Portal EM ( Economia ) - MG - Brasil | - 08-11-2015 - 09:35 - | Notícia original | Link para notícia |
Veja produtos que estão com preços em queda em plena crise econômica - 6h00 |
A despeito da alta de 7,69% da inflação, neste ano, na Grande BH, 36 produtos e serviços apresentaram inflação negativa, mas passam despercebidos entre 360 itens do IPCA Aparelhos de som vendidos a preços 15,6% mais baixos na comparação com o ano passado, televisores oferecidos em tabelas com descontos de 5,7%, microcomputadores, carne de porco, sapato feminino, banana-prata e abacaxi, surpreendentemente, sustentam uma inflação negativa na Grande Belo Horizonte. Isso mesmo, os preços caíram. Parece piada, mas é o que está ocorrendo num Brasil que pouca gente identifica com o país da atual crise econômica e política que encareceu as despesas, comprimiu a renda das famílias e impõe perda de vendas a comércio, prestadores de serviços e indústrias. As deflações de eletroeletrônicos, serviços de hotelaria, seguro de veículos e de motocicletas lideram esse batalhão de preços em queda na comparação com a pesquisa do IPCA de dezembro do ano passado. Não é por pouco que eles passam despercebidos. O indicador oficial da inflação é formado por mais de 360 produtos e serviços dispostos em nove grupos de itens. Não foi sem motivo que o número de dívidas em atraso subiu 2,27% em Belo Horizonte no mês passado, quando comparado ao registro do mesmo período de 2014, representando o maior índice dos últimos cinco anos, de acordo com levantamento do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC) da da capital mineira (/BH). Para a economista da /BH Ana Paula Bastos, não há a menor dúvida de que a combinação explosiva de crédito caro e a compra feita em longas prestações explica a redução dos preços de 4,9% em média, de janeiro a outubro, dos produtos do grupo do IPCA composto de TV, som e informática. Com vendedores desesperados para fechar negócio, na outra ponta, o consumidor que tem dinheiro disponível ganha poder de barganha. Dinheiro em mãos, o empresário Elmerso Gomes, depois de muito pesquisar, conseguiu, na semana passada, uma redução de R$ 400 no melhor preço encontrado pelo sonhado aparelho de som. Na prateleira, o produto era oferecido por R$ 1.800 para pagamento à vista. Preparado para o desembolso, Elmerso ainda conseguiu negociar desconto de 22,23%. "Está tudo caro. Este é o presente de Natal da família", brincou o empresário quando colocava o produto no banco de trás do carro. À chegada dos compradores que anunciam ter dinheiro para pagar à vista, antes mesmo da primeira tentativa de negociar, os vendedores logo informam que os preços já estão menores por causa da baixa procura, mas a balconista Meire Ivone Clemente não se deu por vencida, ao procurar um televisor para a filha. Decidiu bater pernas na Rua Curitiba, no Centro de BH, tradicional ponto do comércio de eletroeletrônicos, para conseguir o aparelho com o dinheiro disponível. Ceia mais barata Frutas, carne de porco e frango oferecidos a preços mais baixos na comparação com o fim do ano passado intrigam, em meio às pressões que o grupo dos alimentos tem exercido sobre a inflação. Os preços de abacaxi e laranja-pera caíram 2,48% e 7,95%, respectivamente, no acumulado do ano até o mês passado. Para Ricardo Martins, chefe do setor de Informações do entreposto de Contagem da CeasaMinas, o movimento reflete a chegada da safra. "O período de janeiro a maio costuma ser o mais difícil em termos de oferta, mas, a partir de junho, alguns produtos entram na safra e a situação fica mais favorável ao consumidor", afirma. O analista do IBGE Antonio Braz de Oliveira e Silva destaca que a concorrência acirrada pode ajudar a explicar recuos de preços de itens como a atividade física, diante da proliferação de academias de ginástica. Há casos, ainda, de produtos que podem estar associados ao desuso, como telefones fixo e público, possível razão de preços em baixa. A perspectiva para a inflação, em geral, é de queda no ano que vem, mas, por enquanto, cerca de 90% dos índices que compõem o IPCA mostram elevação de preços. Para Ana Paula Bastos, da -BH, as indecisões na economia e a crise política geram desconfiança sobre os rumos dos indicadores o próximo ano. José Arnaldo Cardoso, da Asemg, diz que, se depender do mercado de carne de porco, não haverá altas significativas de preços nos próximos meses. (MV) Palavras Chave Encontradas: Câmara de Dirigentes Lojistas, CDL |
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