Portal Hoje em Dia (MG) ( Horizontes ) - MG - Brasil | - 20-10-2015 - 07:02 - | Notícia original | Link para notícia |
Cálculo "por dentro" do ICMS fará aumento do imposto pesar mais na luz |
Consumidores e empresários mineiros devem preparar o bolso. Os sete pontos percentuais de aumento no ICMS da energia para a classe comercial - proposto pelo Executivo e aprovado pela Assembleia no começo do mês - vai representar, na verdade, mais 9% de elevação no custo da energia. Já a arrecadação do governo estadual com o encargo vai subir 52% a partir de janeiro, quando o tributo salta de 18% para 25%. A medida, segundo a Secretaria de Estado da Fazenda (SEF), vale para a classe comercial, de serviços e outras atividades. Dessa forma, padarias, supermercados e todo tipo de comércio terão impacto na conta de luz. O aumento é maior do que o previsto no "senso comum" porque o ICMS é cobrado "por dentro". Ou seja, a alíquota faz parte da base de cálculo do encargo. Isso significa que em uma conta cujo o custo da energia é R$ 1.000, o ICMS de 25% não representará R$ 250, como era de se esperar. Neste caso, o imposto será de R$ 333,33. O montante é R$ 113,83 superior, ou 51,8% maior do que os R$ 219,50 pagos atualmente a cada R$ 1.000, com a alíquota na casa dos 18%. A conta Conforme o diretor de Finanças do Sindicato dos Auditores Fiscais da Receita Estadual de Minas Gerais (Sindifisco-MG), Wertson Brasil, para chegar ao "número mágico" do imposto a ser pago o empresário deve pensar em quanto deveria cobrar a mais para manter a mesma margem de lucro e ampliar o pagamento do tributo para o governo de 18% para 25%. "É uma conta perversa, que onera tanto o empresário quanto o consumidor, que acaba pagando a conta", afirma. Na avaliação do presidente do Sindicato e Associação Mineira da Indústria de Panificação (Amipão) e proprietário da padaria Forno D'ouro, Tarcísio José Moreira, absorver o aumento será difícil. Ele ressalta que em 2015 já foram realizadas quatro altas na tarifa de energia. Além disso, o dólar nas alturas tem impacto direto no preço do trigo. "A minha conta era de R$ 6.500 no final ano passado. Ela já está em R$ 13.500 e o meu consumo de quilowatts-hora só diminuiu", lamenta. Como reflexo, o representante da indústria da panificação afirma que as vendas despencam. O motivo é a redução da renda do consumidor, corroída pela inflação. O vice-diretor da de Belo Horizonte (-BH), Marco Antônio Gaspar, rechaça o aumento do tributo, que vai vigorar até 2019 com o claro objetivo de reforçar o caixa do Estado. "A sempre foi contra esse tipo de aumento, mas neste caso em especial nós rechaçamos ainda mais. Não está na hora de aumentar imposto, de punir a sociedade", critica. O ICMS dos telefones celulares e smartphones, aparelhos que recentemente apresentaram queda nas vendas pela primeira vez em decorrência do desaquecimento econômico, por exemplo, saltará de 12% para 14%. Quem quiser comprar perfumes e cosméticos precisará desembolsar mais para levar os produtos para casa. Atualmente, o tributo é de 25%. Em janeiro, salta para 27%. O encargo fica mais alto também para os isotônicos, refrigerantes e bebidas energéticas. A elevação, nesse caso, pode afetar o faturamento dos bares e restaurantes, que já vêm perdendo espaço para as reuniões realizadas em casas de amigos. Nem os bichos de estimação escaparam do reajuste. O ICMS para ração animal saltará de 18% para 20%. O pacote inclui ainda impostos mais altos para câmeras fotográficas e de vídeos, aparelhos de som e vídeos para automóveis e equipamentos de pesca esportiva. "O aumento é um absurdo para os empresários e para os consumidores. Eu tenho o meu negócio, mas sou cliente de centenas de outros", afirma Tarcísio Moreira, presidente da Amipão. Palavras Chave Encontradas: Câmara dos Dirigentes Lojistas, CDL |
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