Leitura de notícia
Portal O Tempo ( Economia ) - MG - Brasil - 07-12-2015 - 09:45 -   Notícia original Link para notícia
Em tempos difíceis, presente bom é aquele que custa pouco - 3h00

Segundo pesquisa da , 67% das pessoas gastarão menos, mas 89% não vão deixar de presentear



Rogério afirma que a crise eleva demanda por presentes simples


A renda caiu, o desemprego subiu, o Produto Interno Bruto (PIB) vai fechar o ano no vermelho. Mas, no Natal, pelo menos um batonzinho o povo vai comprar. É que, em tempos de dinheiro escasso, quanto mais barato o produto, maiores são as vendas. Existe até mesmo um índice conceitual criado pelo industrial norte-americano Leonard Lauder para explicar por que quanto maior a crise, mais batons - e outros cosméticos - se vende.
"Ele mede o comportamento de compra. Quanto pior é a situação econômica, maior é a sensação de depressão, e as pessoas, sem dinheiro para comprar itens caros, compram um batom, um esmalte, até para se sentirem bem no meio de toda essa crise que estamos vivendo", afirma a economista da de Belo Horizonte (-BH), Ana Paula Bastos. 
Não por acaso, em Belo Horizonte, onde as vendas do Natal devem cair pela primeira vez, o setor de perfumaria, drogaria e cosméticos é praticamente o único que está com desempenho positivo neste ano. Até setembro, enquanto o varejo acumula queda de 3,29%, o segmento cresceu 4,77%. De todos os setores, só este e o de alimentos é que ficaram no azul. Segmentos como construção e ferragens, automóveis, eletrodomésticos, vestuário, calçados e até papelarias tiveram recuo.
"São produtos necessários, com tíquete médio mais baixo, que todo mundo gosta de ganhar. Sem contar que embeleza e melhora a autoestima", justifica o presidente da -BH . A técnica em enfermagem Helena Araújo, 50, queria mesmo era comprar eletrodomésticos. "Mas, na falta de dinheiro, um creme é sempre muito bem recebido. Eu tenho muitos presentes para comprar e os cosméticos são uma ótima opção nesse tempo de crise, porque são mais baratos. E todo mundo gosta de ficar cheiroso", afirma Helena. 
Pequenos preços. O Índice do Batom foi criado em 2001 pelo industrial Leonard Lauder, herdeiro do império de cosméticos Estée Lauder, que queria saber por que suas vendas cresciam num momento em que a economia dos Estados Unidos sofria os efeitos dos ataques terroristas às Torres Gêmeas. Logo em seguida, veio a crise financeira mundial. O índice mostra que, se o dinheiro está escasso, as vendas de itens de menor valor crescem. 
Além da perfumaria, as lingeries também estão indo muito bem, obrigada. É que elas se enquadram na categoria do custa pouco, mas agrada. "Quando as pessoas têm menos dinheiro, elas não querem deixar de dar um presente, então acabam comprando um mais baratinho e simples. E nós vendemos mais agora do que num momento em que a economia está mais aquecida", afirma o gerente da loja Rainha, Rogério Fernandes. 
Apesar da proximidade do Natal, a terapeuta ocupacional Juliana Pantuza, 27, tem outras prioridades. À espera do primeiro filho, Gael, ela está mais voltada para os preparativos da chegada do bebê. "Acho que, se a situação não estivesse tão complicada, até pensaria em presentes. Mas, do jeito que está, presente tem que ser lembrancinha", conta Juliana, que aproveitou para antecipar o presente da mãe na loja de lingeries. 
 Segundo pesquisa da , 67% dos consumidores de Belo Horizonte vão gastar menos do que em 2014. "Mesmo gastando menos, 89% afirmaram que vão presentear neste Natal", destaca Falci.



Cosmético é o quarto mais procurado 

Os cosméticos estão no topo da lista dos presentes mais procurados neste Natal. Com 11,4% das intenções de compras, estão em quarto lugar no ranking dos produtos mais comprados e só perdem para roupas, brinquedos e calçados. Os dados são de pesquisa da (-BH). 
 Durante todo o ano, a indústria desse segmento sofreu com o aumento do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), mas agora, num momento em que as pessoas estão cada vez mais dispostas a gastar menos, o varejo dos cosméticos ganha mais os holofotes. 
Segundo pesquisa feita pela em Belo Horizonte, sete em cada dez consumidores não vão gastar mais do que R$ 100 com presentes (72,4%). Para 32% dos consumidores, as despesas não vão ultrapassar R$ 50. "Mesmo que as pessoas tenham dinheiro, elas não sabem o dia de amanhã. A crise política está muito colada à economia", afirma o presidente da , .


Palavras Chave Encontradas: Bruno Falci, Câmara de Dirigentes Lojistas, CDL
O conteúdo acima foi reproduzido conforme o original, com informações e opiniões de responsabilidade da fonte (veículo especificado acima).
© Copyright. Interclip - Monitoramento de Notícias. Todos os direitos reservados, 2013.