e é nisso que estamos focando.

A Carter's é conhecida nos EUA por unir qualidade e preço baixo. Como vai ser a atuação da marca no País?
Não vamos atuar como grife e o nosso preço será apenas 25% superior ao visto no exterior. Os bebês crescem muito rápido, então não faz sentido cobrar caro. Queremos que seja uma marca consumida por todos os brasileiros, não somente os ricos.

Qual o potencial do mercado brasileiro para a companhia?
Ele tem potencial de ser o nosso quarto maior mercado, atrás de EUA, Canadá e China, outro país em que estamos investindo fortemente. Entrei na Carter's com o objetivo de aumentar a participação internacional de 10% para 15% até 2020. E gostaria de, até o fim desse período, ter até lojas no Brasil.

(Nota publicada na Edição 947 da Revista Dinheiro, com colaboração de: André Jankavski, Gabriel Baldocchi, Hugo Cilo, Márcio Kroehn e Paula Bezerra)