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O Globo Online (RJ) ( Economia ) - RJ - Brasil - 24-10-2015 - 12:55 -   Notícia original Link para notícia
Corte de juros na China anima Bolsas

País também reduz compulsório dos bancos, numa tentativa de estimular a economia


Menos de uma semana depois de divulgar sua menor taxa de crescimento desde 2009, a China anunciou, ontem, duas medidas para estimular sua economia. O Banco do Povo (banco central chinês) cortou os juros pela sexta vez desde novembro de 2014. A redução é de 0,25 ponto percentual. Com isso, a taxa de juros de referência para empréstimos de um ano cairá para 4,35% ao ano, enquanto no caso dos depósitos, será de 1,75%.



KIM KYUNG-HOON/REUTERS/20-4-2015 Estímulos. Trabalhadores limpam vidraça em prédio de Pequim. Governo tenta incentivar economia


O país também mexeu em regras do setor bancário, ao reduzir em 0,50 ponto percentual a chamada reserva obrigatória dos bancos. Essa é uma medida que determina o volume de recursos que os bancos comerciais devem reservar na hora de fazer suas operações, ou seja, que não podem ser emprestados. É um mecanismo semelhante ao depósito compulsório no Brasil: o BC obriga os bancos a colocar parte dos depósitos à vista captados pelos clientes em uma conta separada. Com isso, a China busca aumentar o volume de recursos disponíveis no sistema financeiro e estimular a economia.


MAIOR ESTÍMULO DESDE 2008


Até recentemente, a redução simultânea das taxas de juros e das exigências de reservas era rara na China. Em agosto - no auge das perdas das ações nas Bolsas chinesas -, o banco central também cortou juros e reservas no mesmo dia.


- Tomar essa rara medida significa que a economia real está indo muito mal. Muitas empresas têm tido queda vertiginosa da rentabilidade, e essa é uma razão chave para voltarmos a fazer isso hoje - disse, ao "Wall Street Journal", um funcionário de alto escalão do BC chinês.


A China se une a outros bancos centrais do mundo em um esforço de estimular o crescimento da economia. Anteontem, o presidente do Banco Central Europeu (BCE), Mario Draghi, afirmou que está pronto para implementar novos estímulos monetários, até mesmo cortes de juros, conforme a situação da economia europeia se deteriora. Assim como a Europa e o Japão, a China está enfrentando a pressão da deflação, que leva empresas a desacelerarem investimentos, e pessoas a evitarem consumir, o que puxa a economia para baixo.


Em relatório, analistas da consultoria Capital Economics afirmaram que o Banco do Povo da China ofereceu um novo choque de estímulos. Para eles, "as taxas de referência e do coeficiente de reservas obrigatórias serão cortadas mais uma vez antes do fim do ano".


Em meio à desaceleração da economia, a China tenta alcançar a meta de 7% de crescimento para 2015. Para isso, tem se apoiado nas medidas de flexibilização monetária mais agressivas desde a crise financeira global de 2008.


DÓLAR CAI, MAS FECHA SEMANA EM ALTA


O anúncio da injeção de recursos na economia chinesa trouxe otimismo aos mercados. O principal índice da Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) chegou a saltar 2,2% pela manhã com as informações da China, mas pesaram o quadro fiscal brasileiro, os dados ruins sobre o mercado de trabalho e a desvalorização do petróleo, e o Ibovespa encerrou em baixa de 0,37%. A Petrobras subiu com força pela manhã, mas perdeu fôlego acompanhando a queda do petróleo. O barril do tipo Brent recuou 0,12%, a US$ 48,02. As ações da estatal caíram 0,92% (ON, com direito a voto, a R$ 9,69) e 0,37%(PN, sem voto, a R$ 7,99). A Vale subiu 0,49% (ON, a R$ 18,60) e 1,01% (PN, a R$ 14,98).


Já o dólar, que oscilou entre os campos positivo e negativo, fechou em queda de 0,38%, a R$ 3,892 para venda. Na semana, a moeda americana subiu 0,49%.


Nos EUA, o Dow Jones subiu 0,9%, e o S&P 500, 1,1%. Índice de referência da Europa, o Euro Stoxx 50 avançou 2,17%, e a Bolsa de Londres, 1,06%. (Rennan Setti com agências internacionais)      


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