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O Globo Online (RJ) ( Economia ) - RJ - Brasil - 14-11-2015 - 12:57 -   Notícia original Link para notícia
Jovens mais expostos à crise

Dos 617 mil novos desempregados em 2014, 75% têm até 24 anos. Presença na escola não avança


466 mil jovens de 15 a 24 anos engrossaram as estatísticas do desemprego no país 29% dos garotos entre 15 e 17 anos procuraram mas não encontraram empregos 15% Taxa de desemprego dos trabalhadores com idade entre 18 e 24 anos. Um ano antes era 13,6% 30% É o percentual de jovens entre 18 e 24 anos que estão estudando



Mais 617 mil brasileiros ficaram desempregados no ano passado, e os jovens de 15 a 24 anos são 75% desse grupo, mostrou a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios, do IBGE. A presença dos jovens na escola não avançou. A desigualdade de renda caiu, e 2 milhões de brasileiros saíram da miséria. Os jovens brasileiros estão mais vulneráveis: no ano passado trabalharam mais, engrossaram a massa de desempregados e não aumentaram a presença na escola. Esse foi o retrato da juventude de 15 a 24 anos que a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad 2014), divulgada ontem pelo IBGE, revelou. Maior levantamento socioeconômico do país, a Pnad apresentou um Brasil menos desigual, com menos pobres e miseráveis e mais desemprego e informalidade no mercado de trabalho. O acesso a serviços públicos, como água encanada e rede coletora de esgoto, ficou praticamente estacionado, enquanto a telefonia avançou. O analfabetismo caiu pouco: ainda são 13,2 milhões de analfabetos, mas há mais crianças de 4 e 5 anos frequentando a escola.



LEO MARTINS "Acabava não conseguindo conciliar tudo e tinha que ajudar em casa, então, fui obrigado a deixar os estudos" Matheus Mello, desempregado



A população jovem foi a mais castigada pelo desemprego. Dos 617 mil novos desocupados em 2014, 75,5% tinham entre 15 e 24 anos. Se não estavam em busca de uma vaga, conseguiram ocupação precária, informal. Depois de oito anos de queda contínua, o trabalho infantil voltou a crescer: são 3,3 milhões de trabalhadores com idade entre 5 e 17 anos, 143 mil a mais que um ano antes.


IMPACTO DO FIES


A maior parte desse contingente tem entre 15 e 17 anos. Nessa mesma faixa etária, a presença na escola está estagnada há três anos seguidos em 84,3%. A situação se mostra ainda mais grave quando se considera que o número de jovens vem diminuindo, em razão da mudança demográfica que o país atravessa.



É a reação clássica à queda da renda que advém da crise. Quando o chefe de família perde o emprego ou a renda, outros membros tentam manter o padrão de vida da família. Vimos isso acontecer muito nos anos 1980 - explicou Sergei Soares, ex-presidente do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea).



A taxa de desemprego dos adolescentes de 15 a 17 anos deu um salto de 22,8% para 25,7%. E a de 18 a 24 anos também subiu de 13,6% para 15,2%. A economista e doutoranda da USP Solange Ledi Gonçalves, que estuda a vulnerabilidade à pobreza, vê um futuro ainda mais desanimador para os jovens, com o ajuste fiscal deste ano cortando verbas para financiamento estudantil:



 A situação vai piorar ainda mais neste ano com o corte em alguns programas de financiamento do ensino superior. Com o mercado ruim, os jovens não vão conseguir emprego por terem menos experiência e formação.



O economista-chefe do Itaú Unibanco, Ilan Goldfajn, também vê o desemprego crescer entre os jovens por causa do corte no financiamento do ensino superior.



- O Fies era tão grande que havia tomado proporções macroeconômicas. Muitos jovens adiavam a entrada no mercado de trabalho por causa do programa. O Fies já foi reduzido, então a tendência é vermos algum impacto disso no desemprego


O jovem Matheus Mello mora em uma das comunidades do Complexo da Maré, no Rio de Janeiro, e já foi garçom, jovem aprendiz em uma academia de ginástica e trabalhador informal. Tudo isso aos 19 anos e antes de terminar o ensino médio. No último ano, os problemas financeiros bateram à porta e levaram sua mãe, que era cabeleireira, de volta para o Ceará. Ele quis ficar na cidade natal e se mudou para a casa da tia. Ajuda no que pode para pagar as contas da casa.



Foi assim que frequentar a escola se tornou difícil demais para Matheus. Desde o ano passado, ele tenta conciliar estudo e trabalho, mas a renda apertada e as longas horas no trânsito acabaram frustrando suas tentativas. Em julho deste ano, abandonou os estudos de novo, quando ainda faltavam dois anos e meio para se formar. Agora, está sem trabalho mais uma vez.



