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O Globo Online (RJ) ( Economia ) - RJ - Brasil - 07-11-2015 - 13:13 -   Notícia original Link para notícia
Caderneta de poupança tem o pior outubro em 20 anos

Saques superam depósitos em R$ 3,3 bilhões. Saldo também cai


-BRASÍLIA- A caderneta de poupança teve em outubro o pior resultado para o mês desde que o Banco Central (BC) passou a registrar os dados há 20 anos. Os saques superaram os depósitos em R$ 3,3 bilhões no mês passado. Segundo os dados divulgados ontem pelo BC, a aplicação mais popular do país ficou no vermelho em todos os dez meses deste ano.


Os saques da caderneta de poupança refletem a situação econômica do Brasil. Com desemprego em alta, o correntista tem de usar suas reservas para pagar as contas do mês. Mesmo quem está empregado sente uma pressão maior nos custos mensais, porque a inflação cresce em uma velocidade cada vez maior. Isso tudo faz com que as famílias lancem mão de suas economias para manter as contas em dia.


Além disso, outro fenômeno afeta a aplicação popular. A caderneta de poupança está cada vez menos atraente, como resultado de uma combinação de inflação e juros altos. A inflação maior que o rendimento da poupança faz o brasileiro perder dinheiro ao deixar suas economias paradas lá. E a taxa básica de juros alta torna os fundos de renda fixa muito mais vantajosos.


Com isso, o saldo depositado por todos os brasileiros na poupança caiu de R$ 662,7 bilhões no fim do ano passado para R$ 644,8 bilhões em outubro. Quedas no total de depósitos não são tão comuns porque o saldo aumenta mesmo sem novos aportes, já que incorpora mensalmente os rendimentos que os bancos depositam nas contas do cliente. Somente em outubro, as instituições financeiras depositaram R$ 4,1 bilhões para os poupadores.


QUADRO PODE SE AGRAVAR


Para Miguel José Ribeiro de Oliveira, diretor executivo de Estudos e Pesquisas Econômicas da Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade (Anefac), como o quadro de inflação elevada, juros altos, queda de renda, desemprego e fuga para fundos de investimento deve continuar, a poupança não deve se recuperar.


- A tendência para os próximos meses é a de que este movimento de redução no volume dos depósitos da poupança se acentue, agravando-se ainda mais em um ambiente econômico mais recessivo, com a elevação nos índices de desemprego e de inadimplência - prevê.      


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