Na capital mineira, a falta de planejamento financeiro revelou um dado preocupante: a maioria dos belo-horizontinos (54%) não realiza nenhum tipo de planejamento, seja pessoal ou familiar. O índice é maior entre os consumidores de baixa renda (66,7%) do sexo feminino (57,1%) e com idade entre 45 e 64 anos (63,2%). A pesquisa da Câmara de Dirigentes LojistasCâmara de Dirigentes Lojistas de Belo Horizonte (CDLCDL/BH) apontou também que o desemprego, a queda no rendimento, a compra para terceiros, a doença ou falecimento na família, a compra não planejada são outros fatores que podem levar o consumidor a não conseguir quitar as suas dívidas e ficar inadimplente.

E os números da inadimplência têm aumentado ao longo dos anos. O número de dívidas em atraso na capital mineira cresceu 2,52% em outubro na comparação com o mês anterior. Este é o maior índice de inadimplência dos últimos três anos, nesta base de comparação (outubro/setembro).

Especialistas recomendam que o consumidor comprometa apenas 30% da sua renda com dívidas. Entretanto, a pesquisa da CDLCDL/BH mostrou que 11,1% dos consumidores da classe E, e 3,6% da classe C/D comprometem mais de 100% da renda familiar com parcelamentos ou financiamentos. Entre os entrevistados que seguem a recomendação dos especialistas e comprometem até 30% da sua renda, o índice é maior entre os homens (66,6%) contra 55,5% das mulheres. Entretanto, 13,3% deles comprometem mais de 100% da sua renda familiar, índice que é inexistente entre as mulheres. Por faixa etária, está entre os jovens o maior percentual (12,5%) de consumidores que devem mais do que recebem. Entre os adultos de 25 a 44 anos este dado é de 4,2%.

Uma boa oportunidade para quem está inadimplente e quer começar 2016 sem dívidas é a Campanha de Recuperação de Crédito que a CDLCDL/BH realiza entre os dias 23 e 27 de novembro, das 8h às 18h, na sede da entidade. A negociação que é feita frente a frente com a empresa, sempre termina em um acordo satisfatório para ambas as partes. Os descontos podem chegar a 45% sobre o valor corrigido para pagamento a vista e parcelamento em até três vezes com descontos de até 35% sobre o valor corrigido. O mutirão reunirá durante cinco dias bancos, financeiras, administradoras de cartão de crédito, operadora de plano de saúde, universidades e empresas do setor varejista.

O consumidor pode aproveitar o 13º salário para quitar seus débitos. O recomendado é renegociar todas as dívidas, mas muitas das vezes isso não é possível. Nesses casos, o belo-horizontino deve priorizar as contas com juros mais altos como cheque especial e cartão de crédito. Afinal de contas, essa despesa é uma bola de neve, o valor devido só tende a aumentar. Outra dica é parcelar o restante das dívidas de forma que as parcelas se encaixem no seu orçamento.

Mas o cuidado não deve encerrar junto com a última parcela ou pagamento. A atenção com as finanças deve ser constante. E o primeiro passo para uma vida financeira saudável é realizar um planejamento pessoal e familiar. Dicas como anotar todos os gastos e receitas da família, não gastar mais do que se recebe e jamais pagar o mínimo do cartão de crédito podem parecer óbvias, mas fazem toda a diferença. Seguindo essas orientações, o consumidor permanecerá no azul durante todo o ano.

*Presidente da Câmara de Dirigentes
Lojistas de Belo Horizonte (CDLCDL/BH).