A vida de escola e trabalho era muito difícil: o almoço era caro e eu tinha que estudar para um monte de provas. Acabava não conseguindo conciliar tudo e tinha que ajudar em casa, então, fui obrigado a deixar os estudos mais uma vez. Quero entrar numa faculdade, mas não posso ficar sem renda. Mesmo que entre na faculdade, vou ter que trabalhar ao mesmo tempo. Este ano tem sido bem complicado conta.



Entre os jovens de 18 a 24 anos, a parcela dos que continuam estudando ficou estagnada em 30%.



 Uma das principais dificuldades educacionais do Brasil é fazer com que os jovens de 15 a 17 consigam progredir e concluir o ensino médio. Muitos evadem, ou porque já trabalham, ou porque não veem como aquele ensino pode ajudá-los nisso, por não ser um ensino que se liga com a realidade deles. Muitos também abandonam devido a deficiências na educação que tiveram antes - analisa o coordenador da Campanha Nacional pelo Direito à Educação, Daniel Cara.



Para Marcelo Medeiros, do Ipea e professor da UnB, a estagnação na parcela de jovens estudando é uma "péssima notícia".



A escolarização é indiscutivelmente o meio para se sair bem na competição internacional. Essa escolarização precisa aumentar. Um país que já está atrasado na educação não pode ficar parado. Não se mexer é má notícia. E não há justificativa demográfica para essa parada - afirma      



Piora na economia empurra crianças para o trabalho                      



Após 8 anos de queda, ocupação avança até na faixa etária de 5 a 13 anos



210 mil crianças trabalhavam fora da área agrícola em 2014. O número é 16% maior em relação ao ano de 2013
143 mil foi o número de crianças entre 5 e 17 anos que passaram a trabalhar, elevando o total para 3,3 milhões


-RIO E TERESINA- O aumento dos trabalhadores por conta própria e a tentativa de recompor a renda das famílias no ano passado mostraram sua face mais cruel: a expansão do trabalho infantil. Após uma trajetória de oito anos seguidos de recuo, o número de crianças e adolescentes entre 5 e 17 anos que trabalham aumentou em 4,5%. São 143 mil a mais que passaram a trabalhar, elevando o total para 3,331 milhões, segundo os números da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad). Na faixa etária entre 5 e 13 anos, em que o trabalho é ilegal sob qualquer circunstância, foram 47 mil a mais, chegando a 554 mil, ou 9,5% de aumento.


EFRÉM RIBEIRO


 


"É melhor ficar na escola do que nesse sol quente aqui. Eu queria continuar os estudos, mas não tive oportunidade" Jefferson da Silva, 17 anos


A consequência mais evidente é o impacto nos estudos. Entre aqueles de 5 a 17 anos que não trabalham, a taxa de escolarização (relação entre os que estudam frente ao total da população naquela faixa etária) é de 95,6%. Entre os que trabalham, esse índice cai para 80,3%.


São crianças e adolescentes como Jefferson da Silva, de 17 anos, que abandonou a escola há cinco anos para trabalhar e ajudar a engordar a renda familiar. Ele trabalha das 8h até o fim da tarde vendendo bandeiras de times de futebol no bairro Redenção, próximo ao estádio Albertão, na Zona Sul de Teresina, e recebe em média R$ 150 por semana.


- Meu pai saiu de casa quando eu tinha 6 anos. Agora somos só eu, minha mãe e um sobrinho pequeno, e tenho que ajudar no sustento da casa. É melhor ficar na escola do que nesse sol quente aqui. Eu queria continuar os estudos, mas não tive oportunidade.


LONGE DA ERRADICAÇÃO


Segundo o gerente da Coordenação de Trabalho e Rendimento do IBGE, Cimar Azeredo, esse aumento está ligado à mudança do perfil do mercado de trabalho. De um lado, caiu o ritmo de expansão do emprego com carteira assinada. Do outro, avança a parcela dos trabalhadores por conta própria, que costumam ter condições mais precárias e contam com ajuda da família, como a dos filhos.


- A consequência da mudança da estrutura do mercado, com mais conta própria e menos participação da carteira de trabalho, é essa. O resultado é esse (aumento do trabalho infantil) - diz Azeredo.


Grave, preocupante e alarmante são alguns dos adjetivos usados por especialistas para classificar esse comportamento do trabalho infantil.


 Vínhamos de uma queda lenta na redução do trabalho infantil, e agora a situação se agravou com esse aumento. Não vamos conseguir erradicar o trabalho infantil até 2020, como se buscava - afirma a secretária executiva do Fórum Nacional de Prevenção e Erradicação do Trabalho Infantil, Isa Oliveira, estimando que em 2020 o Brasil terá, ainda, pelo menos 2 milhões de crianças trabalhando.


