Idosos foram o destaque e responderam por 5,84% dos registros na capital mineira em setembro, aponta CDLCDL/B

Em tempo de crise econômica e seus reflexos negativos, manter a vida financeira e o "nome limpo" são desafios. Na capital mineira, houve alta de 1,44% do número de devedores em setembro deste ano ante igual mês de 2014, conforme o Serviço de Proteção ao Crédito (SPC) da Câmara de Dirigentes LojistasCâmara de Dirigentes Lojistas de Belo Horizonte (CDLCDL/BH). Nesse contexto, os idosos foram o destaque e responderam por 5,84% dos registros.

Pelo levantamento, a inadimplência entre os consumidores de 65 a 84 anos apresentou acréscimo de 3,63% no período e na faixa etária de 85 a 94 anos, o índice foi de 2,21%. A explicação pode ser atribuída a diversos fatores, como o custo de vida elevado e os gastos com remédios e planos de saúde, segundo o vice-presidente da CDLCDL/BH, Davidson Cardoso. Ele acrescenta como justificativas a facilidade de obtenção de empréstimo consignado, a falta de planejamento financeiro e o empréstimo do nome para terceiros, muito comum na atualidade.

A inadimplência por parte dos idosos não é diferencial em Belo Horizonte. Estudo realizado pelo SPC Brasil revelou que a terceira idade foi a faixa etária que mais se endividou nos últimos 12 meses. E os consumidores acima de 65 anos foram os que mais deram "calotes".

Em contrapartida, os jovens de 18 a 24 anos foram os responsáveis pelo menor volume de endividamento (-15,79%) no mesmo período analisado, conforme os dados divulgados pela entidade.

Em relação à alta da inadimplência (quando o consumidor não consegue quitar as dívidas até a data do vencimento), Cardoso diz que o fato pode ser explicado pelo próprio cenário macroeconômico, com juros elevados, retração da renda dos trabalhadores e desemprego. "Com menor poder de compra, o consumidor prioriza o pagamento de itens de subsistência da família e deixa de quitar outras dívidas", diz.

Retração - Se por um lado teve crescimento da inadimplência em setembro deste ano ante igual intervalo de 2014, por outro, houve retração de 0,07% do número de pessoas endividadas e com nomes sujos se comparado mês passado com agosto de 2015. Para o vice-presidente da CDLCDL/BH, apesar de ser pífia, "a queda reflete o impacto da entrada de capital extra na economia com o pagamento da primeira parcela do 13º salário para uma parte dos aposentados e pensionistas", afirma.

Cardoso ressalta também que do número de devedores no mês de setembro nos últimos quatro anos o deste ano foi o que apresentou o menor índice (-0,07%), uma vez que em 2014 foi negativo em 2,05%, 2013 (0,59%), 2012 (0,25%) e 2011 (0,35%).

Pela análise da SPC da CDLCDL/BH, grande parte dos registros de inadimplência corresponde a dívidas de três a cinco anos (8,44%) e de até 90 dias (2,42%). Houve queda nas faixas de 181 a 360 dias (-6,33%), de 91 a 180 dias (-4,33%) e de 361 dias a três anos (-1,81%).

O indicador de dívidas em atraso junto ao SPC da CDLCDL/BH em setembro de 2015 apresentou, na comparação com o mesmo mês do ano anterior, aumento de 2,68%. Cardoso explica que a deterioração dos principais indicadores macroeconômicos impacta diretamente e de forma negativa no orçamento das famílias.