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Estado de Minas Online ( Economia ) - MG - Brasil - 28-10-2015 - 10:07 -   Notícia original Link para notícia
Taxa do cartão de crédito passa de 400% ao ano

Juros sobem em setembro e são os maiores em 4 anos. Banco cobra 263,7% no cheque especial


Publicação:28/10/2015 04:00


A taxa média de juros no crédito livre subiu de 45,4% ao ano em agosto para 46,2% ao ano em setembro, segundo dados divulgados ontem, pelo Banco Central. Com essa alta, a taxa volta a ser a maior taxa da série iniciada em março de 2011. Desde o início do ano, em todos os meses a taxa de juros tem sido recorde e batido a do mês anterior. No ano até o mês passado, a taxa subiu 8,9 pontos porcentuais, já que em dezembro de 2014 estava em 37,3% ao ano. Em 12 meses até setembro, a alta é de 9,4 pontos porcentuais. Para pessoa física, a taxa de juros no crédito livre passou de 61,2% em agosto para 62,3% em setembro, também a maior da série histórica. Para pessoa jurídica, houve elevação de 28,7% para 29,3% de agosto para setembro.

Com a escalada das taxas, os juros médios cobrados pelos bancos nas operações com cartão de crédito rotativo, a modalidade mais cara do mercado, voltaram a subir em setembro e atingiram a marca de 414,3% ao ano. O patamar é o maior desde o início da série histórica, em março de 2011. O BC tem recomendado que os clientes bancários evitem essa linha de crédito.

Entre as principais linhas de crédito livre para pessoa física, o destaque vai para o cheque especial, cuja taxa subiu de 253,2% ao ano em agosto para 263,7% ao ano no mês passado. Ao longo de 2015, as taxas cobradas por uma das linhas mais caras que o consumidor pode acessar - perde apenas para o rotativo do cartão de crédito - subiram 62,7 pontos porcentuais, já que em dezembro de 2014 o juro médio dessa modalidade estava em 201% ao ano.

Já para o crédito pessoal, a taxa total caiu de 50,5% em agosto para 49,8% em setembro. No caso de consignado, a taxa passou de 27,8% para 27,6% de agosto para setembro e, nas demais linhas, de 119,9% para 118,3%. No caso de aquisição de veículos para pessoas físicas, os juros passaram de 24,8% para 25,6% de um mês para outro.

%u2022 Inadimplência
e endividamento

A taxa de inadimplência no mercado de crédito com recursos livres ficou estável em setembro em 4,9% frente a agosto. Para pessoa física, foi registrado o único aumento nessa comparação, passando de 5,6% para 5,7%. Para as empresas, caiu de 4,2% para 4,1% de um mês para o outro. Desde o início do ano, verifica-se uma certa estabilidade no volume de calote ao sistema financeiro A inadimplência do crédito direcionado também ficou estável de agosto para setembro, em 1,2%. O dado que considera crédito livre mais direcionado mostra inadimplência também estável, em 3,1%, desde agosto.

Já o endividamento das famílias brasileiras com o sistema financeiro subiu de 45,9% em junho para 46,0% em julho, conforme dados do BC. A instituição começou a fazer o levantamento em janeiro de 2005 e o retrato sobre o nível de dívidas brasileiras passou a ser incorporada na nota de crédito pelo BC em agosto. Ainda segundo o BC, o comprometimento de renda das famílias com o Sistema Financeiro Nacional (SFN) subiu um pouco de junho (22,1%) para julho (22,2%). Descontados os empréstimos imobiliários, o comprometimento da renda passou de 19,7% em junho para 19,8 % em julho.


Competitividade
O Brasil caiu cinco posições em um ranking do Banco Mundial divulgado ontem, sobre a facilidade de fazer negócios, levantado em 189 países. Chamado Doing Business 2016: Medindo Qualidade e Eficiência, o estudo leva em consideração fatores como a facilidade de abrir empresas, obter crédito e conseguir eletricidade. O Brasil ficou na 116ª posição este ano, abaixo da colocação do ano passado, 111ª. Inicialmente, no levantamento divulgado em 2014, o país havia ficado no 120º lugar, mas de acordo com o Banco Mundial uma mudança na metodologia para a elaboração do ranking deste ano alterou a posição do país para a 111ª. Cingapura é novamente o líder o ranking, pelo décimo ano consecutivo, seguido por Nova Zelândia e Dinamarca. Piores que o Brasil no levantamento estão países como Argentina (121º), Índia (130º), Paquistão (138º), Bolívia (157º) e Venezuela (186º).

%u2022 Venda de papelão cai 4,5%
As vendas de papelão ondulado - caixas, acessórios e chapas - caíram 4,47% em setembro de 2015 ante o mesmo mês de 2014, para 283,327 mil toneladas. Na comparação com o mês exatamente anterior, agosto, houve crescimento de 1,98%. Os dados são referentes ao mês de setembro e foram divulgados pela Associação Brasileira de Papelão Ondulado (ABPO). No acumulado de janeiro a setembro deste ano, a queda acumulada é de 3,19% em relação ao ano passado, com 2,469 milhões de toneladas de papelão. O mês de setembro consolida o terceiro recuo mensal consecutivo, quando em agosto a queda foi de 6,33% e em julho de 4,54%. Ao longo do ano de 2015, apenas os meses de março e junho registraram expansão nas vendas contra 2014, de 0,62% e 1,28%, respectivamente.

%u2022 Menos impostos
A Câmara de Comércio Exterior (Camex) reduziu para 2% as alíquotas do Imposto de Importação incidentes sobre 15 bens de informática e telecomunicações e sobre vários bens de capital, todos na condição de ex-tarifários. A decisão consta de duas resoluções publicadas no Diário Oficial da União (DOU) de ontem. A alíquota reduzida terá vigência até 30 de junho de 2017 para os itens de informática e também para os bens de capital. Sem o benefício, as alíquotas cheias incidentes sobre esses itens são bem maiores, como 16%, 14% e 8%. A Camex também zerou a alíquota do imposto de importação para carros elétricos. O percentual anterior pago pelos importadores desses veículos era de 35%. Já os veículos híbridos com tecnologia de recarga externa e capacidade para até seis ocupantes, que hoje tem tarifa de importação de 35%, passam a ter taxa entre zero e 7%.

%u2022 Inflação alta
O Índice de Preços ao Produtor (IPP), que inclui preços da indústria extrativa e de transformação, registrou alta de 3,03% em setembro, informou ontem, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Trata-se do maior resultado da série histórica, iniciada em janeiro de 2014. Em agosto, a taxa ficou em 0,96%, conforme dado revisado ontem, ante avanço de 0,97% na leitura inicial. O IPP mede a evolução dos preços de produtos na "porta da fábrica", sem impostos e fretes, da indústria extrativa e de 23 setores da indústria de transformação. Considerando apenas a indústria extrativa, houve alta de 12,50% nos preços em setembro, após queda de 8,70% em agosto. Com o resultado anunciado nesta manhã, o IPP de indústrias de transformação e extrativa acumula altas de 7,80 no ano e de 9,44% em 12 meses.


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