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Estado de Minas Online ( Feminino e Masculino ) - MG - Brasil - 18-10-2015 - 10:24 -   Notícia original Link para notícia
Rumo à exportação

Existe, sim, espaço para marcas brasileiras no mercado internacional. É o que garante a consultora Isabela Keiko Uagaia, responsável por levar nomes nacionais para feiras de moda em Paris. Como em todas as edições, ela visitou estandes no salão de negócios do Minas Trend em busca de empresas que tenham potencial para despontar no exterior. Segundo a análise da consultora, o momento é favorável para a exportação, diante da desvalorização do real.




"O mercado nacional passa por um momento difícil, com demissões e cortes de orçamentos mas as marcas precisam vender. Por que não para fora?", questiona Isabela. A exportação pode ser uma alternativa para driblar a crise, já que a moeda brasileira está mais competitiva no mercado internacional. A consultora entende que essa é uma oportunidade de abrir novas frentes de negócio, principalmente para as empresas do segmento de alto luxo, que não podem ter dois pontos de venda na mesma cidade. Se a marca já distribui para as principais lojas do Brasil e quer continuar crescendo, precisa sair do país.
Em média, Isabela leva 10 marcas brasileiras para cada evento no exterior. Entre as mineiras, está Ronaldo Fraga, que participou pela segunda vez da Paris sur Mode, realizada no início do mês, durante a Semana de Moda de Paris. Cecilia Prado e Pat Bo são nomes de Minas que fizeram sucesso na última edição da Who's next?, em setembro, voltada para novos talentos na área de confecção. "Os mineiros são supercriativos e valorizam o que fazem. É interessante ver que eles têm orgulho do trabalho", analisa. No total, participaram 21 grifes brasileiras, incluindo Osklen, Lenny e Handred.



Maria Pavan fez sua estreia no mercado internacional em Paris, durante a Who's next?. A marca de Porto Alegre (RS), que desenvolve há três décadas um trabalho primoroso em tricô, decidiu mirar em clientes do exterior cinco anos atrás. "Sempre tivemos vontade de exportar, mas estávamos esperando amadurecer e criar uma identidade forte da empresa", informa a designer Mariana Pavan. Ela garante que o passo rumo à exportação é mais para trabalhar a imagem da marca que para driblar o mau momento da economia, já que ainda não sentiu o efeito da crise.

QUALIDADE A equipe da Maria Pavan criou uma coleção cápsula, batizada de Indígenas do Brasil, exclusivamente para apresentar em Paris. Inspiradas nos índios da tribo guarani e no trabalho de cestaria e pintura que eles desenvolvem, as peças ganharam tons terrosos e formas geométricas. A participação na feira francesa rendeu à marca gaúcha contratos com 12 países. Mariana conta que os europeus gostaram do estilo das roupas, mas decidiram comprar principalmente pela qualidade do produto. Agora, a expectativa é para a próxima edição. "O trabalho no exterior tem que ser contínuo. O cliente de fora tem que te conhecer bem e ganhar segurança. Não posso ir uma vez só e não voltar mais."



Durante o Minas Trend, o olhar de Isabela Keiko Uagaia se volta para o que tem de novidade no mundo da moda. Ela sempre tenta fugir dos clichês. O critério é buscar produtos interessantes e de qualidade, mas a consultora também considera gestão, imagem e, em especial, a vontade do empresário de investir no mercado internacional. "Analiso se existem marcas com potencial, às vezes não para agora, mas quem sabe para outra temporada", diz Isabela. Em alguns casos, a empresa se sente incentivada a estruturar o negócio para conquistar clientes em outros países.


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