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Estado de Minas Online ( Economia ) - MG - Brasil - 08-12-2015 - 10:46 -   Notícia original Link para notícia
Recessão mais forte e preços acelerados

Mercado financeiro piora projeções para economia brasileira e passa a ver tombo no PIB de 3,5% este ano e de 2,3% no próximo. Inflação de dois dígitos agora e fora da meta em 2016


Brasília - Com os dados do Produto Interno Bruto (PIB) referentes ao terceiro trimestre nas mãos, analistas do setor privado ampliaram ainda mais a projeção de retração econômica em 2015 e 2016. Segundo o Relatório de Mercado Focus, divulgado ontem pelo Banco Central, a economia brasileira seguirá em recessão, já que deverá registrar quedas de 3,5% este ano e de 2,31% no próximo. Se a nova estimativa para 2015 estiver correta, será o pior desempenho da atividade desde 1990, quando a economia doméstica teve um tombo de 4,35%. Conforme divulgação do IBGE na semana passada, o PIB do terceiro trimestre deste ano caiu 1,7% ante o segundo trimestre e 4,5% na comparação com idêntico período do ano passado. Nos dois casos, os resultados foram um pouco piores do que o previsto pelo mercado financeiro.



A produção industrial puxará a baixa em 2015 ao mostrar contração de 7,60%, de acordo com o boletim Focus. Para o ano que vem, a projeção segue negativa, mas em menor intensidade (-2,40%). Pelo levantamento feito pelo BC toda semana com cerca de 120 instituições financeiras, o PIB voltará a crescer em 2017, ao apresentar alta de 1%. Para 2018 e 2019, a expectativa é de expansão de 2% a cada ano.



Do lado externo, a balança comercial deve trazer um superávit de US$ 15 bilhões este ano e de US$ 39,68 bilhões em 2016. Isso ajudará a fazer com que o rombo das transações internacionais perca a intensidade em 2015 (US$ 64,40 bilhões) e, principalmente, no próximo ano (US$ 39,68 bilhões). No Relatório Focus, não houve variações das estimativas para o dólar, que dever encerrar este ano em R$ 3,95 e 2016 em R$ 4,20.



Nos últimos meses, segundo participantes, os analistas tentam reestimar as projeções levando em consideração a mudança de metodologia da nota do setor externo, em abril. A mediana das previsões para o novo Investimento Direto no País (IDP) saiu de US$ 62,80 bilhões para US$ 62,60 bilhões para 2015 pela terceira semana seguida. Um mês atrás, estava em US$ 62,30 bilhões. Para 2016, caiu de US$ 58 bilhões para US$ 57 bilhões. Quatro semanas atrás, estava em US$ 60 bilhões.

Custo de vida cada
vez mais elevado

No campo da inflação, a pesquisa Focus mostrou aumento das expectativas para 2015, que deve fechar com IPCA de 10,44%. Também subiu o cálculo para 2016, chegando a 6,70%. Se essa nova projeção for confirmada, o índice ficará acima do teto de 6,50% determinado pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) para ser entregue pelo BC. A instituição promete trabalhar para trazer a taxa mais para baixo e situá-la o mais próximo possível de 4,5%. O BC já falou, no entanto, que esse objetivo só deve ser atingido em 2017. O mercado reduziu as projeções de 5,12% para 5,10% daqui a dois anos. Mesmo assim, seguem distantes da meta da autoridade monetária. Por isso, o Focus mostrou uma expectativa de postura ainda mais conservadora por parte do BC nos próximos anos sobre o rumo dos juros.



Na Focus passada, havia uma indefinição sobre o comportamento da Selic em dezembro de 2016, mas agora está certo para os agentes financeiros que a taxa básica permanecerá nos atuais 14,25% ao ano até o fim do ano que vem. A primeira queda dos juros, conforme o levantamento, será vista apenas em janeiro de 2017, quando deve cair para 13,75% ao ano - a expectativa anterior era de 13,25% a.a. Essa previsão de reduções mais tênues da Selic foi uma tendência até maio de 2017, prazo mais longo coletado pelo BC com os especialistas.


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