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Estado de Minas Online ( Feminino e Masculino ) - MG - Brasil - 08-11-2015 - 11:17 -   Notícia original Link para notícia
Uma senhora joalheria

Brasileiríssima, H.Stern completa 70 anos com coleção comemorativa, 160 lojas próprias (aqui e em 32 países), foco no design e na produção artesanal local de 100% dos modelos


Peças são produzidas artesanalmente

Imigrante alemão, Hans Stern chegou ao Rio de Janeiro ainda . Enxergava mal desde o nascimento, mas ainda assim superou as dificuldades e, anos mais tarde, passou a trabalhar como datilógrafo em uma empresa que atuava na compra e venda de pedras preciosas. Lá, abriu os olhos para uma riqueza natural brasileira que ninguém ainda havia notado, ou valorizado: as gemas coloridas. Passou a pesquisar e a desenvolver joias com elas - feito inédito em um universo até então restrito aos diamantes, safiras, esmeraldas e rubis -, e ganhou a admiração do mundo.




Completando 70 anos de mercado em plena forma, a joalheria criada por ele é reconhecida como um império. Conquistou 280 pontos de venda, entre lojas próprias e parcerias com multimarcas (80 no Brasil e 200 em 32 países) e revolucionou o segmento ao fazer com que a legislação francesa proibisse o uso do termo semipreciosa para designar pedras como água-marinha, turmalina, topázio. "Hans Stern pesquisou muito e atualmente a empresa detém expertise, conhece como ninguém as pedras coloridas mais raras e mais valiosas. Temos coleções-padrão de cada uma delas porque, com décadas de experiência, conseguimos desde a água-marinha mais clara à mais escura, por exemplo, e são 37 tonalidades diferentes apenas dessa gema", revela Christian Hallot, embaixador da H.Stern no Brasil.



Com o processo de sucessão, a partir da década de 1990 a empresa empreendeu outras revoluções orquestradas pelo herdeiro Roberto Stern, como a preocupação em produzir coleções com design autoral, reconhecível e assinado, além do lançamento do ouro nobre (misturas do metal 18k, patenteada), para citar as mais importantes. Tudo isso mantendo a característica ímpar de produzir 100% das peças manualmente, uma a uma, pedra a pedra, como reforça Christian Hallot. "Tudo é manufaturado, nada é industrializado, exceto peças muito básicas como tarraxas de brincos, mas num volume ínfimo, que não representa 1% da nossa produção. Aqui mantemos o conceito de alta joalheria não somente para peças grandes, mas para todas, incluindo um brinco mínimo, um pingente", reforça o executivo. Prova a área de produção, em que quase 400 pessoas trabalham nas oficinas sediadas no Rio de Janeiro e em São Paulo. "São cravadores, ourives, polidores".



Hallot informa ainda que a empresa emprega 2,8 mil funcionários (2 mil no Brasil e 800 no exterior) e lembra que toda a administração está sediada no país. "Lá fora, os funcionários atuam apenas no setor de vendas".


 


Emancipação feminina


 


Nesse tempo todo de mercado, a H.Stern experimentou transformações, entre elas a chegada da internet. "Ela reduziu distâncias e aproximou mulheres e homens do mundo inteiro. Hoje, a brasileira compra o que qualquer mulher do mundo compra. E isso fez com que pensássemos de uma outra forma, não focando apenas a pedra preciosa colorida brasileira, mas também em produzir coleções com designs característicos, reconhecíveis."



Para imprimir identidade a esse design, a empresa conta com uma equipe afinada, sob a batuta de Roberto Stern, e também aposta em parcerias e /ou inspirações sobre temas específicos, muitos deles ícones de brasilidades como a arquitetura de Oscar Niemeyer, o paisagismo de Burle Marx, o balé do Grupo Corpo. Outro símbolo de design famoso da joalheria é a estrela e a coleção Starsucesso há mais de uma década. "Lançada com oito peças há 12 anos, hoje conta com quase 70 modelos e é a mais procurada do portfólio. Então, para comemorar os 70 anos, lançamos a coleção Gênesis, que fala sobre todos os fenômenos do espaço: constelações, cometas, eclipses e outros, tudo o que se refere ao espaço, observado e pesquisado como nunca", discorre Hallot. Vale destacar que o preço de uma joia Hstern varia de  R$ 400 até o limite da imaginação. "Mas a média de gasto com uma peça no Brasil gira em torno de R$ 3 mil a R$ 4 mil. E esse custo pode ser facilitado em até 10 parcelas, num incentivo para o consumo de um produto que não segue modismos, permanece para sempre, passa de geração a geração", define o executivo.



Outra transformação veio do mercado. Até há algumas décadas, os homens representavam maioria maciça entre os consumidores da joalheira. Hoje, dividem o ranking com as mulheres (50% a 50%), graças à emancipação feminina. "A partir dos anos 1990, a mulher entrou definitivamente no mercado de trabalho. Então, ela passou a ter o seu próprio dinheiro e com isso passou a  decidir o que comprar. O marido continua presenteando, porque joia tem muito significado, mas a mulher agora também se autoagrada." Além disso, Hallot conta que elas também estão mais presentes no quadro de funcionários (já são 80%), inclusive no "feudo masculino da ourivesaria", com 20% de participação.



Com novos projetos em andamento (ainda sob sigilo), o grupo pretende assinar mais capítulos na história da joalheria brasileira. "A empresa continua sendo familiar e funciona com os mesmos critérios da época da fundação, com foco na manufatura, no design e em cuidados para que nenhuma pessoa seja desmerecida em toda a cadeia. Até por isso apostamos em novidades sempre, pois nossa função é surpreender o cliente."


Palavras Chave Encontradas: Criança
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