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O Globo Online (RJ) ( Economia ) - RJ - Brasil - 05-12-2015 - 13:13 -   Notícia original Link para notícia
Após euforia, Bolsa fecha em queda de 2,23%

Perda anulou parte da alta de 3,29% registrada na véspera por causa do início do processo contra Dilma


A Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) fechou ontem em queda de 2,23%, aos 45.360 pontos. Com isso, devolveu quase a totalidade dos ganhos registrados na véspera, quando subira 3,29%, devido à animação inicial dos investidores provocada pela autorização para abertura do processo de impeachment da presidente Dilma Roussef.


- O mercado deixou claro ontem (quinta-feira) que quer o impeachment da presidente. Foi um dia de festa, digamos assim. Hoje (ontem), a queda mostrou apenas que o mercado voltou para a realidade, para as dificuldades que o impeachment traz para o curto prazo, em função de travar propostas no Congresso que são importantes para o horizonte - disse Raphael Figueredo, analista da Clear Corretora. - O mercado financeiro segue sendo a favor do impeachment. E apenas trouxe para o preço das ações essa dificuldade.


TEMOR DE ALTA DE JUROS NOS EUA


Segundo analistas, dados positivos sobre o mercado de trabalho nos Estados Unidos - o que indica maiores chances de aumento de juros nos EUA neste mês - e a queda do preço do petróleo também forçaram a trajetória negativa da Bovespa.


O dólar comercial, que abriu em alta, acabou fechando em baixa de 0,29%, cotado a R$ 3,736 para compra ea R$ 3,738 para venda. Na quinta-feira, reagindo à abertura do pedido de impeachment e ao cenário externo, a moeda americana havia recuado 2,24%, encerrando cotada a R$ 3,749. O câmbio no Brasil foi na direção contrária à do mercado externo, onde o dólar subiu 0,32% contra uma cesta de dez moedas, com os investidores reagindo a dados sólidos do emprego nos EUA.


- Na quinta-feira, o mercado teve um pouco de euforia com a possibilidade de o impeachment representar resolução de uma incerteza. Isso ficou mais desenhado. Porém, os investidores que querem mudança, ao analisar mais profundamente o equilíbrio de forças no Congresso, constataram que não vai ser fácil para a oposição sair vitoriosa. Tanto que o governo está empenhado em evitar o recesso e confirmar a vitória o quanto antes - disse Paulo Gomes, economista-chefe da AZ Futurainvest.


Segundo Gomes, a probabilidade de elevação das taxas de juros dos Estados Unidos neste mês era de 74% na avaliação dos investidores. Ontem, esse número subiu para 76%.


- As Bolsas americanas subiram com os dados de mercado de trabalho que revelam a força da economia doméstica. Mas os outros mercados, inclusive o nosso, reagiram mal, pois é mais uma sinalização de aumento dos juros por lá - acrescentou.


Em Wall Street, as Bolsas registram a maior alta em três meses após os dados econômicos americanos reforçarem a robustez da economia do país. O índice Dow Jones fechou em alta de 2,12%, enquanto o S&P 500 registrou avanço de 2,05%. O Nasdaq subiu 2,08%.


-O payroll (folha de pagamento, em inglês) americano foi mais forte que o esperado e carimba a ideia de que os juros vão subir neste mês. Para os mercados emergentes, grupo do qual fazemos parte, isso é ruim, o que também ajuda a explicar negatividade na Bolsa - disse Figueredo.


PAPÉIS DA PETROBRAS CAEM 6,884%


No Ibovespa, a queda foi generalizada, atingindo 57 das 63 ações que compõem o índice. As principais influências vieram dos papéis com maior peso. Depois da forte alta de ontem, a Petrobras despencou 6,84% (ON, com direito a voto, a R$ 9,13) e 5,76% (PN, sem voto, a R$ 7,52). Além de fatores domésticos, contribuiu para o tombo da estatal a queda de 2,43% no preço do barril de petróleo do tipo WTI, para US$ 40,09.


O produto perdeu valor após a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) decidir não reduzir a produção dos países-membros, mantendo a média de 30 milhões de barris por dia. O barril tipo Brent, usado como referência no mercado internacional, caiu 1,53%, a US$ 43,17.



Os papéis da Vale tiveram baixa de 4,04% (ON, a R$ 12,35) e 2,73% (PN, a R$ 9,99). Entre os bancos, a ação do Itaú Unibanco caiu 2,22% (R$ 28,18), enquanto a do Bradesco recuou 1,37% (R$ 21,59). As ações do Banco do Brasil desvalorizaramse 2,70% (R$ 17,32). Outras ações de peso também registraram queda, como a do JBS, que recuou 3,39% (R$ 12,25).      


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