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O Globo Online (RJ) ( Economia ) - RJ - Brasil - 08-12-2015 - 10:37 -   Notícia original Link para notícia
Preço do petróleo cai ao menor patamar em quase sete anos

Brent perde 5,3%, a US$ 40,73, após Opep desistir de estabelecer teto de produção


-NOVA YORK- Os preços do petróleo caíram ontem ao menor nível em quase sete anos. O recuo reflete a decisão da Organização dos Países Produtores de Petróleo (Opep), anunciada na última sexta-feira, de continuar produzindo cerca de 31,5 milhões de barris por dia, apesar de o mundo enfrentar hoje um excesso de oferta da commodity. Historicamente, o cartel sempre limitava a produção para controlar os preços. Na última reunião, porém, a Opep concordou em abandonar a menção de um teto para a produção - antes de 30 milhões de barris diários, que não vinha sendo respeitado - pelo menos até junho de 2016, quando o cartel se encontra novamente.


ANDREY RUDAKOV/BLOOMBERG/31-7-2015Em excesso. Área de exploração na Rússia: país, que não faz parte da Opep, é um dos que aumentou a produção


O barril do tipo Brent, referência internacional, encerrou ontem em Londres com queda de 5,3%, a US$ 40,73 - a menor cotação desde fevereiro de 2009, auge da crise financeira global. Negociado em Nova York, o barril do WTI para entrega em janeiro desabou 5,8%, a US$ 37,65, também o menor valor em quase sete anos. A cifra está bem distante dos US$ 108 registrados em julho do ano passado.


- Estamos vendo os preços mergulharem por causa de uma Opep sem cotas. Os sauditas estão preparados para jogar um longo jogo para retomar seu domínio - avaliou o analista John Kilduff, sócio do fundo Again Capital, em entrevista à Bloomberg.


QUEDA DE 40% DESDE NOVEMBRO DE 2014 Depois da reunião da Opep, o banco de investimentos Goldman Sachs afirmou em relatório que os preços do petróleo devem permanecer baixos por bastante tempo. A expectativa do banco é que a cotação do barril possa recuar a US$ 20, devido à "crescente probabilidade" de o volume excedente de petróleo superar a capacidade.


A cotação do petróleo acumula mais de 40% de queda desde novembro de 2014, quando a Arábia Saudita convenceu seus pares na Opep a manter a produção e defender a fatia do mercado nas mãos do cartel contra os produtores americanos de shale gas (gás não convencional), cujo processo de extração tem um custo bem mais elevado.


Com Rússia, Arábia Saudita e Iraque aumentando a produção, o estoque mundial de petróleo subiu para quase 3 bilhões de barris, segundo a Agência Internacional de Energia (AIE). Só nos Estados Unidos, o volume de petróleo cru em estoque avançou para 489,4 milhões de barris na semana encerrada em 27 de novembro. Este é o maior volume para esta época do ano desde 1930, durante a Grande Depressão, de acordo com dados divulgados pelo governo americano no início deste mês.


AÇÕES DE EMPRESAS DO SETOR CAEM A maior parte do mercado "não tem qualquer teto" de produção, afirmou na sexta-feira o ministro de Petróleo do Iraque, Adel Abdul Mahdi.


- Os americanos não têm um teto. Os russos não têm um teto. Por que a Opep deveria ter um? - perguntou Mahdi.


Já o ministro de Petróleo do Irã, Bijan Namdar Zanganeh, afirmou que, depois da decisão de sexta-feira, "todos fazem o que bem entenderem". Ele estima o excedente atual em dois milhões de barris por dia. O Irã está contando com uma alta nas suas exportações da commodity a partir do ano que vem, quando serão retiradas as sanções ao país por causa de seu programa nuclear.


A queda nos preços do petróleo afetou as ações das empresas do setor. Os papéis da americana Williams Cos., que faz oleodutos, despencaram 17% ontem em Nova York. Exxon Mobil e Chevron caíram 2,9% e 2,6%, respectivamente. Isso contribuiu para que as Bolsas americanas fechassem em queda. O índice Dow Jones recuou 0,66%, e o S&P 500, mais amplo, perdeu 0,70%.


Na Europa, a BP recuou 3,4%, e a Royal Dutch Shell, 4,2%. A Bolsa de Londres encerrou em queda de 0,24%.


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