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O Globo Online (RJ) ( País ) - RJ - Brasil - 20-11-2015 - 10:25 -   Notícia original Link para notícia
O avanço do mobile commerce

Público jovem das classes A e B lidera compras por meio de smartphones. Especialistas apontam que, nos próximos cinco anos, a tendência é que o m-commerce atinja 15% do total das vendas online, ou 20% dos bens de consumo



O comércio eletrônico por meio de dispositivos móveis é a modalidade que mais cresce nas vendas online. Segundo dados da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), o Brasil registrou 280,02 milhões de acessos móveis em agosto deste ano - sendo 74,29% pré-pagos e 25,71% pós-pagos. O mobile commerce já representa 9,7% das vendas com expansão acelerada, segundo a 32ª edição do relatório Webshoppers, elaborado pela consultoria E-bit. A pesquisa mostra que a maior parte dos consumidores online (65%) comprou por smartphones e 35% por tablets. Porém, na pesquisa anterior, o tablet era responsável por 67% das compras móveis e os celulares por 33%.



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"Essa Inversão se deve ao crescimento da participação dos smartphones no mercado brasileiro. Segundo dados da consultoria Tec Triade, o tráfego de dados móveis cresceu 19 vezes ao ano no período de 2011 a 2015", diz Raquel Abrantes, analista de e-commerce do Sebrae/ RJ. Ela explica que o mobile commerce movimenta as mesmas categorias de produtos mais vendidos no comércio eletrônico, porém, algumas categorias não expressivas aparecem no m-commerce. Um exemplo é a categoria de alimentos e bebidas, refletindo-se em investimentos nesses segmentos em sites adaptados para a plataforma.



Ainda de acordo com a E-bit, as classes A e B são as que mais representam o consumidor do m-commerce, com 62% de participação, enquanto as classes C e D respondem por 27%. As mulheres são 27% desse público, sendo que a faixa etária que mais consome via dispositivo móvel está entre 35 e 49 anos para ambos os sexos. O consumidor mobile possui renda maior, se comparado ao consumidor apenas de e-commerce: R$ 6.129 ante R$ 4.378.



"A expansão do m-commerce é uma tendência natural, acompanhando a inovação tecnológica dos dispositivos móveis. Atualmente, mais de 90% dos telefones já possuem conexão com internet. Com isso, as lojas tendem a se adaptar e perceber no cliente móvel uma oportunidade de mercado. Outro diferencial no m-commerce é a entrada maciça da classe C, que está cada vez mais conectada com o mundo virtual por meio de smartphones", analisa Raquel.



Já nas estatísticas da E-consulting - que apura as vendas online nos segmentos de bens de consumo, automóveis e turismo - o m-commerce representa 8% do total de R$ 63,9 bilhões em vendas previstas para 2015. Em 2014, a participação era de 7,2%. Daniel Domeneghetti, CEO da empresa, observa que, das três categorias, as vendas por dispositivos móveis atingem apenas os bens de consumo.



"São vendas de produtos de consumo imediato e de menor complexidade como delivery, download e alimentos, seguindo a lógica que essa mídia propõe. Nos próximos cinco anos, a tendência é que o m-commerce atinja 15% do total ou 20% dos bens de consumo", estima Domeneghetti.



Esse consumidor é predominantemente jovem e usa o celular como instrumento de comunicação e relacionamento. O consultor explica que o mundo vem passando por uma transição das telas. Houve uma geração em que a TV era a principal tela, seguida pela geração em que a tela predominante era a do computador e agora assistimos a transição para a terceira geração, que usa preferencialmente a tela do smartphone.



Como entrar no concorrido mundo do comércio eletrônico



Especialistas destacam a importância de desenvolver um plano de negócios antes de se lançar nesse mercado


As operações de comércio eletrônico são as que menos oferecem barreiras de entrada para iniciar um negócio. O custo para montar um site ou uma loja virtual é relativamente pequeno quando comparado aos custos de uma loja física. Mas especialistas alertam que estar online, por si só, não é garantia suficiente para o sucesso da operação. É preciso ganhar relevância na rede para se sobressair em meio a milhares de outros empreendedores que também buscam a atenção dos consumidores.


Leandro Soares, diretor de marketplace do MercadoLivre, diz que após colocar a loja no ar o empreendedor precisa conquistar clientes e o custo dessa conquista envolve, necessariamente, o uso de estratégias de marketing digital e ferramentas de SEO (Search


Engine Optimization), para fazer com que os consumidores encontrem o site. "O difícil é ter visibilidade e relevância. Nesse sentido, iniciar operações em um marketplace, que ofereça tudo isso de forma diferenciada, pode ser uma boa estratégia", diz Soares.


Daniel Domeneghetti, CEO da E-Consulting, observa, por sua vez, que embora aparentemente seja fácil entrar no comércio eletrônico, na realidade é preciso investir para montar um site com funcionalidades que proporcionem uma boa experiência de compra, diferentes formas de pagamento, uma administração eficiente de estoque, suporte de atendimento e segurança. "Por isso, muitos pequenos empresários preferem aderir a um


marketplace", assinala. Ele destaca que praticamente não há marcas brasileiras nativas da internet. Mas é certo também que as empresas não podem ficar de fora do e-commerce. Encontrar a melhor equação é o grande desafio. "Às vezes uma loja entra pesado, mas, ainda assim, não se torna relevante. Outras vezes tudo dá certo, mas o modelo de negócios não se paga", diz o consultor. Ele observa também que o e-commerce ainda é altamente dependente do varejo físico.


"O comércio eletrônico acompanha o varejo físico: cresce ou cai por osmose e a taxa de penetração não passa de 5%. Não há player no mercado que já não tenha uma enorme operação no mundo físico, o que permite diluir os custos do e-commerce. Este ano já vemos retração, mas o comércio eletrônico vai crescer, ainda que isso possa acontecer a taxas menores", avalia Domeneghetti.


Raquel Abrantes, analista de comércio eletrônico do Sebrae/RJ, diz que o primeiro passo para quem quer entrar no comércio eletrônico é ter um bom plano de negócios. Nele devem estar muito bem definidos o perfil do consumidor, o tipo de produto, os fornecedores ("é sempre bom ter mais de um, para não criar dependência"), os concorrentes, e, por fim, o estudo de viabilidade econômico-financeira. "Um bom plano de negócios facilita, inclusive, o acesso ao crédito", observa Raquel.



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