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Portal EM ( Economia ) - MG - Brasil - 21-10-2015 - 11:17 -   Notícia original Link para notícia
Indústria mineira recebe com desapontamento decisão de manter a Selic em 14,25%

Já o comércio varejista comemora a manutenção da taxa acreditando em picos menores na alta da inflação


O Comitê de Política Monetária (Copom) manteve por unanimidade na noite desta quarta-feira a taxa Selic em 14,25% ao ano. Os juros básicos estão neste nível desde o fim de julho. Atualmente, a Selic retorna ao nível de outubro de 2006. A taxa é o principal instrumento do BC para manter sob controle a inflação oficial, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). A indústria mineira recebeu a decisão com desapontamento, já o comércio comemorou a manutenção da taxa.

Em nota, a Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg), explicou que se preocupa com a aceleração da inflação, pois em última instância ela afeta todos, os consumidores, que perdem o poder de compra, e as empresas que se defrontam com custos crescentes de produção. "Todavia, uma taxa de juros tão alta quanto essa do Brasil tem sido incapaz de conter a evolução da inflação, e, ao mesmo tempo, tem contribuído para sufocar a capacidade de investimento do país e a capacidade de consumo da população, afetando, em última instância as vendas industriais. Mas não são só as empresas e consumidores que têm convivido com recursos financeiros cada vez mais escassos e caros. O próprio poder público é obrigado a alocar cifras cada vez maiores para o pagamento de juros da dívida pública, sendo forçado a reduzir investimentos em infraestrutura, educação e saúde".


De acordo com o presidente da Fiemg, Olavo Machado Junior, as evidências indicando o agravamento da recessão brasileira acumulam-se diariamente. "O PIB brasileiro registrou queda de 2,1% no primeiro semestre do ano e os dados do segundo semestre apontam para um aprofundamento da contração econômica. E a taxa de desemprego em agosto avançou para 8,6%, de acordo com a pesquisa do IBGE. No mesmo mês de 2014, essa taxa estava em 6,9%", avalia.

O presidente da Fiemg destaca ainda que na indústria, em particular, a situação é crítica. Ao final de junho, a queda da produção industrial acumulada em 2015 era de 6,2%. Em agosto, o resultado negativo passou para um recuo de 6,9% na mesma base de comparação. Neste mesmo período, de acordo com pesquisa da CNI, o faturamento da indústria de transformação caiu 6,6% em termos reais. Em Minas Gerais, a queda no faturamento é ainda maior, chegando a quase 15%.

"Para piorar a situação, em meio à virtual paralisia política que impede a discussão dos temas essenciais à retomada do crescimento econômico, nossos economistas alertam que é quase inevitável mais uma expansão da carga tributária nesse e nos próximos anos, dado o desajuste fiscal construído pelo governo nos últimos anos. Uma provável consequência desse processo é a contínua perda de competitividade do Brasil frente ao resto do mundo, reforçando um círculo vicioso de queda do crescimento econômico e da renda real em relação aos demais países. Não há país no mundo, em nenhum momento da história, que registre elevadas taxas de crescimento da economia mantendo uma altíssima carga tributária, baixíssimo investimento e uma das mais altas taxas de juros do mundo. Empresários e sociedade precisam pressionar pela mudança deste modelo", ressalta Olavo.

Já o comércio varejista recebeu bem a notícia da manutenção da taxa Selic, a pouco menos de dois meses para a data mais aguardada pelos comerciantes, o Natal. Em nota, a de Belo Horizonte (-BH), explicou que a última decisão de manutenção, que encerrou o longo ciclo de aumentos, já começou a surtir efeitos positivos tendo em vista que a inflação continua alta, porém sem picos. "Fato que demonstra o acerto da decisão do Banco Central (BC). Além de que um aumento na atual conjuntura econômica prejudicaria ainda mais o setor que vem sofrendo ao longo do ano com a queda das vendas".  

Ainda em nota, a -BH destacoi que o comércio realmente espera medidas de controle de inflação menos onerosas para o setor produtivo e também para os consumidores. "O país precisa é de um pacote de medidas econômicas eficientes. Pois não há como termos um Produto Interno Bruto (PIB) com resultados positivos se não houver corte nos gastos públicos (despesas administrativas e não cortes em investimentos que geram infraestrutura e fomentam a economia), ampliação dos investimentos produtivos, responsabilidade fiscal e reformas estruturais. A projeção do mercado é que a taxa de juros permaneça em 14,25% até o fim do ano, contribuindo com o controle da inflação. Fator que aliado à injeção de capital extra na economia com o pagamento do décimo terceiro para os trabalhadores incentivará as vendas natalinas".


Palavras Chave Encontradas: Câmara de Dirigentes Lojistas, CDL
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