TRABALHO URBANO


Uma das características desse aumento do trabalho infantil é que o ritmo foi bem maior fora das lavouras que nas demais atividades, embora o maior contingente das crianças que trabalham esteja no campo. Na faixa entre 5 e 13 anos, 344 mil trabalhavam no campo em 2014, o que representa 19 mil a mais que em 2013, uma alta de 5,8%. Já o trabalho infantil não agrícola somava 210 mil pessoas em 2014, 29 mil a mais que em 2013 (16% de aumento).



O aumento do trabalho infantil é muito preocupante. Esse movimento pode representar um esforço para recompor a renda dos domicílios. Quando há uma situação de fragilidade nas famílias mais pobres, fica caro mandar a para a escola, ela precisa ajudar na renda - aponta a coordenadora do Centro de Estudos sobre Desigualdade e Desenvolvimento da UFF, Celia Lessa Kerstenetzky.



Para o diretor do Centro de Políticas Sociais da Fundação Getulio Vargas e ex-ministro da Secretária de Assuntos Estratégicos, Marcelo Neri, o aumento do trabalho infantil é sempre preocupante, mas ele lembra que o número absoluto é pequeno e pode haver dificuldades de amostra:


               


Taxa de desocupação sobe para 6,9%. Região Sudeste responde por 74% dos novos desempregados


9,3% Aumento no número de desempregados do país em 2014, que chegou a 7,3 milhões de pessoas 74% Esse foi o peso da Região Sudeste no total de desempregados no país, somando 457 mil


Os sinais da crise já apareciam no mercado de trabalho em setembro de 2014 pela Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad). Houve aumento do desemprego, dos trabalhadores por conta própria e interrupção do crescimento da formalidade.



FOTOS DE FERNANDO DONASCI "Tivemos que reduzir TV por assinatura, saídas para comer fora e mercado. Estamos atrasando as contas" Antonio Chiamarelli, Técnico de enfermagem


O contingente de desocupados no Brasil aumentou em 617 mil pessoas em 2014, indo para 7,3 milhões, uma alta de 9,3% na comparação com o ano anterior. Os dados foram coletados em setembro de 2014, antes do agravamento da crise. O salto foi puxado pelo Sudeste, que sozinho respondeu por 74% desse total (457 mil pessoas). Pelo segundo ano consecutivo, houve aumento na taxa de desemprego brasileira, que passou de 6,5% para 6,9%.


Também foi registrado no Sudeste a maior perda de postos de trabalho com carteira assinada, de 1,2% na passagem de ano, ou menos 220 mil trabalhadores.


- Em setembro de 2014, o país já estava em processo de recessão. A inflação incomodava, e, com isso, jovens e idosos que estavam fora do mercado voltaram a procurar vagas - afirma o professor da Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da USP Hélio Zylberstajn.


MAIS GENTE PROCURANDO VAGA


Mesmo com a alta do desemprego, aumentou 2,9% o número de ocupados, o correspondente a 2,741 milhões, totalizando 98,6 milhões de pessoas. Isso significa que o desemprego não aumentou em razão da falta de novos postos de trabalho, mas pelo crescimento da procura por vagas.


Eli Carlos Barbosa, de 56 anos, é ferramenteiro. Até maio


de 2014, trabalhou, por 14 anos, na Autometal, que produz autopeças para montadoras do ABC Paulista. Depois da demissão, ele, que tinha renda de R$ 7 mil , teve que se adaptar à situação.


- Hoje, me sustento com a aposentadoria, de R$ 2,7 mil, mais R$ 800 de juros das aplicações da indenização. Ainda não consegui colocação, está difícil. E acho que, quando voltarem a contratar, vão dar preferência aos mais jovens - diz.


A força de trabalho - que reúne tanto as pessoas ocupadas quanto aquelas que estão em busca de vagas - chegou a 102,517 milhões de pessoas. O que significa um aumento de 3,3%, ou 3,358 milhões de pessoas. O técnico em enfermagem Antonio Chiamarelli Junior vem lutando para conseguir arcar com seus compromissos. Ano passado, seu dissídio foi de apenas 3%, cerca da metade da inflação do período, mas ele ainda estava conseguindo pagar as contas. A situação piorou em 2015, quando, no início do ano, a mulher deixou de trabalhar.


- Tivemos que reduzir TV por assinatura, saídas para comer fora e mercado - lista.


O plano de colocar o filho de 1 ano na escola, previsto para o início de 2016, foi adiado.


- Agora, estamos atrasando as contas. A qualidade de vida estava melhor antes - diz.


POR CONTA PRÓPRIA


Marcelo Neri, diretor do Centro de Políticas Sociais da Fundação Getulio Vargas e ex-ministro da Secretaria de Ação Estratégica, avalia que há motivos para preocupação.


