Acostumada a vender a prazo, desta vez a Via Varejo recebeu à vista. A companhia, que controla as redes de lojas Casas Bahia e Ponto Frio, especializadas em bens de consumo duráveis, anunciou, na terca-feira 7, que sua parceria com o banco Bradesco será prolongada até 2029. Pelos novos termos da parceria, o banco, que responde por boa parte dos financiamentos concedidos nas lojas, oferecerá outros produtos. Entre eles, um cartão de crédito "co-branded" ligado à Casas Bahia, que trará programas de milhagem e descontos progressivos de anuidades. A Via Varejo recebeu R$ 153,7 milhões e ainda terá mais R$ 550 milhões a título de antecipação de comissões, que serão pagas pelo Bradesco. No dia do anúncio, as units da Via Varejo subiram 14,4%, mas cederam parte dessa alta nos dias seguintes. No ano, até a quinta-feira 10, a queda é de 81%.

Palavra do analista:
José Cataldo, da Bradesco Corretora, avalia que a entrada de recursos na Via Varejo é uma boa notícia para a empresa, mas o cenário ruim para a economia em 2016 deverá pressionar os resultados, por isso ele recomenda manter os papéis.

Rodovias

CCR quer a Dutra até 2034

A CCR poderá explorar a concessão da Via Dutra, uma das principais estradas do País, que liga Rio de Janeiro e São Paulo, por mais 13 anos. A empresa de concessões rodoviárias tem o direito de explorar a estrada até 2021, mas pode prorrogar esse prazo até 2034. A estimativa dos analistas é que a CCR vai investir R$ 2,3 bilhões em melhoramentos na rodovia. No ano, as ações recuam 7,5%.

Touro x Urso

Incapazes de acompanhar o vaivém dos acontecimentos políticos, os investidores mais cautelosos estão preferindo prestar atenção aos fundamentos da economia e, principalmente, ao fluxo de recursos para o mercado. Os indicadores não são dos mais positivos, com a iminência de mais um rebaixamento da classificação de risco brasileira podendo tornar ainda mais arredios os investidores internacionais. Em dezembro, até a quinta-feira 10, o índice subiu 1,1%.

Papéis avulsos

BTG ainda em queda

Três semanas após a prisão do banqueiro André Esteves, as medidas tomadas pelos demais sócios do banco BTG Pactual podem ter impedido problemas para o banco, mas não foram capazes de conter a desconfiança do mercado. Esteves deixou a liderança do BTG Pactual logo após sua prisão, e, na semana seguinte, abriu mão do controle acionário, por meio da conversão de suas ações ordinárias em preferenciais. Agora, o controle está nas mãos de um colegiado autodenominado Top Seven Partners. Mesmo assim, as Units continuam em queda de 55% no ano.

Mineração

Vale desembarca da navegação

A Vale concluiu, na terça-feira 8, a venda, por US$ 423 milhões, de quatro de seus navios supercargueiros. Capazes de transportar até 400 mil toneladas de minério cada, esses navios foram encomendados pela Vale em 2008 para reduzir os custos do transporte marítimo, mas sua entrada foi proibida em portos chineses, frustrando os planos da mineradora. Ironicamente, o comprador foi uma subsidiária do Industrial and Commercial Bank of China. No ano, as ações da Vale caíram 44,5%.

Mercado em números

BANCO DO BRASIL
45% - É o total de operações de crédito imobiliário contratadas por meio da rede de correspondentes bancários da instituição financeira, conhecida como Mais BB

TAM
11,9% - Foi a redução do tráfego de passageiros no mercado aéreo brasileiro em novembro em comparação com outubro

BM&FBOVESPA
40 milhões - É o limite máximo de ações ordinárias em circulação que a Bolsa poderá recomprar entre 11 de janeiro e 31 de dezembro de 2016

HYPERMARCAS
5 milhões - É o limite máximo de ações ordinárias em circulação que a empresa de fármacos poderá recomprar até o dia 7 de junho de 2016

PÃO DE AÇÚCAR
R$ 1 bilhão - É o investimento previsto pela rede de supermercados para a abertura de novas lojas em 2016, queda ante os R$ 1,7 bilhão de 2015