O empresário Antônio Eduardo Baggio se prepara para assumir pela quinta vez consecutiva a presidência do Sindicato das Indústrias de Celulose, Papel e Papelão no Estado de Minas Gerais (Sinpapel), no próximo dia 11.

Os desafios para o próximo triênio, segundo o presidente, não diferem muito do que o setor produtivo brasileiro vai enfrentar como um todo. A esperança é que o consumo interno volte aos patamares anteriores à crise macroeconômica, voltando a aquecer a produção industrial. "Infelizmente a economia e a sociedade estão a reboque das decisões políticas. Enquanto não houver uma forte sinalização política como o País vai caminhar em 2016 há pouco a ser feito. O Brasil já provou ao longo dos anos, ao passar por várias crises, que é competente. Empresários e trabalhadores são comprometidos, mas precisamos que a política, pelo menos, não nos atrapalhe", desabafa Baggio.

A exportação, por enquanto, tem sido a grande saída para as indústrias do setor. De acordo com dados da 18ª edição do Cenários Ibá, boletim mensal da Indústria Brasileira de Árvores, de janeiro a outubro deste ano, a receita de exportações de celulose, painéis de madeira e papel totalizou US$ 6,5 bilhões, crescimento de 4,5% em relação ao mesmo período de 2014. O saldo da balança comercial do setor de janeiro a outubro foi de US$ 5,3 bilhões, alta de 15,3% na comparação com o mesmo período de 2014.

"A indústria matriz vai bem porque a economia lá fora está demandando e está trabalhando a todo vapor. Já as indústrias do papel - para escrita e embalagem, por exemplo - podem conseguir alguma contrapartida partindo para a exportação, porque fabricam matéria-prima para outras indústrias", explica o presidente do Sinpapel.

Já a produção de papel se manteve estável de janeiro a outubro e atingiu 8,6 milhões de toneladas. No mesmo período, as vendas domésticas de papel somaram 4,5 milhões de toneladas, volume 4,1% inferior em relação ao mesmo período de 2014. As vendas domésticas de painéis de madeira atingiram 5,4 milhões de metros cúbicos, volume 10% menor na comparação com o mesmo período do ano passado.

"A indústria de artefatos de papel, como embalagens, sacos e sacolas, está tentando se direcionar para o mercado externo, mas tradicionalmente exporta pouco. 95% da produção é para o mercado interno que está em recessão. Existe uma dificuldade muito grande de repasse de custo e isso não deve melhorar em 2016", aponta o empresário.

Composição - A diretoria executiva do Sinpapel que tomará posse no próximo dia 11 é composta pelo primeiro vice-presidente financeiro, Edson Gonçalves de Sales, o segundo vice-presidente financeiro, Augusto César Fávero Lima, o primeiro vice-presidente administrativo, Romano Barbieri Filho, e o segundo vice-presidente administrativo, Antônio Adonias Santos Borges.

A posse será realizada às 20 horas, no Edifício Robson Braga de Andrade da Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg), que fica na avenida do Contorno, 4.456, 4º andar, Funcionários.