- O mercado mostrou resiliência apesar do desajuste macroeconômico e ainda registrou aumento da ocupação. Mas há fatores preocupantes: o aumento do desemprego, o crescimento dos trabalhadores por conta própria e a parada na queda da informalidade - afirmou.


O mercado também mostrou sinais de deterioração: a parcela dos empregados no total da população ocupada caiu de 62,3% para 61,3%, enquanto avançou de 20,7% para 21,4% a fatia dos que trabalham por conta própria. No setor privado, recuou a participação de quem tem carteira de trabalho, e avançou a de quem não tem.



- Quando você olha para a renda, ela se estabiliza em termos reais. Como os brasileiros estão acostumados com rendas crescentes, fizeram planos e comprometeram parte dela com a aquisição de serviços melhores. E esse padrão, quando alterado, induz a participação de outros membros da família que não estavam trabalhando, tanto o mais velho quando a - analisa a presidente do IBGE, Wasmália Bivar.      


Aumento do trabalho infantil é ponto fora da curva, diz ministra      


Oposição afirma que dados são resultado da recessão dos últimos anos


"A tendência é que tem de ser olhada: é de queda. Conseguimos debelar os trabalhos como os de carvoaria e indústrias" Tereza Campello Ministra do Desenvolvimento Social


-BRASÍLIA E SÃO JOSÉ DOS CAMPOS (SP)- A ministra do Desenvolvimento Social, Tereza Campello, classificou como um "ponto fora da curva" o aumento do trabalho infantil registrado pela Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad). Para a ministra, o crescimento de 9,5% no número de crianças de 5 a 13 anos trabalhando não significa quebra da tendência de queda. Tereza acrescentou que mudou o perfil do trabalhador infantil, que no passado trabalhava para não passar fome e ajudar a família a sobreviver.


Segundo a ministra, o rendimento médio por pessoa no trabalho infantil é de R$ 435, e 96,8% desse universo estão na escola. Atualmente, os casos se configuram, majoritariamente, de filhos ocupados na agricultura familiar ou no serviço doméstico.


- A tendência é que tem de ser olhada: há uma tendência de queda. Conseguimos debelar os trabalhos mais visíveis, como carvoaria, indústrias e empresas com CNPJ. Hoje, temos um trabalho na agricultura familiar e no trabalho doméstico, onde só se chega com denúncia - afirmou.


A ministra citou dados que apontam a redução da desigualdade entre 2004 e 2014. E destacou que a renda dos 10% mais pobres da população aumentou quase o triplo do que a renda dos 10% mais ricos.


- Temos de olhar o conjunto dos dados, a tendência. Não o dado no ano. A Pnad está captando uma tendência ao longo de um período. Olhem a floresta, não olhem só a árvore - disse.


Ela observou ainda que a extrema pobreza entre crianças e adolescentes com até 14 anos caiu de 7,6% para 2,8% da população nesse período. E aproveitou para criticar a proposta do relator do Orçamento, Ricardo Barros (PP-PR), de cortar R$ 10 bilhões do Bolsa Família no ano que vem.


- Eu acho que isso impactaria fortemente a extrema pobreza e a pobreza. Seria retirar 23 milhões de pessoas do Bolsa Família, dos quais 11 milhões seriam crianças. Teríamos impacto no curto prazo no trabalho infantil e na presença dessas crianças na escola - avaliou.


Já o ministro da Educação, Aloizio Mercadante, disse que o governo tem motivos para comemorar os dados da pesquisa e negou uma diminuição do número de estudantes da rede pública.


- Os números mostram que há um crescimento muito forte na educação básica. No ensino superior, a expansão é muito rápida nas faculdades particulares - apontou. - Mas está aumentando o tempo dos alunos na jornada escolar. No ensino médio, nos últimos dez anos, um milhão de estudantes saíram da escola privada e foram para a pública. Tínhamos 7 milhões na rede pública. Hoje, temos 8,5 milhões.


'DESESPERO PELA SOBREVIVÊNCIA'


A oposição evitou se manifestar com comunicados. Líder do Democratas na Câmara, Mendonça Filho comentou que o incremento no trabalho infantil é resultado da recessão:


- Caiu a renda, a qualidade de vida, e houve decesso social. Com a falta de renda, quem tinha um pequeno comércio teve de demitir e colocar alguém da família.


Nilson Leitão, vice-líder do PSDB, atribui o quadro ao "desespero pela sobrevivência" da população diante da crise.


- Se você olhar com cuidado, o índice de desemprego do Brasil está aumentando além da taxa de quem está procurando emprego. Tem muita gente que vai para os subempregos. A sociedade empobreceu, e as famílias escolhem a alternativa do desespero, que é onde entra o trabalho infantil. As escolas de tempo integral não funcionaram, os pais não têm com quem deixar os filhos. É o efeito dominó da ausência do Estado.     


Palavras Chave Encontradas: Criança
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