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Diário do Comércio online - BH (MG) ( Economia ) - MG - Brasil - 03-12-2015 - 00:00 -   Notícia original Link para notícia
CDL-BH vê queda nas vendas neste ano

Falci: "É certo que 2016 também não será um bom ano"/Alisson J. Silva

A de Belo Horizonte (-BH) estima que as vendas do comércio da capital mineira somem R$ 3,09 bilhões em dezembro de 2015, queda de 2,15% em relação aos R$ 3,16 bilhões faturados em igual período do ano passado. Este é o primeiro resultado negativo da série histórica, iniciada em 2006. Nem mesmo o Natal, considerada a principal data para o setor, será capaz de elevar esses números, já que 75,2% dos empresários preveem vendas piores em relação ao período natalino de 2014.

Com isso, a estimativa da entidade é de um recuo da ordem de 5,7% no desempenho do comércio varejista de Belo Horizonte no acumulado de 2015 sobre o ano anterior. No exercício passado houve crescimento de 2,1% na comparação com 2013. "Esta é a primeira queda em termos de vendas em muitos anos. Já tivemos ocasiões de desaceleração do crescimento, mas desta vez, além de não estarmos crescendo, estamos caindo", destaca o presidente da -BH, .

O presidente avalia também que os resultados são reflexo da gestão do governo federal. Conforme ele, o trabalho realizado nos últimos anos culminou em uma crise moral, que posteriormente se transformou em política, depois em econômica e, por fim, em uma crise de confiança. "Chegamos ao ponto que até quem tem dinheiro no bolso não está comprando, porque não sabe o dia de amanhã. A má gestão política do País está afetando fortemente os negócios e a população", diz.

E o cenário ruim deverá se estender também para os próximos anos. De acordo com Falci, é certo que 2016 também não será um bom ano em termos de resultados para o comércio, o que poderá ocorrer novamente em 2017.

Prova disso, segundo ele, é que ao questionar os lojistas sobre as metas para o próximo exercício, a entidade observou que 73,7% dos empresários consultados afirmaram "nenhuma". Apenas 7,9% falou sobre ampliação ou melhoria nas instalações, 5,3% na capacitação da alta gestão, 5,3% em investimento no processo de vendas, 5,3% em divulgação e marketing e 2,6% em investimento no varejo eletrônico.

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Frustração - "A grande verdade é que, como as metas para 2015 foram frustradas, eles estão com ainda mais receio para 2016. Isso nos preocupa bastante, pois a cada dia vemos as vendas caírem, as empresas fechando e as pessoas perdendo renda e emprego. E a cada perda dessa é um ciclo negativo que é continuado", justifica o presidente da -BH.

Ainda em consulta aos lojistas, a pesquisa da entidade mostrou que o tíquete médio esperado para o Natal 2015 é de R$ 88,56. O valor representa menos da metade do que esperavam os empresários às vésperas da data no ano passado (R$ 195,13). Ainda segundo eles, a forma de pagamento mais esperada para este ano é a parcelada no cartão de crédito, citada por 60,8%. Em seguida, aparecem: o dinheiro (26,9), cartão de débito (3,1%), cheque (2,3%) e carnê/crediário (1,5%).

Já no que se refere ao consumidor, a -BH apurou que mesmo com a renda menor, a maioria dos belo-horizontinos (89%) vai presentear neste Natal. O levantamento apontou que cada pessoa deve adquirir, em média, quatro presentes e o valor de cada deverá girar em torno de R$ 89,53. No ano passado, o tíquete médio foi de R$ 91,90.

Segundo Falci, o forte apelo emocional da data ajuda. "Com o orçamento apertado devido à atual conjuntura econômica, a tendência é que os consumidores adotem um consumo moderado", diz.

Pagamento - Além disso, na avaliação do presidente, a opção pelo pagamento em dinheiro (apontado por 55,3% dos entrevistados) está relacionada com o aumento da inadimplência e até a preocupação das pessoas de não se endividarem ainda mais. A segunda modalidade mais citada pelos consumidores foi o pagamento parcelado no cartão de crédito (19,7%).

Roupa aparece como a principal mercadoria a ser adquirida, conforme a resposta de 29,3% dos entrevistados. Logo em seguida apareceram: brinquedos (19,1%), calçados (18%), cosméticos e perfumes (11,4%), entre outros.

O preço dos produtos e as promoções são os itens que o consumidor mais vai levar em conta na hora de realizar a compra, segundo 55,5% dos entrevistados. A qualidade dos produtos é o segundo fator (19,9%). Já o maior desafio é o preço dos produtos, segundo 62,6% das pessoas consultadas. Em seguida vêm atendimento desqualificado (1,8%), filas muito longas (10,8%), qualidade dos produtos (7,6%).


Palavras Chave Encontradas: Bruno Falci, Câmara de Dirigentes Lojistas, CDL
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